Português versus Brasileiro

Iniciado por janota, 26 de Novembro de 2007, 13:54

tópico anterior - próximo tópico

Tim_booth

Citação de: vinicius_aleao online 19 de Março de 2008, 08:14
É por isso que eu digo: viva o Português de Portugal, lá em Portugal, e viva o Português do Brasil, aqui no Brasil!  ;D

Concordo com o vinicius_aleao. Temos de saber aproveitar a diversidade. Além disso, lá por português de léxico brasileiro usar um tempo verbal muito usado há 500 anos atrás, não quer dizer que a língua tenha parado no tempo. Senão estavamos tramados, tinhamos de mudar todas as palavras de origem árabe e latina. Lá ia o algarve ter de mudar de nome...

Quanto aos regionalismos, são realmente bastante díspares mesmo num país tão pequeno como o nosso. Basta eu perguntar a um colega Lisboeta o que é uma cruzeta que é possível que ele não me saiba responder. Já não falo das diferenças mais óbvias: Fino/Imperial Cimbalino(embora em desuso)/bica ...

Resumindo. Não é preciso ir de Portugal ao Brasil para encontrar diferenças na língua. E quando as encontramos, temos de as apreciar e não barafustar quanto a elas. Isto apenas se aplica, é claro, se forem escritas correctamente. Isso sim, é um grande problema tanto dos portugueses como brasileiros. Se todos escrevermos correctamente, mesmo aplicando as regras próprias de cada país, todos nos percebemos!

Cumprimentos a todos.

P.S.: E só uma nota para os amigos do sul que não tiveram contacto com alguém do Porto: o sotaque normalmente caracterizado pela televisão é muito raro nas ruas do Porto, sendo mais típico de Braga. Por isso não se espantem se quando falarem comigo o meu sotaque, apesar de existir, não ser tão exagerado assim...

vinicius_aleao

Realmente, só se pode falar de erro na escrita, porque é padronizada, nunca na fala. Aqui no Brasil, por exemplo, há quem diga "frecha" em lugar de "flecha", ou por problema de dicção, ou porque é assim que se fala em sua comunidade. Muita gente ri, caçoa de quem fala desse modo, o que constitui um grande preconceito, especialmente porque normalmente isso parte de pessoas escolarizadas ou mais afortunadas para pessoas menos escolarizadas.

Mas agora vem a surpresa: vocês sabiam que, no tempo de Camões, se falava "frecha", e não "flecha"? Que as pessoas começaram a falar "errado" e é por isso que hoje se fala "flecha"? Que o fato de haver pessoas hoje no Brasil que falam "frecha" está ligado à conservação das características arcaicas do idioma -- fenômeno que ocorre principalmente em zonas rurais e de baixa escolaridade? Que o Português, o Francês, o Espanhol, etc., surgiram de tanto o povo falar "errado" o latim? Pois é... isso acontece com qualquer língua, e é natural que aconteça.

É por isso que, mesmo em se tratando de escrita, que é padronizada, devemos ter cuidado ao julgar essas coisas, porque a sorte que eu tive com educação formal não é necessariamente a sorte que o meu vizinho teve...

Abraços lusitanos e brasileiros para todos!  :D

kcnp

A língua é do povo e não o contrário. Essa é a minha opinião
Quase ninguém vai mudar a forma de falar se qualquer reforma que vise regular a lingua como um todo sair. Eu, como um bom cearense brasileiro(mesmo morando em são paulo), vou continuar falando arquivo ao invés de ficheiro,por exemplo, não que ficheiro seja errado, simplesmente por que não faz parte da minha realidade de comunicação.

Esse assunto é rico em exemplos.
Por exemplo:
Aqui em São Paulo (pelo menos em São José dos campos) se fala "zoar" para "ato de zombar, ou fazer brincadeira com alguem". Lá no Ceará(pelo menos em fortaleza) se usa muito "frescar" e "mangar" com o mesmo significado. "Você ta zuando com a minha cara?" lá seria "Você tá frescando comigo?" ou "Você tá mangando de mim?".
E nem uma das três formas tá errada, é só um jeito diferente de falar a mesma coisa.

