Caro CGaldino
Devo confessar-lhe que gostei muito de ler os seus posts. É raro, infelizmente, ver posts tão informativos e detalhados nos dias que correm, muito também por culpa da falta de tempo para expor claramente os pontos de vista. Queria só comentar umas frases que me fizeram pensar um pouco...
Também não sei se tenho a síndrome de Cérebro de querer que o SL domine mundo!
Concordo. Até porque ser a MS com 92% ou a Apple ou o Ubuntu ou seja quem for é péssimo para todos. Inibe a evolução, restringe os gostos de cada um a uma maioria insípida e silenciosa e catapulta os custos para particulares e empresas através da falta de opções viáveis de alternativas no mercado. O SL tem o seu espaço e o software proprietário há-de sempre ter o seu. Seja por motivos de segurança, seja por motivos de confidencialidade, seja para defender os direitos de quem investe para desenvolver. Eu até sou favorável a algo semelhante aos laboratórios farmacêuticos, como patentear durante x anos e tornar obrigatoriamente o código livre após esse período, protegendo assim a inovação (sempre arrastada por lucros) e favorecendo a disseminação entre todos a custos aceitáveis, via a expiração da patente após esse período. Isto seria outra discussão, mas acredito que seria a melhor via.
é prematuro avaliar o impacto das distros "amigáveis" como a própria Ubuntu no marketshare
Concordo em absoluto. Nesse aspecto o Ubuntu é revolucionário. No entanto há dois factores inibidores ao crescimento que terão de ser ultrapassados primeiro. Na camada mais jovem, futuros utilizadores, a compatibilidade total com jogos. Muitos dirão que não mudam porque querem jogar SIMS ou Civ. Parece um pormenor, mas a importância é enorme a médio/longo prazo para a disseminação do linux. Serão estes jovens que irão levar para as suas empresas Windows, mac ou linux, normalmente aquele que conhecem melhor. Na camada "sénior", nomeadamente profissional, a compatibilidade/substituição viável da imensidão de pequenas e médias aplicações que todas as empresas usam e são apenas compatíveis com MS. Por ex., nas minhas empresas tive de instalar diversos servidores W2003/2008 para fazer terminal service e assim correr as ditas aplicações. Contudo não é o ideal...
Quanto a previsões dos 27 anos não sei se a progressão pode ser modelada linearmente
Esta previsão foi modulada linearmente, e claro que se existe mercado onde a utilização é exponencial e imprevisível é o informático. E até é uma previsão "estúpida" embora mostre a estabilidade da plataforma windows. Lembro-me da IBM reinar e ser considerada indestrutível. Na altura tudo era compatível com IBM ou morria. Fez os padrões, desenvolveu hardware e software e fez história. Agora é história e tem uma posição modesta, ou pelo menos longe dos holofotes. Ninguém previa que a pequena microsoft seria tão rapidamente um monstro, e contudo cá estamos.
Os 27 podem facilmente serem encurtados isso pensando-se estritamente em desktops e notebooks.
Eu diria que o caminho do linux em servidores foi ganho. Lembro-me de ler algures e mais do que uma vez que por ex. os servidores web usando Apache eram cerca de 50% e a MS uns 30%. Noutros nichos profissionais o linux também reina. Em trabalho de desenho, fotografia e video o Mac é rei. O problema está exactamente no utilizador comum "desktops e notebooks". Falta apenas um pouco de apoio das empresas de software proprietário em vislumbrarem mercado neste SO e desenvolverem jogos/aplicações que quem usa Windows não dispensa de todo.
Cumps