LibRetro acusa emuladores do RetroN 5 de violarem licença GPL

Iniciado por MatheusWillder, 30 de Setembro de 2014, 18:38

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MatheusWillder

Não sei se o assunto é relevante o suficiente, mas achei interessante compartilhar essas informações com vocês.

CitarNos últimos anos a Hyperkin ganhou a atenção dos jogadores mais saudosistas ao passar a fabricar consoles que rodam cartuchos de antigos videogames e depois de muitos problemas no seu desenvolvimento, o RetroN 5 inclusive chegou a ser prometido para chegar ao Brasil, mas nunca o vi à venda por aqui.

O que muitos não podiam imaginar é que o interessante aparelho estaria violando diversas licenças de emuladores, como o Genesis Plus GX e o SNES9x Next, e quem fez a denúncia foi o grupo RetroArch. Segundo eles, ambos os programas possuem licenças que os impedem de ser utilizados com fins comerciais, o que evidentemente acontece com o videogame. [...]

http://meiobit.com/299526/grupo-diz-que-emuladores-retron-5-violam-licenca-gpl/

Citei o artigo acima apenas para citar alguma informação em português, o interessante mesmo está no artigo original do pessoal do LibRetro, aqui: http://www.libretro.com/index.php/retroarch-license-violations/

Entendo pouco em relação à GPL e licenciamento, e o pouco que aprendi foi com o tópicos daqui mesmo do fórum. Levando em conta essa violação de licença, o que pode ser feito contra a empresa por trás do videogame?

Sergio Benjamim

A empresa do console fere várias licenças...

Começando pela GPLv3: há (ou havia?) código do RetroArch no frontend usado no console, e como o RetroArch é licensiado pela GPLv3, que proíbe tivoização de software, pode dar problema para eles. Isso se a FSF resolver entrar na justiça e representar legalmente os desenvolvedores do libretro/RetroArch. Se a justiça se mostrar favorável aos devs do retroarch, a empresa vai ter que fazer o quê? Mostrar o código pra comprovar que não há mais código sendo usado? Ou mostrar o código mais antigo? A empresa liberou o código fonte dos núcleos dos emuladores, mas não do frontend...

Outra questão é a comercialização do produto com software não comercializável, como os núcleos do Genesis Plus GX e Snes9X. Os desenvolvedores originais teriam que entrar na justiça por conta própria, já que a licença não tem relação com GPL. O genesis plus gx tem parte do código com copyright dos desenvolvedores do MAME (Nicola Salmoria e outros)... que também não é comercializável.

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Já vi muita gente falando besteira aí pela internet... sinceramente, esse pessoal deveria ter um mínimo de consideração pelos desenvolvedores, que na maioria das vezes não ganha um centavo em troca, não fosse eles essas pessoas não estariam jogando seu joguinho no emulador.
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MatheusWillder

#2
Meu pensamento nunca foi exatamente "compatível" com a natureza livre. Nunca concordei com a maioria das licenças OpenSource permitirem que outros ganhem em cima de seu trabalho.

Citação de: Sergio Benjamim online 30 de Setembro de 2014, 20:52
Já vi muita gente falando besteira aí pela internet... sinceramente, esse pessoal deveria ter um mínimo de consideração pelos desenvolvedores, que na maioria das vezes não ganha um centavo em troca, não fosse eles essas pessoas não estariam jogando seu joguinho no emulador.

Nesse caso, acho justo ganhar algo, mas não acho correto. Temos que considerar que o emulador é baseado em algum hardware/sistema, que em 99,9% dos casos é proprietário.

Obrigado pela resposta  :)

Sergio Benjamim

Citação de: MatheusWillder online 01 de Outubro de 2014, 08:20
Meu pensamento nunca foi exatamente "compatível" com a natureza livre. Nunca concordei com a maioria das licenças OpenSource permitirem que outros ganhem em cima de seu trabalho.

Citação de: Sergio Benjamim online 30 de Setembro de 2014, 20:52
Já vi muita gente falando besteira aí pela internet... sinceramente, esse pessoal deveria ter um mínimo de consideração pelos desenvolvedores, que na maioria das vezes não ganha um centavo em troca, não fosse eles essas pessoas não estariam jogando seu joguinho no emulador.

Nesse caso, acho justo ganhar algo, mas não acho correto. Temos que considerar que o emulador é baseado em algum hardware/sistema, que em 99,9% dos casos é proprietário.

Obrigado pela resposta  :)

Eu acho válido alguém ganhar, distribuindo o software, contanto que uma porcentagem volte para o upstream (os desenvolvedores de fato). Por exemplo, o GNU Octave na loja do Android Google Play tem opção para doações, que vão para o cara que está distribuindo; no caso, ele teve um trabalho para portar e deixar utilizável para Android. E os próprios desenvolvedores originais permitem (vi em um mailing list).

No caso de emuladores, aí o buraco é mais embaixo. Como você disse, o emulador é baseado em hardware proprietário, as empresas detém o copyright no console. Embora exista jurisprudência à favor de quem faz o emulador, se eu fosse um desenvolvedor pensaria 10x antes de querer cobrar algo, eu que não gostaria de arrumar encrenca com Sony, Nintendo e outros.

O que você mais vê no Google Play é gente se aproveitando da GPL, ficam no "a GPL permite ganhar dinheiro, então eu vou ganhar". Não contribuem nada para o upstream, nem em dinheiro e nem patches de correção de bugs... o Mupen64plus AE é um exemplo disso, tem um monte de clones pagos (contei 11 clones da última vez, alguns pagos, outros gratuítos mas com propagandas)... e ninguém contribue de volta. E por ser emulador, há várias questões de poder ou não ganhar em cima. Emulação é uma área "cinza" da jurisprudência.
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