Autor Tópico: jornal O Globo - LINUXWORLD  (Lida 1969 vezes)

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jornal O Globo - LINUXWORLD
« Online: 31 de Maio de 2006, 02:57 »
jornal O Globo de 29/05/06 - caderno INFO ETC

CASA DOS PINGÜINS

by: André Machado

Aconteceu semana passada em Sampa a primeira LinuxWorld brasileira. Este é o grande evento do mundo open source, enquanto o FISL (Fórum Internacional Software Livre) de Porto Alegre é o grande evento do software livre. Explico: embora os dois conceitos tenham interseções, o mundo open source é mais centrado na tecnologia em si, em criar sistemas e programas melhores (e de código aberto), enquanto os paladinos do software livre pensam em mudar o mundo, idealizando uma sociedade mais justa em que um dos primeiros passos seria o compartilhamento da informação.
O que um Richard Stallman, da Fundação Software Livre, tem de inflexível, o mentor do mundo open source, John “Maddog” Hall, presidente da Linux International, tem de político. Maddog pode ser considerado o grande embaixador do Linux (ou GNU/Linux) no planeta, já que o criador do sistema, Linus Torvalds, é um tanto tímido, especialmente em sua relação com a mídia.
Maddog fez um dos melhores keynotes do evento — que estava repleto de executivos e pesos-pesados de Intel, IBM, Red Hat, HP, Itautec, Novell, além de vários projetos Linux: Debian, Mandriva, BrOffice, 4Linux e muitos outros. Com mais de dois mil visitantes, a LinuxWorld provou que o sistema representado pelo pingüim Tux está crescidinho e chama a atenção do mercado.
Mas voltemos ao Maddog. Ele comentou que vai transformar a Linux International numa associação mais voltada para usuários finais e programadores do que para empresas.
— As empresas certamente ajudam a impulsionar o open source, mas também se preocupam com seus negócios — me disse Maddog. — Os usuários entram nessa porque realmente têm interesse, gostam da coisa. E é isso o que o software livre e aberto é, em última análise.
Do alto de suas barbas brancas, o veterano programador lembrou o quanto estamos viciados em nomes de soluções e esquecemos para o que elas servem. É o equivalente a chamar “fotocópia” de “xerox”.
— Não diga que você precisa do produto de uma empresa X — sentenciou ele. — Diga que precisa de um software para editar texto ou fazer um banco de dados.
Ele não pregou a troca de sistema pela troca de sistema. Disse que “se você tem um sistema trabalhando bem, não o converta”. E lembrou que se pode começar comendo pelas beiradas (no caso das empresas, em novos projetos), com programas abertos. Estão aí Evolution, OpenOffice e Gimp, só para citar alguns.
Outro destaque do evento foi a Red Hat, que anunciou oficialmente o início de suas operações no país e contratou o mantenedor do kernel do Linux, Marcelo Tosatti. Tosatti será responsável por adaptar o Linux para o laptop de US$ 100 do Nicholas Negroponte, em que a Red Hat investe.
— Minha tarefa será tornar a interface mais simples e mais fácil que a dos desktops — contou ele.
Uma interface mais fácil para os usuários é realmente o grande desafio do Linux para o desktop. Esse desktop deve chegar primeiro nas estações de trabalho. Por exemplo, pelas mãos da Novell, que lançou a versão 10 de seu Suse Linux Enterprise. Poderoso, o sistema comporta vídeo e gerenciamento avançado de arquivos e janelas — em dado momento da demo, Guy Lunardi, gerente de produto da Novell, abriu seis janelas e arrumou-as numa espécie de cubo mágico, que podia ser manipulado à vontade. Bom, à vontade no notebook de Guy, com 1Gb de memória...
Para o usuário final, mesmo, a grande aposta presente no evento era a nacional Insigne, que tem um Linux montado para facilitar a vida de quem nunca viu um pingüim. É o Linux que mais anda por aí nos computadores do varejo, inclusive os usados no projeto de computador popular no governo. A Insigne rearrumou a janela Comece Aqui, presente no Linux, e levou os ícones dos programas básicos para dentro dela. A empresa criou agora uma versão “live”do Insigne, que vou testar.
Por fim, a porção mulher do Tux está crescendo. As meninas do movimento LinuxChix.Br, que mexem com o sistema, já são mais de 300 e têm encontro marcado em Florianópolis, em setembro.

link da fonte: http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/andre.asp

Piras

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jornal O Globo - LINUXWORLD
« Resposta #1 Online: 31 de Maio de 2006, 20:04 »
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Maddog fez um dos melhores keynotes do evento


Seria legal se os jornalistas soubessem falar em Português; será que não um termo em Português que pudesse substituir este keynotes. Como o brasileiro é colonizado; nunca li coisa igual num jornal de lingua espanhola ou francesa...


Engraçado esta referência ao Tosatti como quem cuidaria de desenvolver um desktop mais amigável para o laptop de cem dólares. Imaginei que ele seria incumbido do kernel e funcionalidades do sistema operacional, não do desktop propriamente dito.