Microsoft não atenua temores sobre Windows Vista

[Perícope]

A Microsoft tentou, mas não conseguiu aplacar o temor de que a próxima versão do Windows venha a sofrer novos atrasos, o que gera preocupação com a possibilidade de haver demora, também, no início de um novo ciclo tecnológico vinculado à atualização.

A incerteza quanto ao momento em que a Microsoft e o restante do setor de alta tecnologia poderiam começar a se beneficiar da alta na receita, que tipicamente acompanha uma grande atualização do Windows, fez com que as ações da maior produtora de softwares do mundo fechassem ontem em queda de 2%, cotadas a US$ 23,87 na Nasdaq.

"Colocaremos o Windows Vista no mercado quando estiver disponível", disse Kevin Johnson, co-presidente da divisão de plataformas e serviços da Microsoft, durante a reunião anual da empresa com analistas, acrescentando que a Microsoft implementaria o processo "passo a passo". O sistema roda em mais de 90% dos computadores pessoais em uso no mundo.

O Windows Vista, cujo desenvolvimento já dura mais de cinco anos, foi adiado diversas vezes pela Microsoft. Atrasos causados por questões de garantia de qualidade retardaram o lançamento da versão do Windows para consumidores até o começo de 2007 – depois da crucial temporada de festas e, por conseqüência, de consumo. O Vista para empresas deve ser lançado em novembro deste ano.

O analista do Goldman Sachs, Rick Sherlund, disse que os comentários cautelosos representam uma confirmação tardia de sua tese, de que a Microsoft não começaria a faturar com a disponibilidade geral do Windows Vista até março ou abril de 2007. "Quando eles hesitam, isso confirma que estávamos certos", afirmou. A Microsoft sempre foi bem cautelosa, reconhecendo seu histórico de atrasos de alguns meses com relação às metas iniciais de lançamento de versões importantes de seu software, disse Sherlund.

Greg Palmer, diretor de operações de ações na Pacific Crest Securities, perguntou durante a reunião: "Por que pagar múltiplo de 20 por uma ação que está crescendo em ritmo de 10, e com muitos investimentos que não estão indo para lugar algum?"


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