Como lidar com a expansão do Ubuntu, perservando outras distribuições

Iniciado por STIG, 30 de Maio de 2008, 07:21

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STIG

Nas aulas de biologia todos aprendemos sobre a importância da diversidade genética para o sucesso continuado de qualquer comunidade, e dos perigos associados à ausência dela. O professor de sociologia também recorria a este mesmo argumento para ajudar a explicar a decadência de dinastias ou grupos sociais que adotavam o costume de casar-se apenas ou principalmente entre si, eliminando assim a necessária diversidade. Nenhum geek, mesmo que tenha faltado a todas as aulas de biologia, ignora o assunto, abordado até em um episódio (o segundo da quarta temporada) da série cult Arquivo X.

Mercados equilibrados também apresentam diversidade, e tanto para o consumidor quanto para a cadeia de valor é sempre mais saudável que haja diversidade do que concentração de opções.

Mesmo assim, estamos em uma situação curiosa: se as tendências permanecerem constantes, provavelmente logo teremos uma distribuição comunitária de Linux assumindo posição de líder inconteste de popularidade, sendo vista pelo público em geral (os "não iniciados" e neófitos) até mesmo como sinônimo de Linux no desktop.

Eu vejo vários aspectos positivos nisto, e certamente é mérito dos envolvidos na distribuição por saber o que fazer para atingir a uma fatia cada vez maior dos usuários e interessados em Linux no desktop. Sob o ponto de vista de crescimento do Linux no mercado, a consolidação também é positiva, mas creio que seria mais vantajosa se houvesse a dominância de 2 ou 3 fornecedores, e não de apenas um. E note que não estou me referindo ao desktop corporativo, e sim ao meu e ao seu.


Infelizmente não dispomos de grande riqueza estatística nos dados históricos que podem ser consultados publicamente. Mas a reflexão pode partir até mesmo da pouca informação isenta que se pode obter – uma das minhas preferidas é a do Google Trends, que mostra a popularidade das buscas por determinados temas ao longo dos anos. Visite e compare o interesse despertado pelas principais distribuições em anos recentes.

Outra fonte para análise é a pesquisa dos Favoritos da Comunidade Linux Brasileira, que promovo anualmente no BR-Linux.org. Até 2005, havia alternância entre os vencedores na categoria Distribuição Desktop, que obtinham sempre menos de 25% dos votos totais. Mas no final de 2005 foi a primeira edição da pesquisa após o surgimento do Ubuntu, e a partir daí ele sempre ganhou – e em 2007 obteve a primeira maioria absoluta nesta categoria.

Tenho algo contra o Ubuntu? Não, pelo contrário. Aprecio e uso diariamente. Mas tenho visto cada vez mais reações por parte dos entusiastas das distribuições cujo percentual de participação está se reduzindo, e noto que estas reações freqüentemente apontam para o lado errado, e impedem sua efetividade.

Fica portanto a minha dica: no meu entender, para reagir a esta expansão de uma forma que todos ganhem, é necessário promover e divulgar o uso de outras distribuições – e não fazer o oposto, que é combater ou criticar o sucesso da distribuição mais popular. Diversidade é bom, mas já temos adversários suficientes, não precisamos criar disputas adicionais entre nós mesmos.


Esta nota foi publicada por Augusto Campos em 26/05/2008
http://br-linux.org/2008/como-lidar-com-a-explosao-de-popularidade-do-ubuntu-preservando-a-diversidade-de-distribuicoes/

Ioca100

O mercado sempre procurou uma distro hegemônica ,eis o Ubuntu que, para mim, chegou para ficar.Nada contra as outras distros.
Usuário Linux- 449417

Syph0s


IgorM0L

  Um assunto bem semelhante a esse foi discutido no topico, que na minha opniao foi erradamente trancado, com o nome: "Mais uma vez, falando mal do Ubuntu".
  Cada distribuiçao possui sua filosofia, e abordei esse assunto no meu artigo no Yrado.net: http://www.yrado.net/artigos/filosofia_distro.php

Razien

Confesso, não li o texto todo =\

Mas eu acredito que o Ubuntu só esteja criando um modelo a ser seguido, um padrão digamos assim.

