Larguei a pirataria porémm....

Iniciado por Usuario_Leigo, 05 de Novembro de 2009, 05:25

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Danillo Guedes

CitarVamos ficar só num dos ramos da cultura: a música. Originalmente, lá bem antigamente, os artistas ganhavam a vida cantando em shows.

Só mais um coisinha: eu acho que isso aconteceu com todo o tipo de produção cultural. Não tão antigamente assim, quer dizer, antes da Idade Moderna, a noção de autor era bem diferente da que e hoje. Não havia essa coisa de direitos do autor e tal. A Odisséia, por exemplo, nada mais é do que a união de várias histórias populares do período. Sim, houve alguém que as uniu e tudo o mais, mas essa figura não tinha o mesmo status que tem agora. Hoje em dia tem o plágio, os direitos de cópia, de reprodução, e ai de quem não respeitar isso! Foi na época do Romantismo que o autor ganhou mais força, já que os caras achavam (e é o que a gente também acha, hj, o senso comum e geral) que todo o potencial criativo estava com o autor ali, de carne e osso, da cabeça dele e de mais nada. Por isso, nada mais lógico do que proteger o que sair desse potencial, pra que ninguém o copie e pra que fique marcado que foi tal pessoa que fez. O que a era digital faz é desmantelar tudo isso e (quem sabe?) voltar ao que era antes, já que tudo pode ser distribuído mto facilmente e a noção de autor e autoria acaba se perdendo. Por isso as reações contrárias e a solução mais fácil de dizer que é pirataria. Quem iria pensar em pirataria, na Grécia de Homero, já que todos conheciam de certa forma as histórias, que eram passadas oralmente por entre as gerações?

mintuser


O mais difícil ao tentar largar a pirataria é aquela sensação de "eu sou a minoria, todos estão fazendo isso, menos eu. Eu estou pagando, e eles estão baixando!". Aí vem aquela frase "Se a maioria faz, então não é errado."

Eu sinto um certo remorso as vezes, todos da minha família usam alguns produtos piratas e nem sabem que é crime, e eu nem tento corrigi-los porque eu também uso e não quero dar uma de "certinho chato".

Na minha casa é difícil encontrar algo "original". Jogos, DVDs de filmes, Softwares... Só tenho um DVD original de um filme que ganhei de presente. Se algum dia a polícia federal aparecer aqui, estamos f****.  :-[
Não é o software que é livre. Eu que sou livre para escolher o software que eu quiser.

"O fim do mundo começou quando o primeiro ser humano surgiu." Adam Bankains

RamonB

Citação de: Danillo Guedes online 28 de Fevereiro de 2010, 03:39
Não, é verdade, RamonB. Os caras tem um potencial cultural gigantesco, assim como econômico, militar, tecnológico etc; aliás, tudo isso acaba vindo junto, na maioria das vezes, já que uma depende da outra. Mas, se formos falar de cultura num sentido menos massificado (ou não, também), como o vinicius_aleao disse, qualquer país possui (isso é até um pouco óbvio, se for ver...). O fato é que os EUA tem mais potencial pra espalhar essa cultura (seja de massa ou não), coisa que o nosso país, p.ex., não tem tanto. E, com isso, o que interessa mais pra eles é espalhar o que "pegar" mais, o que acaba gerando esse preconceito de que eles possuem esse tipo de cultura (o que eles devem pensar sobre os nosso filmes estilo "Cidade de Deus" ou "Tropa de Elite"? Aliás, mta gente daqui mesmo se incomoda com a promoção desse tipo de filme, dizendo que não cria uma imagem mto boa no país lá fora...).

Danilo e Vinícius, em nenhum momento eu disse que os outros países não têm cultura. O que eu coloquei, no meu comentário, foi para me contrapor ao comentário de alguém que disse que a cultura dos EUA é a que passa na Sessão da Tarde. Como todos os países, eles têm uma cultura de consumo (como nós temos a Xuxa, o pagode-pop, o arrocha aqui na Bahia, etc.) e uma cultura de altíssimo valor (no cinema, na música e em praticamente todos os ramos das artes). Só que, é claro, pelo maior poder econômico, acabam difundindo mais a cultura deles que a dos outros países (assim como a França e a Inglaterra difundiram a deles no século XIX e início do século XX). Ou seja, não podemos desconsiderar a cultura deles por motivos puramente ideológicos. Não gosto deles nessa coisa de "super-potência" e "donos do mundo" mas, só para ficar em um exemplo, sou muito fã do jazz e do blues, duas expressões culturais de alta qualidade, que vêm da raiz, da alma do povo, e que não têm nada dos pacotes comerciais e enlatados enfiados goela abaixo do mundo todo.
Um abraço.
Notebook: Dell Inspiron 15 5584, 8 GB RAM, 1 SSD 480 GB, 1 HD 1 TByte. Dual-boot Linux Mint Cinnamon 21.1 / Windows 11
Notebook Dell Inspiron 13 5301, 8 GB RAM, SSD 480 GB. Dual-boot Ubuntu Budgie 22.04 / Windows 11
Notebook Lenovo Thinkpad X201, 4 GB RAM, SSD 120 GB. Linux Mint XFCE 21.1

RamonB

Citação de: Danillo Guedes online 28 de Fevereiro de 2010, 03:59
CitarVamos ficar só num dos ramos da cultura: a música. Originalmente, lá bem antigamente, os artistas ganhavam a vida cantando em shows.

