Toshiba cria impressora com 'papel' reutilizável

Iniciado por plynott, 24 de Novembro de 2006, 22:49

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plynott

Toshiba cria impressora com 'papel' reutilizável

http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2006/11/061123_papelplasticog.shtml



Segundo Toshiba, impressora pode ajudar a reduzir emissões de CO2
A Toshiba desenvolveu uma impressora que usa "papel" de plástico que pode ser reutilizado centenas de vezes.

A fabricante de produtos eletrônicos disse que a impressora poderá ajudar empresas a reduzirem suas emissões de carbono, ajudando a reduzir a quantidade de papel consumido.

Segundo a Toshiba, a máquina foi projetada para atender às necessidades de empresas, mas pode ser útil ainda para todos os usuários que não precisem manter cópias permanentes de documentos.

Alguns especialistas do setor afirmam que as empresas podem achar difícil se acostumar ao papel reutilizável.


Custo

O papel utilizado pela impressora B-SX8R é feito de um material plástico conhecido como tereftalato de polietileno - o mesmo tipo empregado em garrafas de refrigerantes gasosos.

Sobre ele há uma camada de pigmentos químicos sensíveis ao calor que, sob determinadas condições, pode ficar branco ou preto.

Ao se alterar a temperatura e o período de resfriamento deste pigmento, torna-se possível escrever ou apagar gráficos ou textos em preto e branco.

A impressora pode produzir até 12 páginas por minuto e tem uma resolução de impressão de 12 pontos por milímetro.

Um porta-voz da Toshiba TEC Europa, Mike Keane, disse que sob condições normais de trabalho, uma folha de papel "plástico" pode ser utilizada 500 vezes.

A tecnologia de impressão térmica utilizada no modelo B-SX8R surgiu na década de 70 e era empregada em máquinas de fax.

"Nada disso é realmente tecnologia nova", disse ele. "É tecnologia que já está estabelecida."

Desde que as empresas reutilizem as folhas cerca de 500 vezes, o modelo B-SX8R tem um custo operacional comparável às impressoras laser de uso industrial, afirmou Keane.

Atualmente uma unidade de papel "plástico" (conhecido como PET) custa cerca de US$ 10.

Segundo ele, a máquina economizará ao máximo se adotar processos que garantam que o PET seja reutilizado.

Keane disse ainda que a impressora não tem o objetivo de substituir as que usam papel, mas provavelmente poderá ser útil em processos como a elaboração de listas de artigos a serem recolhidos em armazéns, por exemplo. Em tais casos, não há necessidade de se manter um registro permanente, de acordo com o representante da Toshiba.


Mais ecológica?

Pesquisa realizada pela Toshiba sugere que empresas podem reduzir suas emissões de carbono de duas formas ao adotarem a impressora, disse Keane.

Primeiramente, disse ele, o processo de produção do modelo B-SX8R gera cerca de 1,5 quilo de emissões de gás carbônico - o processo de impressoras a laser geram até 6,5 kg de emissões do gás.

Em segundo lugar, isto ajuda as empresas a usarem menos papel e reduz a quantidade que elas têm que reciclar, contribuindo para reduzir as emissões pelas quais são responsáveis.

Mas Jeff Cooper, que preside o Comitê Técnico e Científico da Associação Internacional de Lixo Sólido, questinou a vantagem ecológica da nova impressora .

Segundo Cooper, a utilização de papel "plástico" para documentos envolveria "a substituição de uma fonte renovável para uma predominantemente não renovável".

Ele também disse que a adaptação ao uso da impressora pode ser um problema e levantou dúvidas sobre a análise da Toshiba sobre o custo da utilização de papel em comparação à B-SX8R. Cooper argumenta que não foram levados em conta devidamente os custos envolvidos no armazenamento do papel "plástico" por um longo período.

O modelo B-SX8R está disponível no Japão desde julho passado, mas a Toshiba disse que só poderá lançar o produto na Europa depois de 2008.

A Toshiba disse que divulgou os detalhes para despertar o interesse de empresas européias no produto e começar um processo de adaptação da impressora para o novo mercado, tendo em vista regulamentação européia.
"Um povo que valoriza seus privilégios acima dos seus princípios, cedo perde os dois."
Dwight D. Eisenhowern (estadista americano)

zohguy

US$ 10,00 por folha? Só pelo papel??
Eles estão malucos. Essa é a idéia mais idiota que eu já ouvi em toda minha vida (ok ok, talvez seja a segunda ou a terceira mais idiota).
Em 2004, quando eu trabalhava com fotocópias, comprava caixas com 5000 folhas de qualidade a um custo de R$ 0,01 por folha. Isso que eu não era um "grande comprador". Mesmo que o preço tenha subido, o valor é irrisório se comparado ao preço dessas folhas de plástico.
Além disso, quem me garante que as variações de temperatura não irão apagar o que estiver impresso nelas?

Sempre achei, e continuo achando, que a solução para o problema da utilização de papéis em escritórios (seja pequenos escritórios de profissionais liberais ou mesmo por grandes corporações) é uma questão cultural. Em geral cerca de 40% do que é impresso acaba indo pro lixo nos primeiros meses e ao final de alguns anos esse valor sobre pra 70 ou 80%. A maioria são rascunhos ou versões para revisão de documentos, comunicação interna e outras coisas que poderiam ser muito bem trabalhadas por meio digital.
A mudança não ocorre por que a solicitação para impressão de tais documentos geralmente vem de pessoas com cargos mais altos que não se adaptam a utilizar o computador para essas tarefas. Logo, a mudança só irá acontecer no momento em que as pessoas que mandam na empresa abram os olhos para essas possibilidades de otimização e economia, sendo que são essas pessoas geralmente quem solicitam a utilização de papel.