Dual boot do Ubuntu e Windows 8 em notebooks fabricados após 2011

Iniciado por xluisfernando, 07 de Janeiro de 2015, 11:58

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xluisfernando

Introdução
Sem querer “chover no molhado”, dada a existência de diversos tópicos sobre esse assunto, a partir da dificuldade que encontrei em realizar esse procedimento, resolvi escrever esse tópico, como um tutorial, com uma característica didática.

Notebooks evoluem...
Uma situação muito comum: a pessoa compra um notebook novo, que vem com o Windows 8 pré-instalado e na sua primeira experiência de uso, se irrita e resolve trocar o sistema. Tem muitas pessoas que chegaram a optar por enviar o notebook a um “técnico” para formatar e instalar o Windows 7 (muitas vezes pirata...). Outras, migraram para o GNU/Linux.

Antigamente, ao ligar o aparelho, bastava manter pressionada a tecla de acesso ao setup da BIOS (F2, delete, F12, dependendo do fabricante) e alterar a sequência de inicialização. Ocorre que os PCs atuais estão vindo com um sistema UEFI (Unified Extensible Firmware Interface), que permite uma inicialização mais rápida, o que não é exatamente uma novidade.

A Apple já utiliza esse sistema nos Macbooks há vários anos, usando a tabela GUID (Globally Unique IDentifier) de particionamento de disco GPT (GUID Partition Table), em vez do MBR (Master Boot Record). Nas palavras de Ignacho, Guia do Hardware http://www.hardware.com.br/comunidade/mitos-definitivo/1340637/

CitarComputadores evoluem. O BIOS é um padrão dos tempos em que Bill Gates dizia que 640 KB eram suficientes para qualquer um. Pois bem, é mais ou menos por aí. O BIOS só consegue acessar 1 MB de memória, e seu Core i7 com 8 GB de RAM se comporta exatamente como um 8088, rodando em 16 bits. Há ainda outros problemas, como a questão do particionamento MBR, conflitos de IRQ, lentidão no processo de detecção de hardware, dentre outras dificuldades técnicas para o desenvolvimento de um firmware BIOS. Com o UEFI, essas limitações acabaram, além de permitir a possibilidade de interfaces gráficas antes da inicialização do sistema operacional, suporte à IP v6 durante o boot e suporte nativo a múltiplos sistemas operacionais. Na verdade, o BIOS sequer tem noção do que seja um sistema operacional, ele apenas inicializa o código no MBR do primeiro HD, que no caso, é do gerenciador de boot. O UEFI trata de resolver isso com um suporte a um novo de particionamento nos HDs (o padrão GPT), rodando no mesmo modo do processador (se o seu processador é de 64 bits, o seu firmware também vai ser de 64 bits), aumentando a eficiência da inicialização e dando um fim às várias limitações existentes no BIOS.

Entendendo o particionamento de HD


Na figura é possível observar um HD desmontado, com o disco, o atuador e o braço do leitor de dados. Com o HD desligado, o braço do leitor fica do lado de fora do disco e durante o desligamento, esse braço é movido do centro para fora (o que explica a necessidade de aguardar o desligamento com segurança...). O conjunto de setores dentro do mesmo raio de circunferência dos discos sobrepostos é entendido como um cilindro e pode ser delimitado em partições, chamadas primárias.

No sistema MBR, que consiste na divisão dos discos do HD em setores delimitados pelo raio da circunferência, de fora para dentro, sendo o setor mais externo reservado para a gravação das especificações técnicas do disco e para o gerenciador de arranque do sistema (gerenciadores de boot, como Grub, Lilo, Chameleon, Boot.ini), existe uma limitação de quatro partições primárias. É possível remediar isso, transformando uma partição primária em uma partição estendida, que pode ser dividia em partições lógicas, delimitadas por setores mapeados a partir da quantidade de bytes contados de fora para dentro, possibilitando uma divisão de até 255 partições. Logicamente, essa divisão por setor de disco não é tão confiável quanto a delimitação por raio de circunferência, especialmente quando o disco para repentinamente, por falta de energia ou travamento do Sistema Operacional.