A lingua é viva e mutável, no fundo o português puro nem existe, o que existe é uma mistureba que tem um muito de latin, de galego, de arabe, de tupi, de linguas africanas,de francês e por ai vai. Assim como todas essas linguas tem um tanto de outras linguas(inclusive um tanto de português). É quase impossivel achar uma lingua 100% pura. E é isso que faz a linguaguem algo tão sensacional.



kcnp

Ioca

A reforma ortográfica passou em Portugal.
"Em decisão histórica, país se une a Brasil e África a favor da unificação da ortografia

fonte:  Plantão | Publicada em 16/05/2008 às 17h29m
O Globo

RIO - O Parlamento português aprovou, nesta sexta-feira, o segundo protocolo modificativo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o que encerra décadas de discussão sobre a questão. Assim, Portugal se une a Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe que em 2007 ratificaram o protocolo, o que já garantia a sua entrada em vigor. No início deste ano, o Ministério da Educação no Brasil determinou que as obras inscritas no Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) estejam em conformidade com as novas normas a partir de 2010.

Já Portugal terá mais seis anos para se adaptar à nova maneira de escrever. O protocolo também abre caminho para a adesão do Timor Leste, que, no ano de 1990, em que foi assinado o primeiro protocolo, não era ainda um Estado soberano.

A discussão sobre o Acordo dividiu a sociedade portuguesa: para muitos intelectuais, a adesão significa ceder a interesses do Brasil, onde estão a maioria dos falantes de língua portuguesa no mundo. Outros consideram uma decisão estratégica em tempos de globalização. Segundo especialistas, as mudanças não são profundas. Com o Acordo, o alfabeto passará a ter 26 letras, com a volta de "k", "w", "y". Nas gramática brasileira, as principais mudanças são a eliminação do trema, do acento nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas (como idéia e heróico), no hiato "o" (de enjôo ou vôo) e nas formas verbais crêem, lêem, dêem. Em Portugal, serão suprimidas as consoantes mudas (de acção ou director) e o "h" inicial de palavras como "húmido".

No Brasil, o presidente da Academica Brasileira de Letras (ABL), Cícero Sandroni, saudou com entusiasmo a notícia:

- A Academia, cujos trabalhos de elaboração do Acordo datam do início dos anos 70, prosseguidos na década de 80 por iniciativa do acadêmico e filólogo Antonio Houaiss, encara essa aprovação como um marco histórico. Inscreve-se, finalmente, a língua portuguesa no rol daquelas que conseguiram beneficiar-se há mais tempo da unificação de seu sistema de grafar, numa demonstração de consciência da política do idioma e de maturidade na defesa, difusão e ilustração da língua da lusofonia.

O filólogo e acadêmico Evanildo Bechara também elogiou a aprovação do Acordo como demonstração do "alto grau de maturidade política alcançado pelos países da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP)".

O texto, com as novas normas, será nos próximos dias publicado no Diário da República (diário oficial), e daí à sanção do presidente da República, Cavaco Silva, que já se manifestou favoravelmente ao Acordo."

Bolowors

Interessante as observações colocadas pelos nobres colegas... A cidade em que moro São João do Sul - SC fica bem na fronteira com o Rio Grande do sul (é so pegar o caíque e atravessar o rio pra passar de um estado pra outro) e aqui o pessoal fala socado que nem catarina utilizando termos gaudérios! Agora se alguém viesse com essa de "você ta frescalhando comigo?" aqui na região pode resultar em briga, "fresco" é sinônimo de homossexual por aqui. Agora uma palavra que um dia sem querer eu descobri o significado ao pé da letra foi "coitado" que significa "aquele que sofreu coito" O.O' e o brasileiro fala coitado o tempo todo  :P
Registered Linux user number #474240

vinicius_aleao

Essa história do coitado é uma grande prova de que tudo muda na língua, basta que o tempo passe.

Dubiesto

Deuses! O uso do gerúndio é lícito e provém do latim,encontrando-se em quatro casos:genitivo,dativo,acusativo e ablativo.Entretanto,orações como "eu gostaria de estar entrando em contato com o senhor João às 10 horas",não são,obviamente,corretas,tampouco revelam um estilo agradável.Uma provável herança inglesa é o uso desnecessário (sendo em inglês necessário) de verbos auxiliares,e.g.:"vou fazer",em vez de "farei".Há formas,porém,amplamente aceitas como "tinha estado",que é correspondente de "estivera".

Quanto à contenda entre o português brasileiro e o lusitano,não tenho nada a dizer.Toda língüa sofre pequenas variações através do tempo e do espaço.Creio que o que há de ser feito,num desejo de integrar ambas as modalidades da língua,é a tal reforma ortográfica,coisa já muito discutida e planejada.

