Autor Tópico: O Linux não é o Windows  (Lida 17422 vezes)

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O Linux não é o Windows
« Online: 03 de Setembro de 2013, 08:43 »
Esta dica é longa, mas sua leitura é altamente recomendada, para aqueles que querem passar para o Linux. Isto evitará inúmeras frustrações.

Observação preliminar: Esta dica é tirada do artigo O Linux não é o Windows - tradução do original, em inglês sob Licença CreativeCommons (by-nc-sa)

O Linux não é o Windows

Comentário de Fabien Noir de Chazournes:

" Há algumas semanas, eu descobri uma super página web. Na verdade, é uma página que mata os trolls e deve poder responder a 75% das questões existenciais, que as pessoas postam nos fóruns, sobre o objetivo do Linux. O conteúdo faz a gente pensar. É comprido, mas quando você pensa nos gigabytes de discussões sem fim, aos quais esta página responde, talvez não seja tanto assim, finalmente.

Eu passei muitas horas trabalhando e revisando, mas ainda deve haver erros. Se você tiver quaisquer correções, entre em contato comigo (em breve criarei uma página de contato).

E por favor, não hesite em encaminhar este link "


Dica traduzida:

No seguinte artigo, eu me refiro ao sistema operacional GNU/Linux e aos diversos projetos de softwares livres e Open Source que, de um modo geral, chamamos de "Linux". É mais simples e curto.

Sobre o assunto

Se você foi direcionado para esta página, então é provável que você seja um usuário relativamente novo do Linux, que está com alguns problemas para mudar do Windows para o Linux. Isto gera muitos problemas para muitas pessoas, e é o que levou à publicação deste artigo. Muitas perguntas bobas, muito diferentes, resultam deste problema simples. Assim, a página é dividida em vários temas importantes.

[NdT: Resto do glossário: SO = Sistema operacional; SL = Software livre]
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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #1 Online: 03 de Setembro de 2013, 08:44 »
Problema #1: O Linux não é exatamente igual ao Windows.

Você ficaria espantado com o número de pessoas que se queixam assim. Eles passam pro Linux, na esperança de encontrar uma versão gratuita e Open Source do Windows. É assim que os usuários zelosos do Linux os descrevem. No entanto, é uma esperança vã.

As razões específicas por que as pessoas migrem para o Linux variam, mas a maior delas é: eles esperam que o Linux seja melhor que o Windows.

As variáveis gerais para medir o sucesso de uma coisa são o custo, a escolha, o desempenho e a segurança. Existem muitas outras. Mas qualquer usuário do Windows que tente o Linux, o faz porque ele espera que seja melhor do que aquilo que eles têm.

É aqui que mora o problema.

Logicamente, é impossível para qualquer coisa, ser melhor do que outra, quando ela é idêntica. Uma cópia pode ser igual, mas ela nunca pode ultrapassar o original. Assim, quando você deu uma chance ao Linux na esperança de que ele fôsse melhor, você esperava, é óbvio, que ele fosse diferente. Muitas pessoas esquecem isso, e consideram cada diferença entre os dois sistemas como uma falha do Linux.

Um exemplo simples: pense nas atualizações dos drivers: geralmente, você melhora um driver de hardware no Windows indo no site do fabricante e baixando o novo driver; enquanto que no Linux você atualiza o kernel.

Isso significa que um download e uma atualização, só do Linux, original te dará os mais recentes drivers para sua máquina, enquanto que no Windows você terá que navegar em vários sites e baixar todas as atualizações, individualmente. É um processo bem diferente, mas não é ruim. Mas muita gente reclama porque eles não estão acostumados com isso.

Ou, outro exemplo para que você entenda melhor. Pense no Firefox: Uma dos maiores sucessos da história do Open Source. Um navegador da Web que tomou conta do mundo. Ele conseguiu esse sucesso imitando perfeitamente o Internet Explorer, o navegador que era, até então, o mais popular?

Não. Ele fez sucesso porque era melhor do que o IE, e era melhor porque era diferente. Ele tinha a navegação por guias, bookmarks, feeds, barra de pesquisa integrada, suporte para PNG, extensões adblock, e outras coisas maravilhosas. O recurso de busca aparecia embaixo e buscava, durante a digitação, ficando vermelho quando não havia nenhum resultado.

O IE não tinha tabs, nenhuma funcionalidade RSS, barras de busca só graças às extensões criadas pelos editores de outros softwares, e uma janela de pesquisa que exigia um clique no " OK ", para iniciar a busca, e um clique em " OK ", para enviar a mensagem "Não encontrado. Uma demonstração clara e inatacável de um aplicativo Open Source, encontrando sucesso já que é melhor e, sendo melhor por ser diferente. [Nota do tradutor: hoje tem o IE7, que é apenas uma atualização em relação à concorrência. Eles não entenderam nada na MS]. Se o Firefox era um clone do IE, ele já teria desaparecido. E se o Linux fosse um clone do Windows, a mesma coisa teria acontecido.