No sistema GPT, os setores também são delimitados por raio de circunferência, mas além de não haver a limitação de partições primárias (são permitidas até 128), existem dois espaços reservados para a gravação das especificações técnicas do disco, no setor mais externo e no mais interno, num sistema redundante, que serve como recurso de segurança contra corrupção de dados em situações de travamento ou falta de energia.

E daí?
Com UEFI, o acesso ao setup da BIOS precisa ser habilitado pelo sistema operacional (Windows 8, em geral), seguindo os passos descritos pelo Tecmundo http://www.tecmundo.com.br/tutorial/31350-windows-8-tres-maneiras-de-acessar-as-opcoes-de-boot.htm

Depois de habilitado, alguns parâmetros precisam ser considerados. Desde o kernel 3.3 o GNU/Linux passou a suportar o UEFI e seu secure boot. Contudo, no caso do ubuntu, até o 12.10, existia o inconveniente. Durante o processo de particionamento de disco, o Gparted usava o padrão MBR, que além das limitações de particionamento (apenas quatro partições primárias), não era compatível com o UEFI.

Assim, para instalar o Ubuntu 12.04LTS e 12.10, é preciso desabilitar o secure boot (em algumas versões aparecia simplesmente como UEFI) na BIOS e ativar o Launch CSM e Launch PXE OpROM (em algumas versões aparecia simplesmente como legacy). A partir do 13.04 não há a necessidade de se desabilitar o secure boot, pois o Gparted utiliza como padrão o particionamento em GUID.

Contudo, existem algumas mudanças em relação ao estilo de particionamento. Antes, com MBR, era comum a pessoa criar quatro partições primárias:

sda1 = FAT32 = para receber o Windows (que na instalação, NTFS)
sda2 = Swap = entre 250MB e 4GB, dependendo se a opção hibernar será usada
sda3 = EXT4 = para instalação do Ubuntu, ponto de montagem /
sda4 = FAT = armazenamento de arquivos, acessíveis aos dois sistemas.

Isso, porque na tabela MBR só são permitidas quatro partições primárias e devemos evitar o máximo possível a utilização de partições lógicas http://ubuntuforum-br.org/index.php/topic,90799.0.html

Com as mudanças do UEFI, o desempenho do sistema e possibilidade de mais partições primárias da tabela GUID recomendam uma lógica diferente:

sda1 = EFI = Inicialização do sistema, com pelo menos 300MB
sda2 = FAT32 = para receber o Windows
sda3 = Swap = 4GB (vai que se resolva usar a função hibernar...)
sda4 = EXT2 = ponto de montagem /boot, com pelo menos 300MB
sda5 = EXT4 = para instalação do ubuntu, ponto de montagem /
sda6 = EXT4 = para a /home

A separação da /boot em uma partição EXT2 se justifica pelo fato de que por esse sistema de arquivos não possuir a função journaling (que permite ao Sistema Operacional manter um registro das mudanças recentes no disco, evitando que os arquivos se corrompam em caso de travamento ou falta de energia), a velocidade de leitura seria maior, o que seria vantajoso na inicialização, especialmente para a função fast boot do UEFI, enquanto que manter a /home em partição separada facilita muito numa eventual atualização de distribuição.

Como o ubuntu é suportado pelo UEFI, assim como acontece num dual boot entre MacOS e Ubuntu, se no particionamento de disco se fizer a opção de instalar o gerenciador de inicilização GRUB2 na partição com ponto de montagem /boot (em vez da raiz /), teoricamente, o gerenciador de inicialização do windows reconheceria a existência de um segundo sistema operacional seguro. Para, isso, em algumas versões da BIOS, é preciso alterar a opção de sistema operacional, de Windows para Outros.

