Larguei a pirataria porémm....

Iniciado por Usuario_Leigo, 05 de Novembro de 2009, 05:25

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Danillo Guedes

CitarEu vejo os EUA como um grande país produtor de cultura (...)

bom, depende de qual tipo de cultura vc fala... se for os filmes que a Globo passa na Sessão da Tarde, eu prefiro evitar! hehe Mas uma coisa é verdade: pra comprar livros, cd's, dvd's etc é beeeem mais barato lá (assim como outras coisas, que saem sempre lá primeiro). Um professor meu comprava livros, discos de lá pela Amazon; o frete saía bem mais caro que os produtos, mas, mesmo assim, era mais barato que comprar por aqui.

Eu não gosto muito desse negócio de leis e tal, embora eu reconheça que para viver dentro da sociedade, elas são a única via. Mas, sempre vale a lei do "cabo-de-guerra" e a corda sempre vai arrebentar pro lado mais fraco.

Eu vejo iniciativas como o software livre uma solução interessante e simples para lidar com essa coisa de direitos autorais e tal - claro, no campo da informática. Esses caras de produtoras e gravadoras são muito neuróticos com essa coisa de pirataria. Eu, sinceramente, não acho que o artista ou a gravadora seja prejudicada com o download de músicas pela internet, por exemplo. É claro que outras pessoas tirarem proveito disso e saírem vendendo por aí as cópias desses arquivos, aí já é sacanagem; mas, eu fico pensando em quantos álbuns raros ou que não estão disponíveis no país: o cara é fã de uma banda que talvez nem exista mais (ou seja, por exemplo, os copyright$ dos Beatles que iam pro Michael Jackson (sei lá se vai ainda pra sabe-se lá quem ficou com eles, agora) - tá dentro da lei, mas...) e, pra comprar um álbum, tem que desembolsar uma quantia exorbitante, já que vai ser importado e talz.

É isso de estar dentro/fora do sistema/sociedade/lei que me incomoda (e muito). Sei lá, se eu vejo que aquilo não pode prejudicar alguém de alguma forma (inclusive a mim hehe  8)), por que não fazer? Piratear ou não piratear: eis a questão!

sboorbou

se tivesse como fazer um boicote a nivel mundial, sabe boicotar a nivel mundial uma grande gravadora/orgão do genero de forma mundial, com protestos e etc poderiamos pelo menos fazer pressão neles... ao contrario do que acontece agora...........
duvida eu em você sinto... duvida a raiva leva, raiva ao ódio leva, ódio é o lado negro da força - Mestre Yoda

Danillo Guedes

é... um boicote quase sempre funciona. os caras tem que se sentir pressionados pra mudar alguma coisa, mesmo... vide a guerra por "audiência" na tv: se o público não gosta, param de passar. o problema é que nem sempre (pra não dizer nunca) o público tem a inteligência (ou a ousadia) necessária pra um boicote, digamos, do Windows  ;D. queria ver se a Micro$oft não mudava o ponto de vi$ta deles, mesmo que a fórceps.

Polaco

#63
Citação de: Danillo Guedes online 21 de Janeiro de 2010, 01:16
é... um boicote quase sempre funciona. os caras tem que se sentir pressionados pra mudar alguma coisa, mesmo... vide a guerra por "audiência" na tv: se o público não gosta, param de passar. o problema é que nem sempre (pra não dizer nunca) o público tem a inteligência (ou a ousadia) necessária pra um boicote, digamos, do Windows  ;D. queria ver se a Micro$oft não mudava o ponto de vi$ta deles, mesmo que a fórceps.

Não é questão de ousadia, o público geral só boicota um produto quando o boicote é conveniente a ele, como no caso do conteúdo digital.

É muito conveniente eu encher meu HD de pirataria e dizer que estou fazendo isso por boicote ou para protesto, agora se for o caso de eu deixar de consumir algo ou passar a pagar mais caro (ou ter mais trabalho) por uma alternativa ao produto ou empresa boicotada, aí nem pensar! danem-se os "princípios".
Ubuntu 10.04 x64 @ Dell Optiplex 740

Danillo Guedes

o público "geral", ou seja, o "povão" (quando) boicota, obviamente faz isso por conveniência; o ser humano é assim. Aliás, polemizando um pouco, mesmo as ditas "revoluções", recobertas da aura mais "boazinha" possível, só fazem isso pensando no próprio bem, em assumir uma posição que lhe foi negada, até então. não será preciso nem um pouquinho de ousadia pra isso?

bom, daí a, isoladamente, vc encher o hd de pirataria não é boicote: é agir de má-fé, ou seja, se vc acha que aquilo é errado e mesmo assim faz, alegando outros motivos (e, sendo isoladamente, as chances de se dar mal são maiores...). há casos (de monópolio, truste etc) em que a única solução é o boicote (ou, a "revolução", sei lá), ou continuar pagando mais caro etc. Normalmente isso pode ser contornado com um governo menos liberalista, que não deixe as empresas tomarem conta, incentivando a disputa entre elas. Assim, o jogo de poder entre elas e o povo fica mais equilibrado.

