Em uma apresentação realizada durante a conferência anual de desenvolvedores GNOME GUADEC, Xan López e Juan José Sánchez deram objetivos ambiciosas para o ambiente de trabalho em código aberto. Eles propõe lançar o GNOME 3.12 como GNOME 4.0 em março de 2014 e determinaram uma meta de 20% de participação no mercado de ambientes de trabalho em 2020.
Em sua apresentação, López e Sánchez sugeriram que o GNOME 4 não seja radicalmente diferente da atual versão do ambiente de trabalho, mas que incorporaria uma nova forma de oferecer essa área de trabalho para usuários finais, algo que os desenvolvedores do GNOME já vem discutindo como objetivo há algum tempo e é conhecido como "GNOME OS". O plano pretende que o ambiente de trabalho seja incorporado em uma distribuição Linux própria do projeto, incluindo um instalador independente e um mecanismo de atualização. Os primeiros passos nesse sentido já foram tomados com o acréscimo de recursos de atualização offline para o ambiente de trabalho. Isso será realizado em conjunto com um plano que prevê que o GNOME OS seja distribuído em hardware específico, uma via que pode levar a mais uma fonte receita além das doações recebidas pela GNOME Foundation.
Para chegar aos 20% de participação no mercado em 2020 -- uma meta que foi batizada de "20/20" -- os desenvolvedores afirmaram que o projeto precisa desistir de seu foco em ambientes de trabalho tradicionais e expandir seu alcance para o mercado de dispositivos móveis. Para facilitar isso, o GONME 4 incluiria a experiência do usuário para inteiramente baseada em toque para tablet e telefones. Contudo, alcançar essa ambiciosa meta 20/20 parece ser algo bem mais difícil. Uma meta similar chamada de "10/10" -- alcançar 10% de participação de mercado em 2010 -- falhou.
Ao longo do GUADEC, López e Sánchez organizaram uma sessão Birds-of-a-Feather (BoF) para que os desenvolvedores reunidos começassem a detalhar seus planos para um cronograma concreto para o GNOME OS. Eles disponibilizaram na internet os slides usados em sua apresentação.
Porém nem todos os desenvolvedores GNOME responderam de forma entusiasmada a essa proposta. Benjamin Otte, principal desnevolvedor do GStreamer e confesso crítico da conferência, criticou duramente o projeto pelo que considerou falta de visão e objetivos reais. Ele acredita que o GNOME é hoje gerido por funcionários da REd Hat que desenvolveram a maioria das mudanças no GNOME 3 que, de acordo com ele, efetivamente afastaram muitos desenvolvedores e usuários do projeto. Em sua opinião, o GNOME está é rapidamente perdendo sua participação no mercado para outros ambientes de trabalho como o Unity e o Cinnamon, ao invés de ganhar adeptos.
Fonte: h-online, em inglês.