Minha preocupação com os projetos excessivamente personalistas, que não se preocupam com a formação de uma comunidade sólida é fundado no seguinte motivo:
Imagine que todos aqui nos apaixonemos por uma determinada distribuição. Em pouco tempo todos apagamos o Ubuntu de nossas máquinas e instalamos o novo sistema, nos apegando e nos acostumando a ele.
No entanto, um belo dia o desenvolvedor solitário fica muito ocupado para levar o projeto adiante ou simplesmente decide "embarcar em outra". O que fazer? Mesmo que na nossa pequena comunidade existam pessoas aptas a levar o projeto adiante, até que eles tomem conta da situação o a distro pode adormecer durante meses e mais meses, dando causa a graves contratempos.
Se a pessoa aceita formar de fato uma comunidade, agregando todos os interessados no desenvolvimento de sua idéia (sim, é coisa que exige um certo despreendimento!) e admitindo compartilhar decisões, tudo bem! É provável que ele não faça tanta falta. Se não for o caso, "adieu"!
Agora a pouco, acabou de morrer uma das melhores distros que já tivemos, a Libranet. E mesmo o Yoper, que chegou a gozar de um prestígio imenso ficou virtualmente paralisado depois que o André Girardet decidiu abandoná-lo e criar a SUPER Linux (subprojeto do OpenSuse).
No entanto, a CRUX parece ter sobrevivido muito bem a saída de seu principal desenvolvedor e criador. Isto porque este soube criar uma verdadeira comunidade em torno do projeto.
Em suma, não basta ter conhecimentos técnicos, para criar uma distribuição é preciso também ter qualidades humanas. Sugiro um passeio pelos fóruns de algumas das principais distribuições brasileiras para que ver se é possível encontrar ali muita "humanidade" por parte dos desenvolvedores. E, para comparação, dêem uma olhadinha na participação do Jorg Kano Schrottke no fórum da Kanotix.