Importante: Ao instalar o ubuntu e particionar para o windows, aconteceu algo curioso. Mesmo tendo separado a partição em fat32 e a partição EFI, ao instalar o Windows apareceu a mensagem que o sistema não podia ser instalado em tabela GPT. Como assim? O EFI que caracteriza o fast startup do Windows 8 depende desse formato. Ocorre que, se antes de começar a instalação, se a BIOS for configurada para desabilitar o UEFI, Secure Boot e habilitada para Legacy ou Lauch CSM, o Windows parece que entende que o particionamento é MBR, não reconhece a partição EFI e tenta emular um EFI, criando uma única partição.

Por outro lado, se instalar o Windows primeiro, nessa configuração, fica difícil instalar o ubuntu, porque o Windows ocupa duas partições primárias e faz isso em MBR. Ao instalar o ubuntu, não tem como colocar /boot, / e swap em partições primárias. Para resolver isso, é necessário:
1) Habilitar o UEFI, Secure Boot e FastBoot;
2) Instalar o Windows, excluindo a tabela de partições e já criando uma nova tabela, considerando as três partição necessárias para o ubuntu (boot, raiz e swap), porque se deixar como espaço não alocado e tentar particionar pelo live-usb do Ubuntu, existe um risco de corrupção devido ao fato de que o EFI controla as mudanças no disco e ele não está montado durante a sessão live-usb;
3) E o mais importante, que é desabilitar a função fast startup do Windows, porque essa função faz com que o HD não seja desligado completamente, impedindo que a tabela de partições seja visualizada na sessão live-usb (aparece como se fosse tudo espaço não alocado) e não reconheça que ali existe uma instalação do Windows

ubuntu e Windows, lado a lado...
Normalmente, se a pessoa não se irritou com o Windows8 ao ponto de querer removê-lo completamente, o processo automático, de instalar o ubuntu ao lado do Windows com redimensionamento de partições funciona, desde que:

1) Tenha feito a desfragmentação do sistema Windows antes de começar a instalação;
2) Se use uma versão do ubuntu igual ou superior a 13.04, sempre amd64.

Se a partição NTFS onde o Windows está instalado estiver fragmentada, o que normalmente acontece após a instalação e atualização, existe uma grande chance de corromper os arquivos. Se usar uma versão anterior do ubuntu, devido ao fato do Gparted ainda usar o padrão MBR, o redimensionamento automático acaba corrompendo a tabela de partições. Pelo sim, pelo não, para evitar problemas futuros, recomenda-se anotar o número de série do Windows, que não vem mais colado em etiqueta e sim gravado digitalmente na BIOS. Para tanto, existem aplicativos como wpkey, da Microsoft.

Sendo assim, para instalar o ubuntu ao lado da instalação original do Windows 8, basta desfragmentar o Windows antes de começar e usando um versão igual ou superior ao 13.04 amd64, seguir as opções do instalador, escolhendo a opção “instalar ao lado do Windows” e redimensionando as partições do Windows e Ubuntu de acordo com a necessidade. Depois de concluída, na inicialização, deve aparecer o menu do gerenciador de inicialização GRUB, com as opções de escolha entre Ubuntu, Recovery, Memory Test e Windows. (Na opção automática de instalação ao lado do Windows, a GRUB é instalado na raiz do HD)

Importante Depois disso, ao acessar BIOS, sem que o pendrive ou DVD esteja no notebook, nas opções de boot aparece Windows Boot Manager, Ubuntu e Ubuntu, todos EFI. Então, deve-se marcar os ubuntus como as primeiras opções (esqueci esse detalhe no processo e por achar que tinha falhado acabei perdendo tempo repetindo e estudando o que foi feito, quando na verdade, bastava ter desabiltado a função fast startup do Windows e marcado o ubuntu como primeira opção na BIOS...)