Lembremos,a língüa é somente um meio de comunicação (e de expressão artística com a literatura),portanto pouco importa se aqui escrevemos "arquivo" e lá esqueve-se "ficheiro",são a mesma coisa e,no máximo,precisaremos consultar rapidamente o dicionário pr'a entendê-la.


vinicius_aleao

Citação de: Dubiesto online 08 de Julho de 2008, 02:44
Deuses! O uso do gerúndio é lícito e provém do latim,encontrando-se em quatro casos:genitivo,dativo,acusativo e ablativo.Entretanto,orações como "eu gostaria de estar entrando em contato com o senhor João às 10 horas",não são,obviamente,corretas,tampouco revelam um estilo agradável.Uma provável herança inglesa é o uso desnecessário (sendo em inglês necessário) de verbos auxiliares,e.g.:"vou fazer",em vez de "farei".Há formas,porém,amplamente aceitas como "tinha estado",que é correspondente de "estivera".

Quanto à contenda entre o português brasileiro e o lusitano,não tenho nada a dizer.Toda língüa sofre pequenas variações através do tempo e do espaço.Creio que o que há de ser feito,num desejo de integrar ambas as modalidades da língua,é a tal reforma ortográfica,coisa já muito discutida e planejada.

Lembremos,a língüa é somente um meio de comunicação (e de expressão artística com a literatura),portanto pouco importa se aqui escrevemos "arquivo" e lá esqueve-se "ficheiro",são a mesma coisa e,no máximo,precisaremos consultar rapidamente o dicionário pr'a entendê-la.



É muito improvável (minha vontade é de dizer impossível) que o uso de verbos auxiliares no português seja herança inglesa. Normalmente esses heranças deixam algum rastro fonético, o que não é o caso. Além disso, formas como "quebrarei", "comprarei", etc., em lugar de "vou quebrar", "vou comprar", etc. já soam tão artificiais (na fala) que, salvo em situações muito formais, usá-las parece pedantismo.

Quanto ao gerundismo, acho desnecessário em serviços de telefonia porque é muito forçado, parece que o pessoal é treinado pra falar dessa forma. Fora isso, todo mundo já usa o gerundismo, e também não há nada de errado nisso. Comece a observar e você vai ver muita gente dizendo: "Ah, às duas horas, eu vou tá assistindo o jogo". Mas, claro, na escrita é bem difícil aceitar esse tipo de construção.

Abraços.

Piras

#38
Sou obrigado a concordar com o alexcunha a respeito daquela questão do anacronismo (isto mesmo, no sentido preciso, sem carga pejorativa) do nosso Português em relação ao de Portugal. Vários linguistas já o constataram. Fórmulas do Português quinhentistas vieram para cá e foram preservadas por vários fatores. Um deles é o relativo isolamento do país em relação às influências externas. O syphos tem razão quando coloca a imigração como um fator de arejamento. Mas, o problema com países continentais como EUA, China, Rússia e Índias, é que aqui, quando as influências externas chegam elas demoram a difundir-se devido às grandes distâncias e a inexistência de um grande centro catalisador, que faça com que as modas se difundam rapidamente, como é o caso de uma capital como Paris para a França ou Londres para a Inglaterra.

Uma prova disso é que linguistas constataram na segunda metade do século XX que em todos os itinerários percorridos pelos bandeirantes as cidades menores preservavam vários anacronismos de linguagem com raízes no século XVII. Assim, você pode ir ao Mato Grosso ou Goiás e ver velhos camponeses dizendo "fróis" ao invés de "flores", exatamente como faria um português da época dos D. João III ou um paulista da época de Fernão Dias...

*-*-*-*-*

Costumo ler a edição na Internet dos jornais portugueses Público e do Diário de Notícias, assim como a revista Volta ao Mundo (que, aliás, é uma maravilha!). O Português que se lê nestes jornais mataria qualquer jornalista da Folha de vergonha. E comparado aos textos da Volta Mundo qualquer revista ou caderno de turismo do Brasil é uma grande porcaria.