É o que eu tinha dito uns posts atrás: nesses casos, a coisa do "certo" versus "errado" é muuuuuito relativa. Aliás, quando é que essa dicotomia não é relativa?

sboorbou

ou seja.... estamos mais uma vez presos a conveniência humana.........
duvida eu em você sinto... duvida a raiva leva, raiva ao ódio leva, ódio é o lado negro da força - Mestre Yoda

Danillo Guedes

sim... mas essa "conveniência" não tem necessariamente que ser avaliada negativamente. É difícil, mas não é impossível ver as coisas sem toda aquela aura moralista, do tipo: "Nossa, mas vc vai mesmo comprar esse DVD pirata?!" ou (essa é ótima): "Mas vc tem certeza que vai jogar essa comida fora?! E tanta gente passando fome no mundo..."

p.s.: isso já tá virando um café filosófico, em vez de café com ubuntu...! mas, enfim, ubuntu também é filosofia!  :)

sboorbou

Citação de: Danillo Guedes online 27 de Janeiro de 2010, 03:41
sim... mas essa "conveniência" não tem necessariamente que ser avaliada negativamente. É difícil, mas não é impossível ver as coisas sem toda aquela aura moralista, do tipo: "Nossa, mas vc vai mesmo comprar esse DVD pirata?!" ou (essa é ótima): "Mas vc tem certeza que vai jogar essa comida fora?! E tanta gente passando fome no mundo..."

p.s.: isso já tá virando um café filosófico, em vez de café com ubuntu...! mas, enfim, ubuntu também é filosofia!  :)

na boa danilo... eu acredito que "se" as pessoas vivessem da "aura moralista" delas teriamos menos policiais e cadeias, e com certeza não existiria a pirataria........

Eu me considero Honesto no mais amplo sentido da palavra, não só na questão pirataria, mas no sentido que Homem de verdade assume o que faz, não mente e não engana.... Foi assim que fui criado e minha filinha vai ser criado da mesma maneira....

Uma coisa é você chegar na casa de uma pessoa e falar:
- Você desperdiça comida
e chegar em casa e fazer o mesmo, ou coisas semelhantes como desperdicio de agua, luz e outros "bens" que compartilhamos...
Pirataria nada mais é que uma das facetas da desonestidade humana.. pimenta nos olhos dos outros não arde... ou seja, roubar, mentir ou simplesmente não fazer nada se enquadram nisso.........
duvida eu em você sinto... duvida a raiva leva, raiva ao ódio leva, ódio é o lado negro da força - Mestre Yoda

Danillo Guedes

bom, eu achei que vc, sboorbou, pensasse mais ou menos como eu, mas eu vi que a sua opinião é mais ou menos igual à do Polaco. Mas (pelo amor de Deus!!), isso não é nenhum problema!, pelo contrário. Já imaginou se todo mundo pensasse igualzinho?

O que eu estou tentando dizer com tudo isso é o seguinte (e, novamente, vou estar expressando a minha opinião): eu não acredito que haja uma verdade universal, que dê conta de tudo. Ela pode até existir, mas deve estar mto bem guardada... Eu acho que a natureza humana é muito complexa para ser encerrada em dicotomias do tipo "certo" e "errado" (é claro que eu tenho uma noção do que seja um e outro, mas só porque eu vivo em sociedade e certos padrões invariavelmente (e certamente!) irão influenciar as minhas decisões, mas eu não sei até quando eu vou acreditar nisso, quer dizer, é impossível prever todas as minhas decisões, até porque esses "padrões não são sempre os mesmos).
Os EUA e os aliados salvaram o mundo da barbárie ;/)? E, ainda os EUA, eles são o "demônio ocidental" como querem os fundamentalistas islâmicos? Dá pra dizer "sim" ou "não" ou as duas respostas cabem aqui?

Enfim, eu acho que eu já extrapolei demais para um simples fórum que deveria servir pra descontrair, e não para escavar as profundezas do ser humano e tal. foi mal, se eu peguei pesado demais...

p.s.: um filme mto bom que "escava" cuidadosamente essas tais "profundezas", que eu recomendaria, é Crash - No limite. Ele é ambientado nos EUA pós 11 de setembro, mas a temática se encaixa em qualquer contexto histórico.

