Tenho lido vários post´s, neste fórum e em outros, com várias reclamações sobre as novas posturas adotadas pela Canonical, notadamente para os Ubuntu-Desktop´s (e suas variantes), principalmente em face da “nova cara” do Ubuntu que está muito similar ao sistema Apple.
Uma das coisas que mais me chamaram a atenção, foi o fato de que quase que a totalidade das reclamações vinham de forma “apaixonada”, sem qualquer análise estratégica de mercado (o que não é incorreto, porém, paixão não sustenta empresa nenhuma).
Não tenho qualquer procuração para defesa ou informação privilegiada da Canonical, para as afirmações que aqui faço. Porém, a estratégia da Canonical, uma empresa como qualquer outra, está absolutamente correta.
Sem qualquer hipocrisia, convenhamos, o Linux, de forma geral, é pouquíssimo utilizado no mercado desktop, permanecendo tal mercado, dominado pela plataforma Windows.
Não obstante este fato, o Ubuntu, no período 2009/2010, conseguiu uma façanha marcante, abocanhando, dentro desta mínima fatia do mercado desktop-linux, uma parcela fantástica, dada a uma estratégia bastante comum no Windows, qual seja, a usabilidade do sistema, principalmente pelo usuário comum, não geek, não aficionado em compilar, ou seja, aquele que simplesmente quer ligar a máquina e trabalhar ou utilizá-la em seu lazer. Tanto é assim, que o Windows 7, que realmente está muito bom, não veio por obra e graça dos “gênios” da Microsoft, mas, em resposta a este crescimento - não se espantem - justamente do sistema da Canonical e, mais ainda, pelo dito crescimento ter se dado de forma global e não localizada como outros “fork´s” do Debian, Red Hat e etc...
Porém (tudo tem um porém), restam dois problemas com o Ubuntu (e com as demais distro´s), quais sejam; driver´s e jogos. Quanto aos jogos, estes são realmente um problema para o futuro e que, em minha opinião, serão resolvidos quando o primeiro problema for efetivamente resolvido.
O problema dos driver´s depende de investimentos maciços das empresas fabricantes do hardware, investimentos estes, que, convenhamos, não são, no momento justificáveis em face da parcela mínima de mercado do Linux-desktop. Repito, NVidia, ATI, INTEL, AMD e etc, são empresas e não “casa de caridade”, visam ao lucro e só vão investir naquilo que der lucro, não em idéias e ideais, não se tendo como afirmar que estão erradas.
E como se resolve o problema dos Driver´s ? Simples. A Canonical investiria nestas empresas somas altíssimas para garantir a pesquisa e desenvolvimento de Driver´s, pelo menos decentes para o desk-ubuntu. Porém (olha o porém de novo), alguém imagina que a Microsoft não cobriria esta oferta ? Viraria um leilão para o qual a Canonical não tem condições de ganhar, ou seja, uma derrota prevista com o fechamento, ainda mais, das portas para o desenvolvimento destes Driver´s.
Conclui-se, então, que a Canonical está irremediavelmente perdida ? Não, há uma força maior do que a própria Microsoft, que nada mais é do que o consumidor do hardware que usa o sistema.
O mercado destes sistema está mais ou menos dividido em usuários Windows, que representa maioria esmagadora, usuários do sistema da Apple, que já detém uma parcela considerável do mercado (principalmente nos EUA e Europa) e os demais usuários do Linux e suas “fork´s”.
Com estes dados e, visando uma maior aproximação com o usuário final, prevejo que o Ubuntu deve ficar cada vez mais parecido com o Mac (até porque, copiar o Windows, seria uma estratégia suicida), fechando as portas ou dificultando muitas mexidas no sistema, para torná-lo mais estável e, assim, com um sistema muito similar a outro bastante conhecido em mercados fortes (EUA e Europa), forçar o acréscimo de usuários também estáveis (que usam o sistema e permaneçam nele), forçando assim, com este poder que lhe confere o consumidor, aos fabricantes, para que estes invistam num mercado que tornou-se lucrativo para eles (fabricantes), pesquisando driver´s, resolvendo, assim, o grande problema do usuário final, não geek etc, etc, etc.
Aproveitando que a minha “bola de cristal” está com pilhas novas, prevejo ainda, que o 12.10, deve ser muito similar ao Mac, mas tão similar que vão ser quase irmãos gêmeos, com a vantagem para o ubuntu, pois, este não é feito com prioridade para uma máquina que a Canonical produza, como ocorre com os sistemas da Apple, que até funcionam em outras máquinas. Mas, às vezes, dá muita complicação.
Senhores “reclamões” de plantão, entendam que a Canonical não lançou e permanece com seu sistema apenas em face dos “gatos pingados” que gostam de mexer em tudo. Ela é uma empresa e que tem um produto próprio, que deve atender indiscriminadamente aos “gênios” da informática ou a pessoas como eu, mero e simples usuário final, pois, convenhamos, somos o mercado.
Ademais, se alguém acha que a verdadeira “guerra” de sistemas começou, advirto-os, lêdo engano, trocou-se apenas uns piparotes de um lado e outro (Ubuntu 9.10 e 10.04 no queixo e Windows 7 de gancho no fígado). A verdadeira guerra virá quando a estratégia da Canonical em forçar e conseguir (porque acho que vai conseguir) a produção driver´s para seu sistema.
É o caso clássico do desejo x possibilidade.
Abraços