Assim sendo, a solução para o problema # 1: Lembrar-se de que onde o Linux é familiar e semelhante ao que você está acostumado, não se trata de uma recuperação melhorada. Bem-vindo a um mundo onde as coisas são diferentes, porque só em outro lugar temos a chance de brilhar.
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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #2 Online: 03 de Setembro de 2013, 08:45 »
Problema #2: O Linux é bem diferente do Windows

Esse problema surge quando as pessoas esperam que o Linux seja diferente, mas veem que algumas diferenças são muito radicais para o seu gosto. O maior exemplo disso é, provavelmente, a quantidade, quase infinita, de opções disponíveis para os usuários do Linux. Enquanto que o usuário típico de um Windows, novinho em folha, tem o desktop Classic ou XP com o Wordpad, Internet Explorer e Outlook Express instalados, o usuário de Linux, também novinho em folha, deve escolher entre centenas de distribuições, Gnome ou KDE ou Xfce ou Fluxbox ou outras, com vi ou emacs ou kate, Konqueror ou Opera ou Firefox ou Mozilla, e assim por diante.

Um usuário do Windows não está acostumado a tantas opções, só para inicializar. Os posts exasperados nos fóruns do tipo "Ele precisa ter tantas opções?" tornaram-se muito comuns.

O Linux deve realmente ser tão diferente do Windows? Afinal, eles são dois sistemas operacionais. Ambos fazem o mesmo trabalho: Ligar o seu computador e te dar alguma coisa para executar os aplicativos nele. Eles não deveriam ser mais ou menos idênticos?

Encare o problema desta forma: olhe pela janela e dê uma olhada em todos os veículos na rua. Todos os veículos são feitos com, mais ou menos, o mesmo objetivo: levar você de A para B através das estradas. Observe a variedade nas concepções.

Mas, você pode dizer que as diferenças entre os carros são bem menores: todos têm um eixo de direção, controles por pedal, uma caixa de câmbio, freio de mão, janelas e portas, um tanque de gasolina. Se você pode dirigir um carro, você pode dirigir qualquer carro!

Não deixa de ser verdade. Mas você não percebeu que, algumas pessoas, ao invés de dirigir carros, dirigem motos?

A mudança de uma versão do Windows para outra é como mudar de carro. Do Win95 ao Win98, honestamente, eu não vejo diferença. Do Win98 ao WinXP, houve um pouco mais de mudança, mas nada muito significativo. [Nota do Tradutor: Isto também se aplica a transição do XP para o Vista].

Mas, passar do Windows para o Linux é como trocar o carro por uma moto. Ambos são veículos motorizados. Ambos usam o mesmo material e as mesmas estradas. Ambos podem te proporcionar um ambiente para executar aplicativos/te transportar de A para B. Mas, eles usam abordagens fundamentalmente diferentes para fazê-lo.

Windows/carros não são seguros contra vírus/roubo a menos que você instale um antivírus/ feche todas as portas. Linux/motocicletas não têm vírus/portas e são, perfeitamente, seguros sem que você precise instalar um antivírus/fechar as portas.

Ou, outra maneira de ver as coisas:

Linux/carros foram projetados para múltiplos usuários/passageiros. Windows/motos foram projetados para um único usuário/passageiro. Todo usuário do Windows/motoqueiro tem o hábito de estar totalmente no controle do seu computador/veículo, a qualquer hora. Um usuário do Linux/passageiro está acostumado a comandar apenas quando ele está conectado em Super Administrador/no banco do motorista.

Duas abordagens diferentes para realizar a mesma coisa. Eles diferem fundamentalmente. Eles têm diferentes pontos fortes e pontos fracos: o carro é mais indicado para o transporte de uma família e um grande carregamento de A para B: Mais assentos e mais espaço de armazenamento. A moto é melhor para transportar uma pessoa de A para B: é mais apropriada para os engarrafamentos e consome menos combustível.

Há muitas coisas que não mudam quando você passa de um para outro: Você ainda tem que botar gasolina no tanque, você deve dirigir nas mesmas estradas, você deve obedecer aos sinais de trânsito, Você tem deve usar o pisca-pisca antes de dobrar, você também deve obedecer aos limites de velocidade.

Um motociclista que dirige um carro inclinando-se nas curvas vai, rapidamente, entrar em apuros. E os usuários do Windows que tentam usar suas qualificações e habilidades existentes são, frequentemente, os primeiros a ter problemas. Na verdade, as pessoas que nunca utilizaram o Windows são, frequentemente, as que se adaptam e aprendem mais rapidamente e, melhor do que os usuários mais antigos. Tipicamente, os argumentos mais veementes, que dizem " Linux não está pronto para o computador de escritório", veem dos usuários experientes do Windows, que dizem que, se eles não podem passar para o Linux, um novato o fará jamais. Na verdade, é exatamente o contrário da verdade.

Assim, para evitar o problema # 2: Não achar que, como grande conhecedor do Windows, você será um usuário avançado do Linux: ao utilizar o Linux pela primeira vez, somos todos igualmente inexperientes.
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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #3 Online: 03 de Setembro de 2013, 08:46 »
Problema #3: O choque de culturas


Subproblema #3a: Há uma cultura

Os usuários do Windows estão, mais ou menos, em uma relação de fornecedor-cliente: eles pagam o software, por garantias, pelo apoio, e assim por diante. Eles esperam que o software tenha algum nível de rentabilidade. Eles estão tão acostumados a ter direitos com o seu software: eles pagaram o apoio técnico e teem todos os direitos de exigí-lo. Eles também estão mais acostumados a lidar com empresas do que com gente: Eles assinam contratos com uma empresa, não uma pessoa.
Os usuários do Linux são mais organizados em uma espécie de comunidade. Eles não precisam comprar o software, eles não têm suporte técnico para pagar. Eles baixam os softwares gratuitamente e usam as caixas de mensagens instantâneas e os fóruns da web, para obter ajuda. Eles lidam com pessoas, não empresas.