Instalação limpa, do zero
Os fabricantes de notebooks, assim como com os Smartphones, personalizam o sistema operacional do Notebook, modificações e aplicativos próprios, muitas vezes desnecessários. Além disso, mantém um espaço reservado para recuperação do Windows às condições de fábrica, que acaba diminuindo a disponibilidade de espaço do disco.
Seja por isso, seja porque a instalação anterior acabou por “ferrar” com o Windows, sempre haverá a opção de se instalar de novo, do zero.

Para tanto, deve-se inserir a mídia com a imagem do Ubuntu (pendrive ou DVD) no aparelho e depois acessar a BIOS, porque no UEFI o sistema faz uma leitura prévia dos discos antes e se a gaveta de DVD estiver vazia nem aparece a opção de iniciar pelo DVD.

Feito isso, inicia-se a instalação do ubuntu, já considerando a eventual instalação do Windows no particionamento e lembrando a necessidade de que a primeira partição seja de inicialização EFI.

Mesmo numa instalação limpa do ubuntu, sem dual boot com Windows, a lógica de particionamento da tabela GUID exige uma partição de inicialização, de pelo menos 35MB. Caso contrário, não seria possível usar os benefícios do fast boot do UEFI.

Antes de finalizar o particionamento é preciso definir o local para instalação do gerenciador de inicialização GRUB. Por padrão, o local vem marcado na raiz do HD (sda) . Se essa opção for mantida, pode haver corrupção na EFI ou necessidade de se reinstalar o GRUB  após a instalação do Windows, uma vez que o gerenciador de boot do Windows o corrompe.

Agora, se a opção de instalação do GRUB for definida para a partição /boot (ou a partição / do Ubuntu, se opção foi por não dividir /boot e /home em partições diferentes), algo como sda4, seria possível gerenciar a inicialização dos sistemas operacionais diretamente pela BIOS e pelo Bootloader do Windows, como nas dicas
http://askubuntu.com/questions/62440/is-it-possible-to-boot-ubuntu-using-the-windows-bootloader
http://askubuntu.com/questions/230878/dual-boot-windows-8-and-ubuntu-with-windows-8-boot-manager

Ou seja: se quer gerenciar pelo GRUB ou vai instalar somente o ubuntu, instale-o em /dev/sda. Se optar por gerenciar pelo Windows, instale o GRUB na partição do Ubuntu responsável pela inicialização (/ ou /boot, dependendo a opção de particionamento), alguma coisa como /dev/sda4.

Colocando uma Janela limpa
A instalação do Windows 8 não é um procedimento complicado e que seja assunto do nosso fórum. Contudo, existe uma curiosidade, que é de interesse público.

Muitas pessoas que compram notebooks com sistema Windows 8 embarcado e resolvem instalar o ubuntu, eventualmente, podem acabar corrompendo a instalação do Windows.

Para resolver isso, tem gente que simplesmente fecha essa janela e fica só com o Linux, enquanto outros recorrem à pirataria. Ocorre que os aparelhos com UEFI que vem com Windows embarcado não possuem mais aquela etiqueta com o serial colado no notebook. Em vez disso, existe uma gravação digital na BIOS, que não pode ser visualizada no setup.

O interessante disso é que se no futuro a pessoa quiser “substituir” o Windows 8 original por um Windows mais novo e pirata, o instalador apontará que o número de série não é compatível.

Contudo, existe um inconveniente. Se por algum motivo a pessoa precisar fazer a recuperação do Windows, por meio da mídia recovery gerada a partir do aplicativo do fabricante, esse processo removerá a instalação do ubuntu.
Ainda, se por algum motivo a pessoa perdeu a instalação do Windows e não fez essa mídia de recuperação, ao tentar fazer uma nova instalação a partir de uma imagem ISO, também haverá incompatibilidade com o serial.