GuidjeLeGamba

#69
Citação de: Danillo Guedes online 31 de Janeiro de 2010, 03:42
bom, eu achei que vc, sboorbou, pensasse mais ou menos como eu, mas eu vi que a sua opinião é mais ou menos igual à do Polaco. Mas (pelo amor de Deus!!), isso não é nenhum problema!, pelo contrário. Já imaginou se todo mundo pensasse igualzinho?

O que eu estou tentando dizer com tudo isso é o seguinte (e, novamente, vou estar expressando a minha opinião): eu não acredito que haja uma verdade universal, que dê conta de tudo. Ela pode até existir, mas deve estar mto bem guardada... Eu acho que a natureza humana é muito complexa para ser encerrada em dicotomias do tipo "certo" e "errado" (é claro que eu tenho uma noção do que seja um e outro, mas só porque eu vivo em sociedade e certos padrões invariavelmente (e certamente!) irão influenciar as minhas decisões, mas eu não sei até quando eu vou acreditar nisso, quer dizer, é impossível prever todas as minhas decisões, até porque esses "padrões não são sempre os mesmos).
Os EUA e os aliados salvaram o mundo da barbárie ;/)? E, ainda os EUA, eles são o "demônio ocidental" como querem os fundamentalistas islâmicos? Dá pra dizer "sim" ou "não" ou as duas respostas cabem aqui?

Enfim, eu acho que eu já extrapolei demais para um simples fórum que deveria servir pra descontrair, e não para escavar as profundezas do ser humano e tal. foi mal, se eu peguei pesado demais...

p.s.: um filme mto bom que "escava" cuidadosamente essas tais "profundezas", que eu recomendaria, é Crash - No limite. Ele é ambientado nos EUA pós 11 de setembro, mas a temática se encaixa em qualquer contexto histórico.

Danilo,

Boa noite. Na verdade, esse espaço do fórum é totalmente livre de restrições - desde que se mantenha um nível de educação e cortesia. E um pouco de filosofia não faz mal a ninguém!

Eu concordo contigo quando dizes que não acredita numa verdade universal, sobre o que é o certo e o que é o errado. Isso é extremamente difícil definir, porque cada indivíduo terá seu ponto de vista e um "nível de retidão moral", por assim dizer. Porém, ao mesmo tempo em que não acredito em dicotomias como certo e errado, bem e mal, verdadeiro e falso, também compreendo que vivemos em uma sociedade com regras básicas pré-estabelecidas, e que o cumprimento dessas regras, ou seja, agir de maneira "correta", vai permitir o desenvolvimento do indivíduo e a integração dele à comunidade a qual pertence (preceitos fundamentais para evolução humana).

Talvez as máximas morais variem um pouco - ou muito - de acordo com a cultura (como por exemplo a importância da mulher na sociedade, de acordo com várias civilizações), mas estando inserido em determinado ambiente, é comum nos guiarmos pelo que o senso comum define como o certo... Não que isso seja certo! E já citei a questão feminina justamente porque é extremamente polêmica (dando abertura pra continuidade da discussão... HEHEHE)!

Concluindo, gostei muito do "Crash", também. Além desse, têm os filmes do Iñarritu, que teoricamente seriam uma trilogia: "21 gramas", "Amores brutos" e "Babel", que tem essa mesma narrativa - de vários personagens e histórias que se cruzam - sempre mostrando a perene miséria humana.

Um abraço!!



Danillo Guedes

Gostei da sua resposta, GuidjeLeGamba! Acho que vc entendeu o que eu queria dizer. Eu também acho que a melhor (ou, talvez, a única!) maneira de se viver "em" sociedade é aceitar as regras que ela impõe; por outro lado, não custa nada pensar sobre essas regras e não aceitar tudo passivamente. O famigerado ceticismo filosófico, de que alguns autores falam; deve ser algo mais ou menos assim.

Vi apenas o "21 gramas". É bem isso de histórias que se cruzam; gosto de filmes assim. "Babel" eu apenas vi o trailer, mas, lembando da Jennifer Connelly, me veio à cabeça "Casa de areia e névoa", que não foge muito disso, também.

Enfim, eu acho que já que chegamos a uma questão insolúvel, o melhor mesmo é discuti-la e tentar respondê-la mas sem pensar que aquela resposta é a única ou a definitiva; tudo da maneira mais socrática possível, e menos sofística!  ;D

Abç!