Um usuário do Windows vai ser odiado se ele mudar seus hábitos de usuário do Windows e passar para o Linux.

A maioria dos conflitos é encontrada nas trocas on-line: um novo usuário do Linux pede ajuda sobre um problema. Quando ele não consegue obter um auxílio que ele julgue aceitável, ele começa a reclamar e exigir mais ajuda, porque ele estava acostumado com isso, pagando por um serviço técnico após venda. O problema é que este não é um suporte pago. É um grupo de voluntários dispostos a ajudar as pessoas, gratuitamente. O novo usuário não tem direito de exigir nada deles, assim como um mendigo não pode pedir mais aos que o ajudam.

Mais ou menos da mesma forma que um usuário do Windows, que está acostumado a usar softwares comerciais. As empresas não vendem um software antes que ele seja confiável, funcional e fácil de usar. Em todos os casos, este é o esperado: o software sai na versão 1.0.

Os softwares do Linux, no entanto, tendem a emergir, gradualmente, à medida que o código é escrito, desde o início: eles começam na versão 0.1. Desta forma, as pessoas que precisam da funcionalidade podem obtê-lo, imediatamente; os desenvolvedores interessados podem se implicar ajudando a melhorar o código e a comunidade inteira pode ficar a par do que está acontecendo.

O usuário "3a", que tem problemas, vai reclamar: O software não cumpriu as suas próprias normas, que ele acha ter o direito de exigir. E não são respostas sarcásticas como "Se eu fosse você, eu exigiria um reembolso" que vão ajudar.

Assim, para evitar o problema # 3a: Basta lembrar que você não pagou o desenvolvedor que escreveu o software, nem a comunidade que o está testando (ou não), para ajudá-lo. Eles não te devem nada
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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #4 Online: 03 de Setembro de 2013, 08:47 »
Subproblema #3b: Os antigos X Os Jovens

Linux, como hobby do hacker (um hacker é alguém que procura erros, ou melhorias a serem feitas, e os resolve; nada a ver com um cracker, que é nocivo). Ele evoluiu e começou a atrair, cada vez mais, os hackers amadores. Houve um tempo, só um geek teria tido a chance de ter uma instalação utilizável do Linux, funcionando bem. O Linux começou com a filosofia "por geeks, para geeks. E ainda hoje, a maioria dos usuários experientes no Linux são geeks.

E é uma coisa boa: Em caso de falha de hardware ou software, ter um grande número de geeks disponíveis para tentar encontrar a solução é, indiscutivelmente, um trunfo.

Mas hoje, o Linux cresceu. Há distribuições que quase todo mundo pode instalar (nota do tradutor: Como o Ubuntu, por exemplo...), e até os liveCD que detectam todo o seu hardware para você, sem qualquer intervenção. Linux tornou-se atraente para os usuários "não geeks" só porque ele é gratuito e não tem vírus. Não é raro que haja atrito entre os dois campos. É importante considerar, entretanto, que não há nenhuma maldade real de ambos os lados: é a falta de compreensão que causa problemas.
De um lado, você tem os verdadeiros geeks que ainda acreditam que todos os usuários do Linux são geeks. Isto supõe que eles esperem um alto nível de conhecimento da parte do seu interlocutor, deixando os "jovens" acreditarem que os antigos são arrogantes, elitistas e mal-humorados. E, para ser honesto, às vezes, é verdade. Mas raramente: é elitista dizer que "todo mundo deveria saber isso - o que é muito diferente.

Face a isso, você tem novos usuários provenientes dos Sistemas Operacionais pagos. Esses usuários estão acostumados com softwares que qualquer pessoa pode usar, desde a abertura da caixa com o CD.

É aí que está a diferença, já que o primeiro grupo é composto por pessoas que gostam de desossar o seu sistema e reconstruí-lo ao seu gosto, de forma personalizada. Enquanto que o segundo grupo não está nem aí para saber como o sistema funciona, contanto que ele funcione.

Poderíamos traçar um paralelo com o Lego. Considere o seguinte:

O Jovem: Eu queria um carro novo pequeno, mas todo mundo fez mil elogios aos carros Lego. Então, eu comprei Lego, mas quando eu voltei pra casa, encontrei-me diante de uma pilha de tijolos e de cones na caixa. Onde está o meu carro?

O Velho: Você deve construir o seu carro usando os tijolos. É a particularidade do Lego.

O Jovem: O quê? Eu não sei construir um carro. Eu não sou um manual. Como vou saber montá-lo sozinho?

O Velho: Tem um manual na caixa. Ele te indica, exatamente, como utilizar os tijolos para construir um carro. Você não precisa entender, basta seguir as instruções.

O Jovem: Ok, eu encontrei as instruções. Mas vai levar horas! Porque eles não vendem um carro já equipado, em vez de nos obrigar a construí-lo?

O Velho: Porque ninguém quer fazer um carro com Lego. Eles podem ser montados em algo que nos agrada. É a particularidade do Lego.

