Novell pode ser barrada de vender Linux por acordo com Microsoft

Iniciado por sylvester, 03 de Janeiro de 2008, 19:10

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sylvester

A Free Software Foundation está analisando o direito da Novel de vender novas versões do sistema operacional Linux, depois que a comunidade de software livre criticou a empresa por formar uma parceria com a Microsoft.

"A comunidade de pessoas envolvidas deseja fazer tudo que puder para interferir nesse acordo e em outros como ele. Elas têm toda razão para se preocupar profundamente com a possibilidade de que isso represente o marco inicial de uma profunda agressão da Microsoft com relação a patentes", disse Eben Moglen, diretor de assuntos jurídicos da fundação, na sexta-feira.

A fundação controla os direitos de propriedade intelectual sobre partes essenciais do sistema operacional de código de programação aberto Linux.

A Novell irritou membros da comunidade de programadores que desenvolve o Linux e outros softwares livres ao fechar um acordo amplo de distribuição com a Microsoft, em novembro.

Os críticos pediram que a fundação puna a Novell proibindo-a a de distribuir novas versões do Linux, afirmou Moglen.

O Linux é o mais conhecido dos programas de fonte aberta. Ao contrário de software proprietário e fechado como o Windows, o software aberto permite que programadores compartilhem o código de programação e acrescentem funções a ele. Em geral, software livre é oferecido ao público gratuitamente.

Moglen informou que o conselho da fundação ainda não havia tomado uma decisão sobre o assunto e que estava esperando para anunciá-la dentro de duas semanas.

Se a fundação decidir agir, a proibição se aplicará às novas versões do Linux cobertas por um acordo de licenciamento que deve entrar em vigor em março.

John Dragoon, vice-presidente de marketing da Novell, se recusou a comentar o assunto, dizendo que seria prematuro especular quanto à decisão da fundação.

"Nós estudaremos a determinação final, e reagiremos de acordo", disse.

Empresas de software como a Novell vendem versões padronizadas de programas de fonte aberta, com recursos personalizados, planos de manutenção e assistência técnica. A comunidade de fonte aberta considera que o acordo da empresa com a Microsoft pode solapar a posição do Linux com relação a patentes e ajudar a Microsoft a convencer empresas a usar seus produtos, em lugar do Linux e outros softwares de código aberto.

As vendas de Linux representaram 5% dos 967 milhões de dólares em faturamento obtido pela Novell no ano passado. O acordo com a Microsoft tornou-se um grande gerador de recursos pois exige que a Microsoft faça dois pagamentos num total de 348 milhões de dólares.

As duas empresas concordaram em vender seus produtos conjuntamente e também a desenvolver tecnologias que tornem mais fácil para empresas o uso de Linux com programas criados para Windows. As companhias também definiram que vão licenciar a tecnologia uma da outra.

A analistas Katherine Egbert, da Jefferies & Co, informou que os negócios da Novell serão afetados se for impedida de usar novas versões do Linux.

A companhia teria que aumentar gastos em pesquisa e desenvolvimento para atualizar software pois passaria a não ter acesso às últimas versões do código-fonte do Linux fornecidas pela fundação.

http://gazetaweb.globo.com/Canais/Informatica/Noticias.php?c=4463&tipo=1

A minha opinião é que a Novell é um parasita do software livre. Apesar de dar bastante ao software livre com a contribuição no gnome no kde e do openoffice, esse acordo com a microsoft é uma traição.
Acho que alguém deveria parar a novell ou daqui a alguns anos vamos ter um problema sério

EDIT: entretanto a novell já reagiu:
A Novell reagiu à notícia de que seus direitos de vender Linux estariam ameaçados pela Free Software Foundation, grupo que controla partes essenciais do sistema operacional.

Um porta-voz da empresa afirmou nesta segunda, 06, que não espera fazer nenhuma modificação em sua linha de produtos como resultado da ação. "Estamos comunicando aos clientes que ninguém pode nos impedir de vender o Suse Linux", afirmou.
http://www.baguete.com.br/noticiasDetalhes.php?id=15296

http://opensourceformac.blogspot.com/                                      http://easyubuntulinux.blogspot.com/

rdlf0512

Realmente...A novell insiste no erro: não só vende linux como tbm ousa bater de frente com a FSF.
Enfim, é como todos já sabem: onde a m$ pisa vira mer** e onde ela toca...vira isso.
não sei como  mas algo me diz que isso pode vir a se tornar um sério problema até mesmo pra nós, ubuntusers, afinal eu queria pensar que estamos em barcos diferentes (nós e a novell) mas isso não é bem verdade.

Mas pq a FSF não pensou que isso poderia acontecer um dia e evitar que a m$ sequer olhasse feio pra qualquer distro linux? por que não evitar qualquer espécie de acordo, já que nós aqui não temos nenhum fim lucrativo, ao contrário deles ali....