RamonB

Citação de: Danillo Guedes online 19 de Janeiro de 2010, 04:06
CitarEu vejo os EUA como um grande país produtor de cultura (...)

bom, depende de qual tipo de cultura vc fala... se for os filmes que a Globo passa na Sessão da Tarde, eu prefiro evitar! hehe Mas uma coisa é verdade: pra comprar livros, cd's, dvd's etc é beeeem mais barato lá (assim como outras coisas, que saem sempre lá primeiro). Um professor meu comprava livros, discos de lá pela Amazon; o frete saía bem mais caro que os produtos, mas, mesmo assim, era mais barato que comprar por aqui.


Muita calma nessa hora! Está certo que os EUA mandam muita porcaria mas eles são realmente um grande país produtor de cultura. Nos filmes, nos posts anteriores já foram citados vários filmes recentes que são de qualidade (21 gramas, Crash, etc.). E ao longo de todo o século XX há inúmeros filmes de altíssima qualidade produzidos por lá (sem falar em Charlie Chaplin, lá nos primórdios).

Na música, eles criaram uma das músicas populares da maior qualidade: o Jazz (sem falar no Blues, no R&B e no próprio Rock) -- alguém pode até não gostar de alguns (ou de nenhum) desses ritmos mas não dá para negar qualidade a determinados compositores e artistas nestes gêneros todos.

E poderia continuar, citando escritores, poetas, pensadores estadunidenses que marcaram época.

Então, muito cuidado: não se pode definir a música brasileira por determinados tipos de pagode-pop que estão rolando por aí nem a filmografia brasileira pelos filminhos de Xuxa!

Um abraço.
Notebook: Dell Inspiron 15 5584, 8 GB RAM, 1 SSD 480 GB, 1 HD 1 TByte. Dual-boot Linux Mint Cinnamon 21.1 / Windows 11
Notebook Dell Inspiron 13 5301, 8 GB RAM, SSD 480 GB. Dual-boot Ubuntu Budgie 22.04 / Windows 11
Notebook Lenovo Thinkpad X201, 4 GB RAM, SSD 120 GB. Linux Mint XFCE 21.1

RamonB

Quanto à pirataria, na minha opinião, a coisa é mais complicada que uma simples questão de "certo" e "errado". Vamos ficar só num dos ramos da cultura: a música. Originalmente, lá bem antigamente, os artistas ganhavam a vida cantando em shows. Depois que surgiram formas de registrar as músicas, havia vários componentes:
-- o artista (compositor e/ou intérprete)
-- a gravadora, pois gravar exigia equipamentos sofisticados e muito caros
-- a distribuidora, que cuidava da logística de distribuição dos discos (o disco precisava chegar lá na lojinha de discos do interior distante) e do marketing (e, por que não, do "jabá"?). Na maioria das vezes, a distribuidora era também parte da gravadora.

Os artistas eram obrigados a se sujeitar às gravadoras pois eles não tinham condições de gravar e muito menos distribuir e fazer o marketing de seu "produto". Com isto, as gravadoras e distribuidoras ficavam, via de regra, com a parte do leão da história toda. Ainda hoje, a maioria dos artistas não recebe nem 10% do valor da venda do disco e antigamente era pior: muitas vezes as gravadoras pagavam um preço fixo pela gravação -- no começo do jazz e do blues, lá pelos anos 20 e 30, muitos artistas recebiam 50 dólares ou menos por uma gravação e mais nada! -- e todo o produto da venda ficava com a gravadora/distribuidora (esses mesmos que hoje falam em "honestidade" e que pirataria é roubo...).

As gravadoras ficaram enormes, verdadeiras potências econômicas e conseguiram criar leis de proteção, boas porque protegiam (pelo menos, em princípio) o direito do artista, que obviamente deve ser o principal beneficiário dessa coisa toda.

Aí, veio a tecnologia digital e bagunçou tudo. Porque o grande negócio das gravadoras/distribuidoras que é gravar discos, distribuir e fazer marketing não tem mais sentido. Vejam só: hoje, montar um estúdio de gravação é a coisa mais fácil do mundo e o custo é relativamente baixo, ao alcance da maioria dos mortais de classe média. (E, se o artista quiser o disco físico, pode fazer o mesmo que as gravadoras fazem: mandar a(s) música(s) para uma empresa que fabrica os discos em série -- sim, porque a maioria das gravadoras terceiriza esta parte.) A distribuição não precisa mais despachar volumes enormes por grandes extensões geográficas. Basta colocar uma música no MySpace e pronto, ela está disponível até lá no interior da China (se o governo de lá deixar, é claro! *rs*).