O Jovem: Eu ainda não vejo por que eles não podem fornecer um monte de carros, assim, os que quiserem um carro terão um carro, e os outros, podem desmontá-lo para fazer o que quiserem. Eu finalmente montei um, mas algumas peças se movem, de vez em quando. O que posso fazer? Posso colocar um pouco de cola

O Velho: É Lego. Ele foi projetado para ser desmontado. É a particularidade do Lego.

O Jovem: Mas eu não quero que ele seja desmontado. Eu só quero um carro.

O Velho: Bah, porque você comprou uma caixa de Lego, então?

É claro para todo mundo que o Lego não foi feito para aqueles que procuram um carro. Você não verá conversas como essa na vida real. A particularidade do Lego é que você se diverte construindo e, depois, você pode fazer o que quiser com ele. Se você não gosta de montar, você não tem nenhum interesse em comprar um Lego. Isso é óbvio.

No que diz respeito a um usuário experiente, o mesmo pode se aplicar ao Linux; A fonte é aberta e totalmente personalizável. Esta é a sua peculiaridade. Se você não gosta de mexer, pelo menos um pouco, por que usá-lo?

Mas houve muito esforço feito para recuperar o atraso do Linux com os não-hackers, situações que não estão longe das caixas de Lego pré-montadas, para atingir mais pessoas. (Nota do Tradutor: São as distribuições). Assim, você ouve conversas não muito distantes das que acabamos de mostrar: os recém-chegados se queixam da presença de módulos, que os usuários experientes consideram como dispositivos fundamentais e são enviados às páginas do manual. Mas, se queixar de muitas distribuições, ou dizer que tal software tem opções de configuração demais, ou que não funcionam direito no primeiro uso, é como reclamar que Lego possa ser transformado em modelos demais, e não gostar do fato de que ele possa ser decomposto em tijolos e ser montado em muitas outras coisas.

Assim, para evitar o problema #3b: Lembre-se que o Linux não é mais o que ele era no passado. A parte mais importante da comunidade Linux, hackers e desenvolvedores, gostam do Linux porque ele pode se adaptar às suas necessidades, eles gostam dele devido ao princípio de reunir tudo, de compilar. Mas ninguém é obrigado a fazer como eles
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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #5 Online: 03 de Setembro de 2013, 08:47 »
Problema #4: Projetado para o desenvolvedor

Na indústria automobilística, você verá poucos carros onde a mesma pessoa concebeu o motor e o interior: isto requer habilidades totalmente diferentes. Ninguém quer um carro que só tenha aparência de ser poderoso, e ninguém quer um interior que funcione super maravilhosamente bem, mas que seja estreito e feio. Da mesma forma, na indústria de software, a interface de usuário (UI) não é criada pela mesma pessoa que escreveu o software.
No mundo do Linux, no entanto, não encontramos exatamente a mesma coisa: geralmente, os projetos começam sendo a criação pessoal ou o "brinquedo" de uma única pessoa. Ele faz tudo sozinho então, para ele, a interface não precisa de nenhum sistema para facilitar seu uso: o usuário sabe tudo sobre o software, e não precisa de ajuda. Vi (Nota do tradutor: Um editor de texto em linha de comando) é um bom exemplo de software criado, deliberadamente, para usuários avançados que já sabem como ele funciona: não é incomum que os novos usuários reiniciem seus computadores porque eles não sabem como sair do Vi.

No entanto, há uma diferença significativa entre um programador de software livre e a maioria dos editores de softwares comerciais: o software que um programador de software gratuito criou é um software que ele pretende utilizar. Então, mesmo se o resultado final não for muito confortável para o iniciante, ele tem a vantagem de atender melhor às necessidades do usuário, já que ele foi escrito justamente para isso: O codificador é, antes de tudo, um usuário. É muito diferente dos editores de softwares comerciais, que fazem o software para que outros o utilizem: eles não são usuários face à realidade.

Assim, se Vi tem uma das interfaces mais feias e é horrível para um novato, ele ainda está em uso hoje, por que é uma interface excelente, uma vez que você sabe como ela funciona. Firefox foi criado por pessoas que passam suas vidas na web. Gimp foi criado por pessoas que, frequentemente, lidam com imagens. E assim por diante.

Assim, as interfaces do Linux são, na maioria das vezes, um campo minado para um novato: Apesar da sua popularidade, Vi não deveria ser usado por um iniciante que só quer fazer algumas mudanças rápidas em um arquivo. E se você estiver usando um software no início do seu ciclo de vida, uma interface agradável e fácil de usar é algo que você pode encontrar apenas na lista de "Coisas a serem feitas": a funcionalidade é uma prioridade. Ninguém projeta uma interface maravilhosa e depois tenta adicionar as funcionalidades, de forma gradual. Eles criam a funcionalidade e, em seguida, melhoram a interface, pouco a pouco.

Assim, para evitar o problema # 4: Procurar um software que vise, principalmente, os novos usuários e que seja fácil de usar, ou aceitar que o software seja mais difícil do que aquele com o qual você está acostumado. Reclamar que o Vi não é fácil para novos usuários é fora de qualquer realidade.
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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #6 Online: 03 de Setembro de 2013, 08:48 »
Problema #5: O mito do "uso fácil"

É uma parte importante. É um fator de escolha muito significativo no mundo da informática, "fácil de usar". Mas é um motivo ruim.

