O problema de usar aplicativos do KDE no Gnome e vice-versa é o seguinte: para ter instalado apenas um ou dois aplicativos do KDE é instalada toda a base deste ambiente gráfico, o que, em termos de espaço, talvez não seja muito compensador.
Só um exemplo; se eu quisesse instalar o k3b em meu sistema, que tem o Gnome como desktop, seriam instalados com ele os seguintes pacotes:
sudo apt-get install k3b
Password:
Lendo Lista de Pacotes... Pronto
Construindo Árvore de Dependências... Pronto
Os pacotes extra a seguir serão instalados:
kcontrol kdebase-bin kdebase-data kdelibs-bin kdelibs-data kdelibs4c2a
kicker libarts1c2a libavahi-qt3-1 libdbus-qt-1-1c2 libflac++5c2 libk3b2
libkonq4 libopenexr2c2a libpcre3 libxcomposite1 menu-xdg
Francamente, por mais que o Graveman, Nautilus ou Serpentine sejam inferiores ao k3b, não penso que valha a pena tanta bilblioteca subutilizada num disco rígido de apenas 10 GB e pouco, como e o meu caso.
Além disso, antes de exagerar a inferioridade de alguns aplicativos do Gnome (alguns, não todos!) é preciso lembrar que KDE e Gnome adotam filosofias nitidamente distintas no que tante a relação entre programa e tarefas. O KDE tende a acumular várias tarefas distintas no mesmo aplicativo, como faz com o amaroK, enquanto que o pessoal do Gnome prefere dividir as funcionalidades do sistema entre vários programas distintos, mas, no geral, mais leves que seus similares do KDE.
Por fim, durante os anos em que o KDE predominava de longe no gosto do usuário muitos projetos independentes surgiram para incrementar aquele
desktop. Hoje, contudo, eu vejo muito mais progresso no campo do Gnome, até pelo fato de que a biblioteca GTK2 continua mais fácil de lidar que a Qt.
Faço tais observações apenas para não passar a impressão enganosa de que há um verdadeiro abismo entre os ambientes gráficos e que, portanto, o Ubuntu e a Fedora só adotassem o Gnome como seu ambiente preferencial por capricho. Quanto a decisão da Novell de fazer do Gnome o seu ambiente
default no lugar do KDE, seria quase que uma excentricidade suicida! Não é bem assim.
Certamente, todos têm motivos racionais para preferir este ou aquele, mas o elemento subjetivo (puro gosto estético, por exemplo) não deve ser ignorado. Tanto assim, que aconselho todo novo usuário do Linux "a passar uma boa temporada" com cada um deles, inclusive o Xfce, Enlightnment e WindowMaker. Assim, depois de algum tempo, cada qual fará a sua própria escolha.