Alguns tutoriais sugerem que a partir da edição de uma imagem do Windows 8 ISO e inserção de um arquivo de configuração ei.cfg dentro da pasta sources da imagem ISO, seria possível transformar essa imagem numa mídia de recuperação, que permitiria a reinstalação do sistema de forma personalizada, na partição planejada para isso. Para tanto, seria preciso conhecer a versão do Windows 8 e sua Edition ID.

O Windows 8 foi lançado nas versões 8 (também chamada Single Language, com Edition ID “Core”), Enterprise e Professional. A primeira seria básica, enquanto que a segunda seria destinada a empresas, com possibilidade de ativação em várias máquinas. A terceira seria a completa, com recursos multimídia e outros. Além dessas nomenclaturas, existem as definições Retail (que se refere ao DVD comprado na caixa), AIO (dos desktops All In One) e a OEM (Original Equipment Manufaturer, que vem embarcadas nos notebooks).

O que nos interessa saber sobre isso é que a maioria dos notebooks vendidos no Brasil vem com o Windows 8 na sua versão básica e que a Microsoft disponibiliza uma imagem ISO específica para OEM Single Language. Com essa imagem, ao se instalar o Windows 8, o instalador recupera o serial gravado na BIOS, como se fosse uma recuperação às definições de fábrica, mas permite que isso seja feito de forma personalizada, na partição que foi reservada para isso, sem o risco de apagar a instalação do ubuntu.

Considerações Finais
Por fim, concluída a instalação do Windows 8 e do Ubuntu, com UEFI, Secure Boot e FastBoot ativados e a função fast startup do Windows desativada, se o grub foi instalado corretamente na partição /boot, a primeira opção de unidade UEFI da BIOS será carregada com êxito. Se estiver marcado ubuntu, vai aparecer o menu do grub, se não, o Windows será iniciado automaticamente.

Se por engano a instalação do grub foi feita na raiz /dev/sda, será necessário recuperar o boot do Windows pelo DVD.

Observação: Se a opção foi a de gerenciar a inicialização pelo Windows, no caso do grub ter sido instalado na partição /boot ou /, esse procedimento não é necessário, sendo preciso que se adicione o ubuntu ao menu de entrada Windows, por meio do aplicativo EasyBCD, como na dica http://askubuntu.com/questions/230878/dual-boot-windows-8-and-ubuntu-with-windows-8-boot-manager

Observação2: O bootloader do Windows tem a aparência do sistema, com fundo azul, mas sempre colocará o Windows como padrão. Já o grub, com sua aparência espartana, tem mais opções. Assim, o mais lógico é usar o GRUB se o seu sistema operacional mais acessado for ubuntu e o Bootloader, se a preferência é o Windows.

Referências
http://www.vivaolinux.com.br/dica/Dual-boot-UEFI-Ubuntu-e-Windows-8
http://www.hardware.com.br/comunidade/mitos-definitivo/1340637/
http://ubuntuforum-br.org/index.php/topic,90799.0.html
http://ubuntuforum-br.org/index.php/topic,14614.0.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Master_Boot_Record
http://www.hardware.com.br/termos/mbr
http://pt.wikipedia.org/wiki/EFI
http://www.clubedohardware.com.br/artigos/A-Verdadeira-Importancia-do-BIOS-UEFI/2368
http://pt.community.dell.com/support-forums/software/f/78/t/33677
http://askubuntu.com/questions/230878/dual-boot-windows-8-and-ubuntu-with-windows-8-boot-manager

Informações sobre como obter a imagem ISO OEM original compatível
http://oarthur.com/2014/06/comprovado-obter-windows-8-sl-single.html
http://windows.microsoft.com/pt-br/windows-8/upgrade-product-key-only
http://pt.community.dell.com/support-forums/software/f/114/tags/Windows+8+Single+Language+download
chrome://mega/content/secure.html#!QI8kjKYR!G_SOUC7vZn5xB6K_bgY6AaEfIbo57ZzuJARoHwAhZg8


Samsung Ativ Book i3 - Ubuntu 20.04LTS

Renan Rischiotto

Nossa, ninguém comentou nesse tópico?