O conceito básico é bom: o software foi projetado com as necessidades do usuário em mente. Mas sempre nos dizem que um software, atendendo as necessidades dos usuários é fácil de usar. Isso não é verdade.

Se você gasta todo o seu tempo lidando com arquivos de texto, o software ideal deverá ser rápido e poderoso, permitindo-lhe realizar a quantidade máxima de trabalho com o mínimo esforço. Os atalhos de teclado simples e a não-utilização do mouse são de suma importância.

Mas se você edita, muito raramente, os seus arquivos de texto e só quer escrever uma carta, de modo ocasional, a última coisa que você quer é lutar com o estudo dos atalhos de teclado. Os menus bem organizados e os ícones claros nos menus são seus aliados mais valiosos.

Claramente, o software projetado em torno das necessidades do primeiro usuário não vai convir para o segundo, etc. Então, como um programa pode ser chamado de "fácil de usar," se todos nós temos necessidades diferentes?

A resposta é simples: fácil de usar é um termo mal utilizado e faz passar qualquer coisa de simples por complicado.

O que significa realmente "fácil de usar"? Isso depende do contexto, o software "fácil de usar" significa que o "software que pode ser operado, a um nível razoável, por um usuário sem nenhuma experiência anterior". Isso tem como efeito colateral, uma interface super feia, mas com a expectativa de um estatuto "fácil de usar".
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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #7 Online: 03 de Setembro de 2013, 08:49 »
Subproblema #5a: O familiar é amigável

Assim, na maioria dos editores e processadores de textos "fáceis de usar", copiamos e colamos com o Ctrl-X e o Ctrl-V. Absolutamente não intuitivo, mas todo mundo está acostumados com essas combinações, que podemos chamar de "amigável".

Assim, quando alguém entra no Vi e vê que é "d" para cortar e "p" para colar, ele não o considera como amigável: isto não é o que ele costumava fazer.

É melhor? Bem, na verdade, sim.

Com o Ctrl-X, como cortar uma palavra do documento no qual você está agora? (Sem mouse!)

Desde o começo da palavra, Ctrl-Shift-Direito para escolher a palavra.
E Ctrl-X para cortá-la.

O Vi? dw deleta a palavra.

Que diria você de cortar cinco palavras usando o Ctrl-X?

Desde o início das palavras,
Ctrl-Shift-Direito
Ctrl-Shift-Direito
Ctrl-Shift-Direito
Ctrl-Shift-Direito
Ctrl-Shift-Direito
Ctrl-X

E com o Vi ?

d5w

O Vi é mais flexível e, realmente, mais intuitivo: "X" e "V" não são nem claros nem memoráveis para os comandos de "cortar" e "colar", enquanto que o "dw", para remover (apagar) uma palavra (Word), e "p" para colar (paste) são evidentes (nota do tradutor: Sim, enfim, em Inglês...). Mas o "X" e o "V" fazem parte da nossa cultura, por isso, mesmo se o Vi for muito superior, ele é pouco conhecido. Na verdade, ele é considerado pouco amigável. De qualquer outra forma, sem nenhuma base tangível, tudo levará uma interface do tipo Windows passar por fácil. E como vimos no problema # 1, o Linux é, necessariamente, diferente do Windows. Como era de se esperar, o Linux parece, portanto, menos "fácil" do que o Windows.

Para evitar problemas do tipo #5a, tudo o que você precisa fazer é tentar se lembrar que "fácil de usar" não significa "ao que estou acostumado"; tente fazer coisas como você costuma fazer e, se isso não funcionar, pare e pergunte a si mesmo o que um novato faria no seu lugar.

Subproblema #5b: Ineficaz é amigável

É uma triste e inegável realidade. Paradoxalmente, o mais difícil é o acesso à funcionalidade de um aplicativo, mesmo que ela pareça fácil.

É porque o fator "amigável" é adicionado a uma interface usando "índices" simples e óbvios - quanto mais, melhor. Afinal de contas, se colocarmos um completo novato na frente de um software de processamento de texto do tipo WYSIWYG (What you see is what you get - o que você vê é o que você tem) e pedirmos que ele coloque uma parte do texto em negrito, o que é o mais provável:

    Que ele adivinhe que "Ctrl-B" é o padrão
    Que ele busque pistas: ele tenta, clicando em "Editar " no menu. Errado, ele tenta de novo na linha de menus: "Formato ." O novo menu tem uma opção "Fonte...", o que parece promissor. Hehe! Tem a nossa opção Negrito." Missão cumprida!



Na próxima vez que você fizer um processamento de texto, tente fazer tudo através dos menus: sem tecla de atalho e sem botões. Utilize os menus, aconteça o que acontecer. Você se achará lento como um caracol, já que cada tarefa exige uma multiplicidade de digitações e cliques.

Tornar o software "fácil de usar" é como colocar rodinhas em uma bicicleta: elas fazem com que você ande imediatamente, sem necessidade de nenhum conhecimento ou experiência. Ele é perfeito para um iniciante. Mas ninguém acha que todas as bicicletas deveriam ser vendidas com rodinhas, fora as bicicletas para crianças: se te dessem uma bicicleta assim, hoje, eu aposto que a primeira coisa que você faria seria removê-las, para evitar congestionamento inútil: quando você sabe andar de bicicleta, as rodinhas se tornam desnecessárias.