Blau_Araujo

Citação de: rdlf0512 online 04 de Janeiro de 2008, 05:11
Realmente...A novell insiste no erro: não só vende linux como tbm ousa bater de frente com a FSF.
Enfim, é como todos já sabem: onde a m$ pisa vira mer** e onde ela toca...vira isso.
não sei como  mas algo me diz que isso pode vir a se tornar um sério problema até mesmo pra nós, ubuntusers, afinal eu queria pensar que estamos em barcos diferentes (nós e a novell) mas isso não é bem verdade.

Mas pq a FSF não pensou que isso poderia acontecer um dia e evitar que a m$ sequer olhasse feio pra qualquer distro linux? por que não evitar qualquer espécie de acordo, já que nós aqui não temos nenhum fim lucrativo, ao contrário deles ali....

Olá,

Só para deixar claros os conceitos, segundo a FSF e todas as definições de Software Livre (Free Software), não existe qualquer problema em comercializar software livre. É o que significa a frase: "free as in freedom". Mais do que isso, poder vender um software livre é uma das liberdades básicas que a FSF briga para garantir a todos nós. Então, o contrário de "Livre" não é "comercial", e sim "proprietário".

A questão da venda de certas distribuições está ligada geralmente a dois outros fatores: contratos de suporte e/ou componentes proprietários (ferramentas, drivers, codecs, etc) embarcados num pacote livre. Por exemplo, o Linux pode ser livre e ainda pode ser adquirido gratuitamente, mas se a distribuição incluir, digamos, um Corel Draw, que é um software proprietário (e pago) com versão para Linux, a empresa ou o usuário final terão de pagar pelas licenças.

Abração!
Convite confraternização: Mora perto de Osasco e está afim de curtir um blues? Então me encontre toda quinta à partir das 21h no Jegue's Bar. Bons papos, cerveja gelada e o som eletrizante do Trio Macomba Blues. A entrada é franca! Rua Tenente Avelar Pires de Azevedo,341 - Centro - Osasco/SP

rdlf0512

Citação de: eneac online 04 de Janeiro de 2008, 08:51
Citação de: rdlf0512 online 04 de Janeiro de 2008, 05:11
Realmente...A novell insiste no erro: não só vende linux como tbm ousa bater de frente com a FSF.
Enfim, é como todos já sabem: onde a m$ pisa vira mer** e onde ela toca...vira isso.
não sei como  mas algo me diz que isso pode vir a se tornar um sério problema até mesmo pra nós, ubuntusers, afinal eu queria pensar que estamos em barcos diferentes (nós e a novell) mas isso não é bem verdade.

Mas pq a FSF não pensou que isso poderia acontecer um dia e evitar que a m$ sequer olhasse feio pra qualquer distro linux? por que não evitar qualquer espécie de acordo, já que nós aqui não temos nenhum fim lucrativo, ao contrário deles ali....

Olá,

Só para deixar claros os conceitos, segundo a FSF e todas as definições de Software Livre (Free Software), não existe qualquer problema em comercializar software livre. É o que significa a frase: "free as in freedom". Mais do que isso, poder vender um software livre é uma das liberdades básicas que a FSF briga para garantir a todos nós. Então, o contrário de "Livre" não é "comercial", e sim "proprietário".

A questão da venda de certas distribuições está ligada geralmente a dois outros fatores: contratos de suporte e/ou componentes proprietários (ferramentas, drivers, codecs, etc) embarcados num pacote livre. Por exemplo, o Linux pode ser livre e ainda pode ser adquirido gratuitamente, mas se a distribuição incluir, digamos, um Corel Draw, que é um software proprietário (e pago) com versão para Linux, a empresa ou o usuário final terão de pagar pelas licenças.

Abração!

OK eneac, mas graças a este acordo entre as duas, o open suse passou a ser de código fechado. tem de ser obtido comercialmente. suporte tem que ser pago.

Onde está o conceito de livre aqui? vc só tem se vc pagar.

Me corrija se meu ponto de vista estiver errado
[]'s

sylvester

Amigo estás errado! O suse é pago mas o código é aberto.
A redhat por exemplo, não tem acordo nenhum com a microsoft (Deus nos valha!!) e a versão também é paga. A Redhat disponibilkza o código fonte e até existe um clone da rehat que é o centos completamente gratuito.
Lembra-te: free não quer dizer gratuito, mas liberdade de fazeres o que queres com o software inclusive vender.

http://opensourceformac.blogspot.com/                                      http://easyubuntulinux.blogspot.com/

Blau_Araujo

Citação de: rdlf0512 online 04 de Janeiro de 2008, 11:42

OK eneac, mas graças a este acordo entre as duas, o open suse passou a ser de código fechado. tem de ser obtido comercialmente. suporte tem que ser pago.

Onde está o conceito de livre aqui? vc só tem se vc pagar.