Belo tópico cara, parabéns!

lcom23

Está de parabéns !
Excelente tópico que será de grande ajuda a todos.
>HP Desktop
>Pentium(R) Dual-Core CPU E5300 @ 2.60GHz
>2 GB Ram

lucianox

CitarComo o ubuntu é suportado pelo UEFI, assim como acontece num dual boot entre MacOS e Ubuntu, se no particionamento de disco se fizer a opção de instalar o gerenciador de inicilização GRUB2 na partição com ponto de montagem /boot (em vez da raiz /), teoricamente, o gerenciador de inicialização do windows reconheceria a existência de um segundo sistema operacional seguro. Para, isso, em algumas versões da BIOS, é preciso alterar a opção de sistema operacional, de Windows para Outros.

Em Mac, o gerenciador de boot do UEFI só carrega SOs que estão em partições no formato HFS. Apesar de eu achar inconveniente, é possível criar uma partição dessa e colocar os .efi dentro dela, bless e voila.

O que eu tenho observado é que em instalações UEFI, mesmo que você selecione a partição do /boot, o instalador é inteligente o bastante para identificar automaticamente a partição EFI e colocar os arquivos de boot nela. Por exemplo /boot/efi/EFI/ubuntu.
Instalar o gerenciador de inicialização desta maneira que você disse funciona em tabelas de partição msdos onde você quer que o boot loader seja gerenciado por um outro SO sem que este que você está instalando faça bagunça. Existe outra opção ainda que é instalar a distro sem o boot loader mas só testei isso em modo BIOS. Veja novamente os links que você postou, as pessoas estão se referindo à instalação do Windows em modo BIOS com MBR.

CitarPor fim, concluída a instalação do Windows 8 e do Ubuntu, com UEFI, Secure Boot e FastBoot ativados e a função fast startup do Windows desativada, se o grub foi instalado corretamente na partição /boot, a primeira opção de unidade UEFI da BIOS será carregada com êxito. Se estiver marcado ubuntu, vai aparecer o menu do grub, se não, o Windows será iniciado automaticamente.

Se por engano a instalação do grub foi feita na raiz /dev/sda, será necessário recuperar o boot do Windows pelo DVD.
Eu já instalei o Ubuntu dual boot Windows 8 ambos em UEFI e instalei o grub em /dev/sda e no Setup ainda tinha a opção do Windows e do Ubuntu (grub) onde eu arrancava o Windows via grub ou ainda via opção de boot (F12).
O Ubuntu 11.04 e 11.10 tem um bug que apaga tudo da ESP, aí sim precisa recuperar o boot do Windows.
Oldschool

xluisfernando

Minha experiência com Mac foi pelo Hackintosh. Na época, estudava para concurso e precisava conhecer os sistemas operacionais mais comuns do mercado. Usei o Leopard e depois o Snow Leopard, instalados em um PC AMD athlon x2 64.

Para funcionar, tinha pré carregar alguns drives com um CD de Boot para depois iniciar pelo DVD da Apple, fazendo o particionamento do disco em GPT. Por padrão, esse particionamento reservava uma partição inicial, chamada pelo sistema de EFI, que era muito semelhante ao sistema usado pelo UEFI.

Pelo que sei, no iMac e no Macbook isso é um pouco diferente, pois o hardware não tem a interface BIOS e originalmente, seu bootloader, assim como do Windows, só lê o que é padrão do sistema.

Nessa experiência, na qual instalei MacOSX, Ubuntu e Windows 7, na mesma máquina, eu fazia o gerenciamento de boot por um aplicativo chamado chameleon RC5.

Trata-se de um bootloader pensado para ser mais amplo, que reconhece Linux, Solaris, BSD e Windows.