E, da mesma maneira, muitos softwares Linux são projetados sem "rodinhas" - eles foram projetados para usuários que já têm alguma experiência e maturidade. Afinal, ninguém é novato a vida inteira: a ignorância é de curta duração e o conhecimento é para sempre. É por isso que o software é projetado, principalmente, para "adultos".

Poderíamos encontrar um contra-exemplo: Afinal, o MS Word tem todos os menus de fácil utilização e botões, além dos atalhos de teclado. O melhor dos melhores, provavelmente? Amigável e eficaz.

No entanto, isto deve ser colocado em perspectiva: por um lado, o lado concreto, ter todos os menus, botões e atalhos, significaria um monte de codificação e, como sabemos, os desenvolvedores do Linux não são pagos (nota do tradutor: é claro que várias suítes buróticas livres seguem esta ideia, mas é preciso ver em sua totalidade). Em segundo lugar, ele ainda não leva em conta, verdadeiramente, os super-usuários: poucos profissionais na publicação de livros ou jornais usam o MS Word. Você já conheceu um programador ou webmaster trabalhando no MS Word? Compare isso ao número de usuários do Emacs e do Vi.

Como é possível? Primeiro, porque um comportamento "amigável" elimina o comportamento eficaz: Veja o exemplo do copiar/colar acima. E, em segundo lugar, porque a maioria das funcionalidades do Word está fincada em menus que você deve pesquisar: somente os recursos mais comuns têm esses botões maneáveis nas barras de ferramentas acima. As funções menos usadas, que ainda são essenciais para os usuários avançados, têm acesso demorado.

Algo para se manter em mente, porém, é que as "rodinhas" estão, frequentemente, disponíveis, como opção, para os softwares do Linux: não é automático, mas estão, frequentemente, disponíveis.
Tomemos o exemplo do MPlayer. Você o utiliza para jogar uma mídia, pelo seu nome de arquivo, em um terminal ("mplayer nomedoarquivo.avi"). Você pode fazer avançar e retroceder usando as teclas "para cima", "para baixo", "pra esquerda", "pra direita". Não é super "fácil de usar". No entanto, se você digitar "gmplayer nomedoarquivo.avi , você obterá uma interface gráfica, com todos os seus botões, amigáveis e familiares.

Tomemos por exemplo o fato de copiar um CD no MP3 (ou Ogg): Usando a linha de comando, você deve usar o Cdparanoia para copiar os arquivos no seu disco rígido. Depois, você precisa de um codificador. Em minha opinião, é muito pesado, mesmo que você saiba utilizar os softwares. Assim sendo, é melhor baixar e instalar algo como o Grip. Ele tem uma interface gráfica fácil, que usa, em plano de fundo o Cdparanoia e os codificadores para tornar a importação de CDs muito mais fácil. Além disso, ele usa CDDB para nomear as faixas para você.

Idem para ripar os DVDs: o número de opções do Transcode é um pesadelo. Mas utilizar o DVD:: rip, que diz para o Transcode, no seu lugar, tudo o que deve ser feito de maneira simples e gráfica, qualquer um pode fazê-lo.

Então, para evitar problemas #5b: Lembre-se que as "rodinhas" tendem a ser funcionalidades opcionais e/ou terceirizadas no Linux, em vez de ser fornecida, automaticamente, com o produto principal. E, às vezes, as "rodinhas" podem não fazer parte do projeto.
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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #8 Online: 03 de Setembro de 2013, 08:49 »
Problema #6 : Imitação contra convergência

Um argumento que muitos evocam, quando eles constatam que o Linux não é o clone do Windows, que eles sonharam, foi o de insistir que isso é o que o Linux está tentando fazer desde a sua criação (ou deveria tentar), e que as pessoas que não reconhecem isso e não ajudam a tornar o Linux mais parecido com o Windows estão erradas. Eles acrescentam um monte de argumentos:

Linux passou de linha de comando para interface gráfica, uma clara tentativa de copiar o Windows.

Teoria simpática, mas falsa: O sistema original de janelas X foi lançado em 1984, como sucessor do sistema de janelas W, criado pela Unix em 1983. O Windows 1.0 foi lançado em 1985. Windows não o tornou realmente importante antes da versão 3, lançada em 1990 - naquela época, o X já estava na etapa X11 há muitos anos, que usamos hoje. Linux só foi iniciado em 1991. Então, o Linux não criou uma interface para copiar o Windows: ele simplesmente usou uma interface que existia, muito antes do Windows.

O Windows 3 deu lugar ao Windows 95 - consolidando a interface de uma profundidade que nunca foi igualado. Ele tinha um monte de recursos novos e inovadores: a funcionalidade de arrastar-soltar, barra de tarefas, e assim por diante, que foram copiadas pelo Linux depois, é claro.

Na verdade... não. Tudo o que foi mencionado acima existia antes que a Microsoft "os tenha inventado". NeXTSTeP já era (na época) uma interface extremamente avançada, e ultrapassou o Win95, de maneira significativa - a versão 1 foi lançada em 1989, e a versão final em 1995.

Ok, ok, então a Microsoft não imaginou todos os dispositivos que compõem o a look&feel do Windows. Mas ela criou, assim mesmo, o look&feel, que o Linux tenta imitar.