Então, o que é que fica para as gravadoras/distribuidoras? Só o marketing mas aí ninguém precisa de uma super-estrutura do porte de uma Universal Music ou algo equivalente.

Só que os caras não querem perder o filé! Mas, na verdade, o que eles estão tentando é prolongar seu tempo de vida por mais um pouco mas eles sabem que o tempo deles passou. O que é necessário é criar um novo modelo de negócios para a área de música e não tentar reviver os tempos dos bolachões de 78 RPM. E há vários modelos propostos só que eles colocam o pé em cima porque, em todos estes modelos, eles perdem porque a verdade é que o tempo deles passou. (Na INFO de fev/2010, há um artigo do canadense Don Tapscott ("Compartilhar Não É Crime") em que ele propõe alguns modelos, em que os artistas -- e até mesmo as gravadoras -- seriam adequadamente remunerados.)

Ou seja, deve acontecer com as gravadoras algo como o que aconteceu com os fabricantes de máquinas de datilografia. Alguém aí ainda lembra da Olivetti, da Remington e outras do gênero? Eram fabricantes enormes que hoje desapareceram. E é o que vai acontecer, mais cedo ou mais tarde, com as gravadoras.
Notebook: Dell Inspiron 15 5584, 8 GB RAM, 1 SSD 480 GB, 1 HD 1 TByte. Dual-boot Linux Mint Cinnamon 21.1 / Windows 11
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vinicius_aleao

Não acho que os EUA sejam um grande país produtor de cultura. Eles simplesmente produzem cultura, como o Brasil produz, a Argentina, a Alemanha, o Japão... A questão não é produção de cultura, mas domínio ideológico, que, não se enganem, foi planejado politicamente e muito bem executado. A política neoliberal pressupõe exportação e uniformização cultural.

Danillo Guedes

Não, é verdade, RamonB. Os caras tem um potencial cultural gigantesco, assim como econômico, militar, tecnológico etc; aliás, tudo isso acaba vindo junto, na maioria das vezes, já que uma depende da outra. Mas, se formos falar de cultura num sentido menos massificado (ou não, também), como o vinicius_aleao disse, qualquer país possui (isso é até um pouco óbvio, se for ver...). O fato é que os EUA tem mais potencial pra espalhar essa cultura (seja de massa ou não), coisa que o nosso país, p.ex., não tem tanto. E, com isso, o que interessa mais pra eles é espalhar o que "pegar" mais, o que acaba gerando esse preconceito de que eles possuem esse tipo de cultura (o que eles devem pensar sobre os nosso filmes estilo "Cidade de Deus" ou "Tropa de Elite"? Aliás, mta gente daqui mesmo se incomoda com a promoção desse tipo de filme, dizendo que não cria uma imagem mto boa do país lá fora...).

E, RamonB, achei interessante a sua colocação sobre a utilidade das gravadoras. CD (pra mim, pelo menos) já é coisa ultrapassada. Se existe a Internet, e o You Tube, os sites de armazenamento, o Pirate Bay (aliás, bem provocador esse nome!) etc., é claro que eles precisam rever essa coisa toda de pirataria! Eu acho que é aí que entra a coisa do "certo" e "errado": se fosse antigamente, uma pessoa que, por exemplo, baixa um álbum da internet, estaria fazendo a mesma coisa que entrar numa loja e roubar um vinil (afinal, não há custo algum em ambos os casos). Só que, agora, isso precisa ser revisto. Se a internet possibilita esse tipo de coisa, nada mais natural do que explorar esse potencial ao invés de dar murro em ponta de faca e partir em defesas anacrônicas, em um suposto favorecimento do artista.

É o que eu tinha dito (nem lembro mais se disse isso ou não, mas, enfim...): o Software Livre e todo movimento afim é um ótimo exemplo de que há um modo de lidar com essa "pirataria" de maneira sustentável (ou seja, sem perder dinheiro). As pessoas sempre ficam desconfiadas pelo fato de as distribuições Linux serem gratuitas e tal, mas nem percebem que o fato de pagarem para ter uma licença Windows não o torna necessariamente um bom sistema (pelo contrário  ;D). Pensando agir de maneira "correta", ou seja, pagando "bunitinho" por uma licença, elas acabam não percebendo os benefícios que um software de código aberto pode trazer (aliás, eu acho bem difícil o usuário final e leigo sequer suspeitar disso).

Mas eles acabam cedendo um dia. Se a coisa já fugiu ao controle, o melhor é se adaptar a essa nova realidade e criar soluções inteligentes e sustentáveis, ao invés de colocar a culpa em milhoẽs de usuários.