É ótimo que haja varias e varias (muitas mesmo) distros diferentes, mas sem ter ninguem como padrão fica dificil querer que esse mesmo linux se torne mais popular. É preciso que alguém tome a dianteira e faça valer o nome linux frente ao usuario comum.

A partir do momento que vc é exposto ao mundo linux, é impossivel não acabar conhecendo as outras distros e até instalar outras pra testar.

Eu mesmo, só me dei bem com o Linux agora com o Ubuntu, e depois dessa experiencia quero muito instalar o Arch, ou o Debian, ou sei la qual outro hehe

yari yari...

alexcosta67

Citação de: Razien online 30 de Maio de 2008, 14:32

A partir do momento que vc é exposto ao mundo linux, é impossivel não acabar conhecendo as outras distros e até instalar outras pra testar.

Eu mesmo, só me dei bem com o Linux agora com o Ubuntu, e depois dessa experiencia quero muito instalar o Arch, ou o Debian, ou sei la qual outro hehe



Penso da mesma forma, já estou até pensando em fazer cursos e talvez até pensar numa certificação.
Como a maioria dos cursos que vi usam Debian, provavelmente irei testar.


IgorM0L

Citação de: Razien online 30 de Maio de 2008, 14:32
Confesso, não li o texto todo =\

Mas eu acredito que o Ubuntu só esteja criando um modelo a ser seguido, um padrão digamos assim.

É ótimo que haja varias e varias (muitas mesmo) distros diferentes, mas sem ter ninguem como padrão fica dificil querer que esse mesmo linux se torne mais popular. É preciso que alguém tome a dianteira e faça valer o nome linux frente ao usuario comum.

A partir do momento que vc é exposto ao mundo linux, é impossivel não acabar conhecendo as outras distros e até instalar outras pra testar.

Eu mesmo, só me dei bem com o Linux agora com o Ubuntu, e depois dessa experiencia quero muito instalar o Arch, ou o Debian, ou sei la qual outro hehe



  Esse modelo que vc se refere eh justamente o motivo que acredito na existencia e necessidade de varias distribuiçoes, pelo filosofia.
  Acontece que, muita dessa facilidade do Ubuntu foi herdada do Debian. Porem, o Ubuntu desenvolveu meio que um Linux Just in Time, fora a popularizaçao do GNU/Linux.
  Esse eh um assunto que possui muitas controversas. Se tiver tempo, leia esse topico, principalmente a partir da Pagina 10: http://ubuntuforum-br.org/index.php/topic,29531.135.html

Razien

O que aconteceu aqui??

Os posts regrediram o.o
onde estão os ultimos posts?
yari yari...

kakita

Citação de: Razien online 30 de Maio de 2008, 14:32
Eu mesmo, só me dei bem com o Linux agora com o Ubuntu, e depois dessa experiencia quero muito instalar o Arch, ou o Debian, ou sei la qual outro hehe
Em tempos tambem estava decidido a testar o debain, devido á performance do ubuntu ser muito fraca, mas depois de conhecer melhor a distro acho que não é a mais adquada para mim neste momento. Mas o Arch quanto mais leio mais quero, só estou esperando meu novo laptop (Asus G2 se tudo correr como planeado) e nem vou instalar o ubuntu nele, a 1ª coisa que farei vai ser testar o arch e se não me adaptar aí sim volto pra o ubuntu

felipeborges

Excelente Artigo!