Para desmistificar isso, precisamos falar sobre o conceito da evolução convergente. É quando dois sistemas, completamente diferentes e independentes, evoluem em caminhos separados, para se tornarem muito semelhantes. Isso acontece o tempo todo na natureza. Por exemplo, tubarões e golfinhos. Ambos comem peixes e organismos marinhos, aproximadamente do mesmo tamanho. Ambos têm barbatanas dorsais, peitorais, nadadeiras e formas semelhantes e perfiladas.

No entanto, os tubarões ultrapassaram os peixes, enquanto os golfinhos são originários de uma espécie de mamífero quadrúpede terrestre. A razão de eles serem muito semelhantes é que ambos evoluíram para ser tão eficientes quanto possível, e para se adaptar à vida do ambiente marinho. Em nenhuma etapa um dos pré-golfinhos (recém-chegados) viu tubarões e se disseram "Genial estes captores sensoriais! Eles funcionam muito bem! Quero experimentar".

Do mesmo modo, é perfeitamente justo ver os primeiros ambientes de desktop Linux (por exemplo, FVWM, TWM, e outras interfaces mais simples). E depois, olhar para os ambientes do desktop moderno do Linux, o Gnome e o KDE, por exemplo, com as suas barras de ferramentas e menus agradáveis. Pois é, é verdade que eles são muito mais parecidos com o Windows, do que antes.

Passemos agora para o Windows: Windows 3.0 não tinha barra de tarefas, que eu saiba. E o menu Iniciar ... Que menu Iniciar?

Linux não tinha nada de um ambiente Windows moderno. Microsoft também não. Agora, ambos têm. O que isso implica?

Isso implica que os desenvolvedores, em ambos os campos, têm buscado formas de melhorar a interface, e que há apenas um número limitado de soluções para um problema, métodos muito semelhantes são usados, frequentemente. A semelhança, de qualquer maneira, não prova ou implica imitação. Lembrar-se vai ajudar a evitar cair na armadilha da edição #6.
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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #9 Online: 03 de Setembro de 2013, 08:50 »
Problema #7 : O software livre?

Ah, isso é problemático. Não intrinsecamente: o livre e open source são coisas maravilhosas extremamente importantes do bloco, todo mundo sabe disso. Mas entender como o SL é diferente de software proprietário pode ser um passo demasiado grande para certas pessoas.

Eu já mencionei alguns exemplos disso: as pessoas que pensam que podem exigir suporte técnico e tudo o mais... isso vai muito além.

A linguagem da missão da Microsoft é " Um computador em cada mesa" - com a implicação de que eles devam se voltar para o Windows. A Microsoft e a Apple vendem, as duas, sistemas operacionais e, ambas, fazem tudo para assegurar que seus produtos sejam usados pelo maior número de pessoas: são empresas que precisam ganhar dinheiro .

E depois, tem o SL. O que ainda hoje é, quase totalmente, não-comercial.

Antes que você corra para o seu cliente de e-mail para me falar do Red Hat, SuSE, Linspire e tudo: Sim, eu sei que eles "vendem" Linux. Eu sei que todos gostariam que o Linux fosse adotado universalmente, especialmente a sua própria distribuição. Mas não confunda fornecedores com fabricantes. O kernel do Linux não foi criado por uma empresa, e não é mantido por indivíduos, a fim de obter lucros. As ferramentas GNU idem. O sistema de janelas X11... bem, a parte mais importante, atualmente, e a parte ". org " deveria indicar tudo o que você precisa saber. Gnome, Fluxbox, Enlightenment, etc. são todos sem fins lucrativos. Há quem venda Linux, mas é uma minoria.

O aumento do número de usuários de um software comercial traz uma vantagem financeira direta para a empresa que o vende. Este não é o caso do SL: não há nenhum benefício direto para qualquer diretor de SL para aumentar o seu número de usuários. Também há benefícios indiretos: o orgulho pessoal; um maior potencial para encontrar bugs; mais chances de atrair novos programadores; provavelmente uma chance de conseguir um emprego, e assim por diante.

Mas Linus Torvalds não ganha dinheiro com o aumento do uso do Linux. Richard Stallman não recebe nenhum dinheiro do aumento do uso do GNU. Todos estes servidores, que utilizam OpenBSD e OpenSSH, não põem um centavo nos bolsos do projeto OpenBSD. E assim, chegamos ao maior problema de todos que chegam no Linux:

Não nos sentimos obrigados a vir.

Os novos usuários veem para o Linux, depois de passar suas vidas em um sistema operacional em que as necessidades do usuário são fundamentais, e onde os princípios " fácil de usar " e " orientado para o usuário "são considerados um verdadeiro Santo Graal. E de repente, eles se veem diante de um sistema operacional que ainda se baseia em manuais de utilização "man", linha de comando, arquivos de configuração para editar a mão e o Google. E quando eles se queixam, ninguém tenta acalmá-los ou fazer-lhes promessas: apenas mostram-lhes a saída.

É um exagero, claro. Mas este é a maneira que muitos usuários potenciais do Linux veem as coisas, quando eles tentaram e fracassaram sua conversão.