Nessa época (2009-2010), pude verificar que o EFI se comunica muito bem com o bootloader, ao ponto das opções de boot serem dinâmicas. Um dos HDs estava falhando e eventualmente, parava de funcionar e não era reconhecido pelo sistema. Então, sempre que  o computador era iniciado, na opção de boot (um menu gráfico, com ícones dos sistemas a serem escolhidos), o sistema instalado no HD defeituoso aparecia como opção ou deixava de ser exibido, conforme o fato de ter sido reconhecido ou não, em virtude desse defeito.

Para efeito de comparação, o menu do grub fixa as coordenadas dos discos no momento em que se comanda o update-grub e se por algum motivo o HD falhar, aparece uma mensagem de erro na tela preta.

Usei isso, para estudo, por três anos e acabei optando por ficar somente como o Ubuntu mesmo. Pelo que percebi, para que tudo funcionasse bem, eu precisava instalar o grub na partição onde o Ubuntu foi instalado; não na raiz.

Com isso, o chameloen RC5 lia as informações da EFI e exibia o menu gráfico. Na oportunidade que instalei o grub na raiz, o chameleon não reconhecia o Ubuntu. Com o UEFI, talvez essa limitação tenha sido resolvida, mas optei por instalar o grub na partição, em vez da raiz.

Sobre a questão das tabelas de partição, para EFI e UEFI, é obrigatório o uso do GPT. Contudo, por conta do security boot do UEFI, se a distribuição não for homologada (pelo que sei, as versões mais recentes do Ubuntu e Fedora são homologadas), não é possível usar o UEFI, que precisa ser desabilitado na BIOS.

Nas distribuições não homologadas e antigas, por padrão, o GParted lê e monta o disco como tabela MBR. Assim, não funciona instalar a distro não homologada antes e tentar instalar o Windows 8 ou 10 depois, pois eles exigem o GPT. E pior, se tentar ler o disco com a instalação do Windows 8 ou 10, com UEFI desabilitado, em uma sessão live-CD de distro não homologada, existe o risco de corromper a tabela de partições, pois essas distros tentam ler o disco como MBR e a tabela é GPT.

Na experiência que fiz com o Mac Hackintosh, perdi uma instalação por corrupção de disco, quando carreguei o sistema por live-CD e e montei a partição do Mac, para entender a estrutura dos diretórios ocultos. Ao terminar e reiniciar, o sistema estava perdido e tive que formatar. Não sei se o UEFI é mais flexível quanto a isso, mas tenho lido alguns comentários de pessoas que perderam a instalação do Windows ao tentar instalar o ubuntu não homologado.

Quando comprei o Notebook com Windows 8, de imediato tentei instalar o Ubuntu como dual boot, desabilitando o UEFI Security Boot. Terminada a instalação, o menu do grub exibia a entrada do Windows, mas ela não funcionava. Na época, que removi o Windows e fiquei só como o Ubuntu mesmo (12.04LTS). Mais tarde, quando precisei do Windows, por especificidades do serviço, resolvi tentar entender o que estava acontecendo e depois de muita pesquisa, encontrei uma solução, descrita no tutorial.

O fato é que a coexistência de sistemas diferentes com diferentes sistemas de arquivo é algo fora do comum e sujeito a erros. E, a gente aprende muito com os erros.
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lucianox

O procedimento genérico para a instalação de um boot loader EFI é assim:
- copiar os arquivos para a ESP
- registrar o boot loader na EFI

O que eu ainda não entendo é como este procedimento pode ser diferenciado de uma instalação na raiz ou na partição visto que a EFI busca os arquivos de boot somente na partição ESP.
Isso pode ter sido mudado mas no momento em que escrevo, o instalador do Ubuntu faz aquilo que escrevi no post anterior.

Se você tem o seguinte cenário: uma instalação de uma distro não homologada instalado e usando com o secure boot desligado e um Windows 8+ previamente instalado. Para iniciar o Win não é só ligar o secure boot de novo?

xluisfernando, o particionador "não-ciente" de GPT é capaz de corromper a tabela ao ler um disco GPT? Por que?