Em relação a este padrão, não acho que podemos definir uma unica distribuição, pois também não temos um padrão de usuários finais. Cada tipo de usuário tem sua distribuição padrã o( a distribuição que é a sua cara), que se encaixa nos seus gostos. E como visto o Ubuntu é a que mais cresce, com o apoio das comunidades. Porem mesmo que muitos venham a largar outras distros não creio que elas devem tentar "ser" Ubuntu para angariar novos usuários, e sim seguir sempre com sua linha, seus objetivos e principalmente suas características. Pois por mais que se insista, tem gente que nasceu pro Terminal, tem gente que nasceu pra Windows, gente pra tudo quanto atitude, e pouco se muda.  O interessante de tudo isso é que usuários vem, vão, trocam de distribuição e etc...mais sempre no mundo GNU/Linux, então creio que o Linux em geral vem a ganhar muito com isso e principalmente os usuários que vivenciam diversas mudanças e ampliam suas redes de conhecimento. Viva a diversidade.  ;D ;D ;D ;D
Meu blog sobre GNU/Linux
Debian Lenny e Gentoo.

Piras

CitarFica portanto a minha dica: no meu entender, para reagir a esta expansão de uma forma que todos ganhem, é necessário promover e divulgar o uso de outras distribuições – e não fazer o oposto, que é combater ou criticar o sucesso da distribuição mais popular. Diversidade é bom, mas já temos adversários suficientes, não precisamos criar disputas adicionais entre nós mesmos.

Como o Syphos, achei o argumento perfeito. Mas não me preocupo muito com a expansão do Ubuntu. Duvido que ele chegue a matar a "biodiversidade" do nosso mundinho Linux: os concorrentes são fortes e as possibilidades de personalização são tantas que não vejo a menor possibilidade de monopólio.

As críticas azedas vem da parte de quem vê tudo sob a ótica Corinthians v. Palmeiras ou Arsenal v. Manchester United. Nós também temos nossos hooligans...

sylvester

No meu entender não existe guerras entre distros, mas guerras entre utlizadores.
E se o texto faz parecer que os utilzadores ubuntu são as vitimas dos ataques, o que é verdade muitas vezes, por vezes neste forum também se vem ataques de fanatismo.
Há pouco tempo ouve po aqui um tópico que acabou bloqueado em que alguém rebaixava a debian e chamava os utilizadores debian de nerds invejosos. Confesso que me senti incomado ao ponto de lhe responder duramente, mas depois reflecti que ao fazer isso estaria a rebaixar-me a um nivel do qual eu não quero chegar.
Essa famosa guerra entre debian e Ubuntu não existe - vale a pena citar as palvras do Mark Shutleworth:

I'm of the opinion that Ubuntu could not exist without Debian. So it's absolutely my intention to see that Ubuntu is a constructive part of the broader Debian landscape. It's vital that Ubuntu help to sustain and grow Debian, because it's the breadth and strength of Debian which make up the "shoulders of greatness" on which we in the Ubuntu community stand when we reach for the stars. That doesn't mean I'm naive enough to think this relationship will ever be an easy one, but I would hope that the discussion doesn't turn into one of "Ubuntu versus Debian". Because it isn't the case that one of them will succeed and the other fail. You could only perceive that as an outcome if you assumed that the two have exactly the same goals.

http://www.markshuttleworth.com/archives/56

Neste video recente o Mark fala da colaboração entre distros.

http://br.youtube.com/watch?v=XUVQP7lUiOU
http://br.youtube.com/watch?v=3Gg2UVxyhpQ

Então porque que nós utilizadores iremos fazer guerra se alguém aqui disser que gostou mais desta ou daquela distro? Que aquela distro neste ou naquele aspecto até está melhor que o Ubuntu? Para que fazer guerra?
O Linux no desktop ainda é muito pequeno para alguém pensar que uma distribuição prejudica as outras e que fazer guerra com uma especificamente poderá ajudar o linux a crescer.
A minha opinião é: use a distribuição que mais gosta, não faça guerra com outras distros e seja feliz

http://opensourceformac.blogspot.com/                                      http://easyubuntulinux.blogspot.com/

flsantos