De certa forma, o SL tem um método de desenvolvimento muito egocêntrico: as pessoas só trabalham com as coisas que eles querem trabalhar, quando os agrada. Muitas pessoas não veem nenhum interesse em tornar o Linux mais atraente aos usuários: O software já está fazendo o que eles pedem; o que eles podem fazer, quando não funciona com outros pessoas?

O SL tem muito em comum com a própria internet: você não paga o redator de uma página Internet, o software para baixar e lê-lo/instalá-lo.

Uma super conexão banda larga e/ou uma interface agradável não interessará muito a alguém que já tenha usado a banda larga e que saiba utilizar o software.

Os bloggers e/ou desenvolvedores não precisam de um grande número de leitores e/ou usuários para justificar a sua prosa e/ou código. Há muitas pessoas que ganham muito dinheiro com esta atividade, mas não pelo método antigo "eu tenho isso e você tem que me pagar se você quiser desfrutar " o que faz a maioria das empresas serem prezados; é através do e-comércio e do suporte técnico.

Linux não está preocupado com partes de mercado. Linux não tem clientes. Linux não tem acionistas, ou qualquer responsabilidade. Linux não foi criado para ganhar dinheiro. Linux não tem como objetivo tornar-se o sistema operacional mais popular e mais comum no mundo inteiro.

Toda a comunidade do Linux quer criar um sistema operacional eficaz e cheio de recursos, mesmo sendo livre e gratuito. Se o resultado for, que o Linux se torne um sistema super popular, então isso é muito legal. Se o resultado for que consiga criar a interface mais intuitiva e fácil de usar jamais criada, então isso também é muito legal. Se o resultado for que o Linux se torne a base para as indústrias de vários bilhões de euros, isso também é muito legal.
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Offline jkmsjq

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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #10 Online: 03 de Setembro de 2013, 08:50 »
Isso é muito legal, mas não é o objetivo principal. O objetivo principal é fazer o melhor Sistema Operacional que a comunidade possa fazer. Não para os outros, mas para si mesmo. As queixas recorrentes do tipo "Linux não estará pronto para o escritório, enquanto não fizer isto ou aquilo " são simplesmente irrelevantes: a comunidade do Linux não tenta ser a melhor no mundo do escritório. Eles não estão nem aí para que você faça o seu escritório, contanto que ele continue bem o suficiente para permanecer no deles. Os grandes linguarudos, que cospem na Microsoft, os pró-Linux fanáticos e outros trolls fazem muito barulho, mas continuam a ser uma minoria.

Isso é o que a comunidade Linux quer: um Sistema Operacional que possa ser instalado por qualquer um. Então, se você está pensando em mudar para o Linux, primeiro, pergunte-se a si mesmo o que você quer.

Se você não quiser um sistema operacional tipo motorista, que te dê as chaves, te coloque atrás do volante e que espera que você saiba o que fazer, instale o Linux. Você precisa dedicar tempo para aprender a usá-lo, mas depois de ter feito isso, você terá uma SO a quem você poderá pedir o que quiser.

Se você quiser apenas um Windows sem malware e problemas de segurança: Leia sobre segurança, instale um bom firewall anti-intrusão, um anti-malware e um antivírus. Substitua o IE por um navegador mais seguro e faça suas atualizações. Há pessoas (inclusive eu (nota do tradutor: Tradutor excluído)), que usaram o 3.1 para o Windows XP sem ser infectado por vírus: você pode fazê-lo também. Não escolha o Linux: Ele não fará o que você quer.

Se você realmente quer segurança e desempenho de um sistema baseado no Unix, mas orientado para o cliente e/ou comercial: Compre um Mac. O OSX é correto. Mas não escolha o Linux: Ele não fará o que você quer.

A questão não é apenas "Porque eu quero o Linux ?". Mas também "Porque o Linux me quer?"

FONTE: Kioskea.net
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Offline garfo

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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #11 Online: 03 de Setembro de 2013, 10:53 »
Ainda bem que não é.  :)

E, puxa vida, se o cara precisa ler essa muralha de texto pra decidir se usa linux ou não, ele tem sérios problemas.*


*Isso foi sarcasmo, não levem a sério

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Offline jkmsjq

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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #12 Online: 03 de Setembro de 2013, 11:05 »

[...]
A questão não é apenas "Porque eu quero o Linux ?". Mas também "Porque o Linux me quer?"

[...]

Achei a conclusão um tanto quanto descriminatória...


Mas a leitura do texto acho considerável para quem vem do Windows para o GNU/Linux querendo o mesmo que tem no Windows.
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Offline Renan Rischiotto

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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #13 Online: 03 de Setembro de 2013, 16:28 »
Estou lendo o texto, parece bem interessante, acaba de vez com as reclamações/dúvidas dos "Windows User".

EDIT: Terminei de ler, artigo muito bom mesmo =)
Mas sei lá, acho essas coisas desnecessárias, é só usar o Linux, se gostar, continue usando, assim como eu fiz rsrs
Só quem é "meio paranóico" mesmo para querer entender os motivos dele mesmo querer migrar de S.O \o/
« Última modificação: 03 de Setembro de 2013, 18:09 por Renan Rischiotto »

Creto

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Re: O Linux não é o Windows
« Resposta #14 Online: 19 de Setembro de 2013, 02:01 »
Fui novamente arremetido a cá através de um link, pois é, deveria ter um texto elucidativo como este informando que fóruns linux, não são o faceBUG, ops...

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