O EFI da Apple é o EFI 1.x e o dos PCs é UEFI (que é um EFI 2.x).
Teoricamente fazem a mesma coisa mas a implementação do EFI da Apple é diferente em alguns aspectos. Por exemplo ele pode dar boot de uma partição que não seja a ESP. E os antigos Mac intel tinham o processador 64-bit e a EFI 32-bit.
Oldschool

xluisfernando

lucianox

A raiz do HD é a linha inicial, onde se registra o cabeçalho com as partições e suas delimitações. A ESP e a EFI seriam então partições, localizadas depois desse registro. Em tese, se você instala do grub na raiz, antes das partições, o bootloader da EFI poderia não localizar essa referência.

Acho que é por isso que a instalação Linux não era reconhecida pelo chameleon, naquela instalação com Mac, Linux e Windows, nas vezes que eu instalei o grub na raiz. Quando instalei na partição, não houve problema.

Sobre a questão da corrupção, não sei se por falha no HD, quando montei o disco GPT em uma sessão live CD com distro pré-UEFI (na épóca, Ubuntu 10.04LTS), ao acessar o conteúdo da partição do sistema do Mac tive esse problema. O que tenho certeza é que, se montar um disco GPT em sessão live-CD de distro não homologada, que usa padrão MBR, se tentar editar as partições, criando ou redimensionando, a corrupção é certa.

Acredito que as informações do cabeçalho da trilha zero do disco sejam gravadas de forma diferente nos modelos MBR e GPT e ao editar com uma ferramenta padrão MBR uma partição em disco GPT, a linguagem dessa edição não seria compreendida pelo sistema MBR, que perderia  a capacidade de ler os cabeçalhos e entender onde começam e terminam as partições. Nesse caso, só formantando e todo conteúdo seria perdido.
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Ricardo Ferreira

Pessoal, muito útil o tópico.

E na hipótese do uso de um SSD, com os SO's e arquivos em geral? Sem HD convencional.

Por exemplo, quero montar uma máquina do zero, só com um SSD, instalar duas distros ( Kubuntu e Mint ) e o rwindows.
Vamos lutar sempre pelo software livre!

xluisfernando

Citação de: Ricardo Ferreira online 25 de Setembro de 2015, 09:12
Pessoal, muito útil o tópico.

E na hipótese do uso de um SSD, com os SO's e arquivos em geral? Sem HD convencional.

Por exemplo, quero montar uma máquina do zero, só com um SSD, instalar duas distros ( Kubuntu e Mint ) e o rwindows.

Acredito que não teria diferença.

O fato de ser HD ou SSD, para o EFI ou UEFI não haveria problemas. A dificuldade seria com o particionamento.

Para aproveitar ao máximo o desempenho do SSD seria interessante usar a partição /boot separada, em formato EXT2. Isso porque o EXT2, por não contar com o Journaling, é mais rápida que o EXT4. Por ser uma partição de arquivos de sistema, que não são alterados toda hora, não haveria problemas de corrupção de arquivo.

Contudo, fazer isso com duas distros linux e o Windows ia requerer um planejamento. Algo como instalar o Windows primeiro e pelo particionador do windows mesmo dividir o disco na quantidade de partições necessárias

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Ricardo Ferreira

Ok Fernando.
Também acho melhor usar o particionador do windows. No caso é prudente desfragmentar para não correr risco de perder dados do windows.
É como já li em outro tópico. Melhor usar para desfazer, quem fez.
Mas há quem use o Gparted.
Se alguém puder acrescentar mais informações, sempre será útil.
Vamos lutar sempre pelo software livre!

xluisfernando

O GParted, até a versão 12.04LTS era padrão MBR e causava o problema de corrupção do disco, no particionamento de uma instalação em que já existia o Windows 8 instalado. Realmente, é recomendado desfragmentar o disco antes, para evitar problemas
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