Dubiesto

Citação de: vinicius_aleao online 08 de Julho de 2008, 19:12
Citação de: Dubiesto online 08 de Julho de 2008, 02:44
Deuses! O uso do gerúndio é lícito e provém do latim,encontrando-se em quatro casos:genitivo,dativo,acusativo e ablativo.Entretanto,orações como "eu gostaria de estar entrando em contato com o senhor João às 10 horas",não são,obviamente,corretas,tampouco revelam um estilo agradável.Uma provável herança inglesa é o uso desnecessário (sendo em inglês necessário) de verbos auxiliares,e.g.:"vou fazer",em vez de "farei".Há formas,porém,amplamente aceitas como "tinha estado",que é correspondente de "estivera".

Quanto à contenda entre o português brasileiro e o lusitano,não tenho nada a dizer.Toda língüa sofre pequenas variações através do tempo e do espaço.Creio que o que há de ser feito,num desejo de integrar ambas as modalidades da língua,é a tal reforma ortográfica,coisa já muito discutida e planejada.

Lembremos,a língüa é somente um meio de comunicação (e de expressão artística com a literatura),portanto pouco importa se aqui escrevemos "arquivo" e lá esqueve-se "ficheiro",são a mesma coisa e,no máximo,precisaremos consultar rapidamente o dicionário pr'a entendê-la.



É muito improvável (minha vontade é de dizer impossível) que o uso de verbos auxiliares no português seja herança inglesa. Normalmente esses heranças deixam algum rastro fonético, o que não é o caso. Além disso, formas como "quebrarei", "comprarei", etc., em lugar de "vou quebrar", "vou comprar", etc. já soam tão artificiais (na fala) que, salvo em situações muito formais, usá-las parece pedantismo.

Quanto ao gerundismo, acho desnecessário em serviços de telefonia porque é muito forçado, parece que o pessoal é treinado pra falar dessa forma. Fora isso, todo mundo já usa o gerundismo, e também não há nada de errado nisso. Comece a observar e você vai ver muita gente dizendo: "Ah, às duas horas, eu vou tá assistindo o jogo". Mas, claro, na escrita é bem difícil aceitar esse tipo de construção.

Abraços.

Rastros fonéticos? Eu não diria isto.Entretanto,d'onde proveio? As língüas românicas não têm naturalmente este tipo de construção,mesmo porque isto é inexistente em latim.

De errado? Nada.Importa o sentido,não as palavras.Simplismente não é aceito oficialmente e,convenhamos,não soa muito bem.

P.S.: Eu dificilmente uso verbos auxiliares desnecessários tanto na fala quanto na escrita,não gosto deles - repugnância talvez advinda da minha simpatia para com a língüa latina.Contudo,não há nada de reprovável nisto. ;)

Piras

O uso tradicional do gerúndio no Brasil não tem nada de incorreto. O "a gente vai levando" é uma forma tradicional bastante adequada a forma coloquial de expressão. Agora, este "amanhã estaremos visitando a sua residência" é produto de má tradução do Inglês que constava dos manuais de telemarketing.

É isto que dá analfabeto em Português achar que fala bem Inglês. Ele simplesmente não sabe traduzir e muito menos aquilo que ele está realmente dizendo no idioma estrangeiro. É por isso que eu digo: o brasileiro (ou português) que não sabe Português, não sabe Inglês ou qualquer outro idioma estrangeiro. A ignorância costuma ser mais cosmopolita do que a sua vítima...

vinicius_aleao

Citação de: Dubiesto online 09 de Julho de 2008, 00:42
Citação de: vinicius_aleao online 08 de Julho de 2008, 19:12
Citação de: Dubiesto online 08 de Julho de 2008, 02:44
Deuses! O uso do gerúndio é lícito e provém do latim,encontrando-se em quatro casos:genitivo,dativo,acusativo e ablativo.Entretanto,orações como "eu gostaria de estar entrando em contato com o senhor João às 10 horas",não são,obviamente,corretas,tampouco revelam um estilo agradável.Uma provável herança inglesa é o uso desnecessário (sendo em inglês necessário) de verbos auxiliares,e.g.:"vou fazer",em vez de "farei".Há formas,porém,amplamente aceitas como "tinha estado",que é correspondente de "estivera".

Quanto à contenda entre o português brasileiro e o lusitano,não tenho nada a dizer.Toda língüa sofre pequenas variações através do tempo e do espaço.Creio que o que há de ser feito,num desejo de integrar ambas as modalidades da língua,é a tal reforma ortográfica,coisa já muito discutida e planejada.

Lembremos,a língüa é somente um meio de comunicação (e de expressão artística com a literatura),portanto pouco importa se aqui escrevemos "arquivo" e lá esqueve-se "ficheiro",são a mesma coisa e,no máximo,precisaremos consultar rapidamente o dicionário pr'a entendê-la.