Me corrija se meu ponto de vista estiver errado
[]'s

Ok,

não se trata de ponto de vista, mas de *conceitos*. Código Aberto (Open Source) e Software Livre são conceitos bem distintos, assim como software comercil, proprietário, grátis, etc....

Software Livre (free software): "é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem nenhuma restrição. (FSF)" O conceito que se opõe a ele é o "software proprietário", que impõe todo tipo de restrição ao usuário, mesmo quando é distribuído gratuitamente. Como a Free Software Foundation sugere, "pense em 'livre' como em 'liberdade', e não como cerveja 'grátis'"... Já que nem todo software gratuito é livre. Para ser livre, a licença tem de *garantir* quatro liberdades básicas:

- A liberdade para executar o programa, para qualquer propósito (liberdade nº 0);

- A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades (liberdade nº 1). Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade;

- A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2);

- A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie (liberdade nº 3). Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade;


Já o conceito de "Open Source", a princípio, não garante nada em termos das liberdades acima, limitando-se apenas a manter o código aberto. Neste caso, nada impede que uma empresa crie um programa, abra seu código e, ainda assim, proíba modificações, compartilhamento, etc... Mesmo assim, os defensores do Open Source costumam adotar uma postura "Livre", mas sem nenhum compromisso com todas as quatro liberdades. Hoje em dia é muito comum a sigla "FOSS" (free open source software) que é uma expressão bem a calhar para quem está "em cima do muro" e, para mim, não tem nenhum valor.

O que eu quero é Software Livre, gratuito ou não, e a ameaça dessa parceria com a M$ está justamente aí. A Novell e a M$ estão desenvolvendo programas juntas, projetos em código aberto, adotando uma aparente postura de Software Livre que, no fundo, não representam nenhuma garantia das nossas liberdades. Deste modo, nada impede que a M$ venha a reivindicar direitos de propriedade intelectual sobre os frutos dessa relação, alegando principalmente o acesso a informações técnicas em seu poder, anulando muitos dos progressos alcançados pelo movimento SL.

Abração
Convite confraternização: Mora perto de Osasco e está afim de curtir um blues? Então me encontre toda quinta à partir das 21h no Jegue's Bar. Bons papos, cerveja gelada e o som eletrizante do Trio Macomba Blues. A entrada é franca! Rua Tenente Avelar Pires de Azevedo,341 - Centro - Osasco/SP

Piras

Citação de: eneac online 04 de Janeiro de 2008, 12:33
Citação de: rdlf0512 online 04 de Janeiro de 2008, 11:42

OK eneac, mas graças a este acordo entre as duas, o open suse passou a ser de código fechado. tem de ser obtido comercialmente. suporte tem que ser pago.

Onde está o conceito de livre aqui? vc só tem se vc pagar.

Me corrija se meu ponto de vista estiver errado
[]'s

Ok,

não se trata de ponto de vista, mas de *conceitos*. Código Aberto (Open Source) e Software Livre são conceitos bem distintos, assim como software comercil, proprietário, grátis, etc....

Software Livre (free software): "é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem nenhuma restrição. (FSF)" O conceito que se opõe a ele é o "software proprietário", que impõe todo tipo de restrição ao usuário, mesmo quando é distribuído gratuitamente. Como a Free Software Foundation sugere, "pense em 'livre' como em 'liberdade', e não como cerveja 'grátis'"... Já que nem todo software gratuito é livre. Para ser livre, a licença tem de *garantir* quatro liberdades básicas:

- A liberdade para executar o programa, para qualquer propósito (liberdade nº 0);

- A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades (liberdade nº 1). Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade;

- A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2);

- A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie (liberdade nº 3). Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade;


Já o conceito de "Open Source", a princípio, não garante nada em termos das liberdades acima, limitando-se apenas a manter o código aberto. Neste caso, nada impede que uma empresa crie um programa, abra seu código e, ainda assim, proíba modificações, compartilhamento, etc... Mesmo assim, os defensores do Open Source costumam adotar uma postura "Livre", mas sem nenhum compromisso com todas as quatro liberdades. Hoje em dia é muito comum a sigla "FOSS" (free open source software) que é uma expressão bem a calhar para quem está "em cima do muro" e, para mim, não tem nenhum valor.

O que eu quero é Software Livre, gratuito ou não, e a ameaça dessa parceria com a M$ está justamente aí. A Novell e a M$ estão desenvolvendo programas juntas, projetos em código aberto, adotando uma aparente postura de Software Livre que, no fundo, não representam nenhuma garantia das nossas liberdades. Deste modo, nada impede que a M$ venha a reivindicar direitos de propriedade intelectual sobre os frutos dessa relação, alegando principalmente o acesso a informações técnicas em seu poder, anulando muitos dos progressos alcançados pelo movimento SL.

Abração


Perfeito! Brilhante!