É muito improvável (minha vontade é de dizer impossível) que o uso de verbos auxiliares no português seja herança inglesa. Normalmente esses heranças deixam algum rastro fonético, o que não é o caso. Além disso, formas como "quebrarei", "comprarei", etc., em lugar de "vou quebrar", "vou comprar", etc. já soam tão artificiais (na fala) que, salvo em situações muito formais, usá-las parece pedantismo.

Quanto ao gerundismo, acho desnecessário em serviços de telefonia porque é muito forçado, parece que o pessoal é treinado pra falar dessa forma. Fora isso, todo mundo já usa o gerundismo, e também não há nada de errado nisso. Comece a observar e você vai ver muita gente dizendo: "Ah, às duas horas, eu vou tá assistindo o jogo". Mas, claro, na escrita é bem difícil aceitar esse tipo de construção.

Abraços.

Rastros fonéticos? Eu não diria isto.Entretanto,d'onde proveio? As língüas românicas não têm naturalmente este tipo de construção,mesmo porque isto é inexistente em latim.

De errado? Nada.Importa o sentido,não as palavras.Simplismente não é aceito oficialmente e,convenhamos,não soa muito bem.

P.S.: Eu dificilmente uso verbos auxiliares desnecessários tanto na fala quanto na escrita,não gosto deles - repugnância talvez advinda da minha simpatia para com a língüa latina.Contudo,não há nada de reprovável nisto. ;)

O fato de não existir essa ou aquela construção nas línguas românicas não quer dizer que essas mesmas construções nasceram de outra fonte. Às vezes, motivações internas são suficientes para o surgimento de novas estruturas na língua. Não sei é o caso, não estou dizendo isso, mas minha (ainda pouca) experiência com Lingüística me faz desconfiar que os nossos tempos compostos não têm nenhuma relação com o inglês. Isso é pouco relevante, de qualquer forma.

Ser ou não ser aceito oficialmente não importa. As gramáticas continuarão a não aceitar uma série de expressões típicas da fala, ou por preconceito lingüístico, ou porque elas continuarão exercendo a sua função de ditar regras para o dito "português padrão". Também não é o caso de soar bem ou não, até porque isso é apenas opinião. O fato é que o gerundismo já existe, tanto o "importado" (muito praticado em telemarketing) quanto o "nacional" (o da fala corriqueira, tipo "eu vou tá dormindo"). Já tive vontade de estudar isso, muito embora eu esteja envolvido com outras áreas da língua (é que eu sou professor de português, estudando pra um mestrado  ;D).

Entendo que é uma questão bem complicada essa. Entenda, não estou o criticando, ou querendo que você goste disso ou daquilo. Digamos que estamos apenas trocando uma idéias.  ;)

Abraços.

Dubiesto

Bem,eu não sou mestre nem bachareu,sou apenas um colegial,logo digo muitas besteiras. ;D Entretanto,observe a palavra "provável" em "uma provável herança inglesa".

Eu conheço latim,um pouco de grego (mais do que Santo Agostinho),francês,espanhol (aprendi com a Cervantes,Quevedo,Lopes e outros renascentistas e modernos - portanto,o meu conhecimento gramatical é intuitivo),italiano (conheço a gramática e meia dúzia de vocabulários),inglês e esperanto - adicionado-se a isto a minha voracidade pelos livros,eis tudo que me possibilita entrever alguns aspectos da lingüística.

E,finalmente,se você observar bem o que escrevi,perceberá que eu,em verdade,não tomei nenhuma posição definitiva sobre a origem das estruturas gramaticais em voga.

vinicius_aleao

Então, da mesma forma, eu também não estou certo da influência ou não do inglês nesses casos. Como eu disse, estamos apenas trocando umas idéias.  ;)

batataxpto69

Muito sinceramente acho o título deste post estúpido, o Português é uma língua universal! Português é português, seja aqui, seja na China, e apesar de em Portugal se utilizar o português europeu e no Brasil o português brasileiro, não deixa de ser a mesma língua. Se me vierem diz que o galego é português galego, aí sim, sou capaz de torcer o nariz, mas em relação às duas variantes, portuguesa e brasileira, aí sim, não à dúvida que são a mesma língua! Aliás, todos os dias falo com brasileiros, que há muitos imigrados por aqui, e percebemo-nos perfeitamente!