Só mais um coisinha: eu acho que isso aconteceu com todo o tipo de produção cultural. Não tão antigamente assim, quer dizer, antes da Idade Moderna, a noção de autor era bem diferente da que e hoje. Não havia essa coisa de direitos do autor e tal. A Odisséia, por exemplo, nada mais é do que a união de várias histórias populares do período. Sim, houve alguém que as uniu e tudo o mais, mas essa figura não tinha o mesmo status que tem agora. Hoje em dia tem o plágio, os direitos de cópia, de reprodução, e ai de quem não respeitar isso! Foi na época do Romantismo que o autor ganhou mais força, já que os caras achavam (e é o que a gente também acha, hj, o senso comum e geral) que todo o potencial criativo estava com o autor ali, de carne e osso, da cabeça dele e de mais nada. Por isso, nada mais lógico do que proteger o que sair desse potencial, pra que ninguém o copie e pra que fique marcado que foi tal pessoa que fez. O que a era digital faz é desmantelar tudo isso e (quem sabe?) voltar ao que era antes, já que tudo pode ser distribuído mto facilmente e a noção de autor e autoria acaba se perdendo. Por isso as reações contrárias e a solução mais fácil de dizer que é pirataria. Quem iria pensar em pirataria, na Grécia de Homero, já que todos conheciam de certa forma as histórias, que eram passadas oralmente por entre as gerações?

Concordo com você. Aliás, já existem propostas para equacionar este tipo de coisa e remunerar quem realmente deve ser remunerado: o artista, que cria ou que interpreta a criação.

Uma delas é que deveria ser cobrado de todos que usam banda larga uma taxa adicional (digamos, 5 dólares) e aí todos poderiam fazer os downloads que quisessem. Essa taxa, então, seria acumulada e rateada entre artistas e produtoras de mídia (gravadoras, estúdios de cinema, TVs, etc.) proporcionalmente ao volume baixado (quem teve mais downloads, recebe mais). É claro que seriam necessários alguns controles para evitar que alguém baixasse uma mesma música ou filme várias vezes só para aumentar artificialmente o interesse nele e remunerá-lo melhor.

E, apesar de aparentemente 5 dólares não ser um valor assim tão alto quando considerado individualmente, já li que isto, só nos EUA, mais que duplicaria o faturamento atual das produtoras com vendas de CDs e DVDs. Ou seja, ninguém perderia nada. Só que isto implica numa mudança radical do mercado e é claro que as produtoras (principalmente gravadoras) têm um medo enorme pois pode haver o questionamento que citei em meu outro post: se a gravadora não distribui mais os discos nem precisa de um marketing tão agressivo para "vender" o artista, por que ela teria que ficar com a parte do leão neste rateio e não o próprio artista? Ou, melhor dizendo, para que o artista precisaria da gravadora já que ele próprio poderia gravar e disponibilizar sua música na web?

Um abraço.

(Aliás, daqui a pouco a moderação vai bloquear este tópico pois nós já viajamos pra muito longe de software livre, Linux, Ubuntu e quetais... *rs*)
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Danillo Guedes

#79
CitarO que eu coloquei, no meu comentário, foi para me contrapor ao comentário de alguém que disse que a cultura dos EUA é a que passa na Sessão da Tarde.

Eu não disse que a cultura dos EUA é a que passa na sessão da tarde, e sim que esse tipo de cultura não me interessa.

Só pra relembrar o que eu tinha falado:

Citarbom, depende de qual tipo de cultura vc fala... se for os filmes que a Globo passa na Sessão da Tarde, eu prefiro evitar!

Eu acho que eu deixei claro num dos posts passados que qualquer país tem cultura (nada mais óbvio...), tanto de massa quanto mais elitizada, erudita. A diferença é que uns têm mais condições de espalhá-la, como é o caso dos EUA, e isso possui, claro, interesses ideológicos. Eu também sou fã de mta coisa que é produzida lá, assim como em outros países (menos dos filmes da sessão da tarde!  :D :D)

p.s.: Ah, é Café com Ubuntu, vale (quase) tudo! Aliás, já faz tempo que eu tento largar esse tópico, mas sempre surge uma resposta interessante.

Polaco


Citarbom, depende de qual tipo de cultura vc fala... se for os filmes que a Globo passa na Sessão da Tarde, eu prefiro evitar!

Não diga uma coisas dessas!

Curtindo a Vida Adoidado
Quero Ser Grande
Goonies

Só esses três já valem por qualquer coisa que eles passem lá por décadas!  :D
Ubuntu 10.04 x64 @ Dell Optiplex 740

Danillo Guedes

A desciclopédia (http://desciclo.pedia.ws/wiki/P%C3%A1gina_principal) é que tem artigos ótimos sobre a Sessão da Tarde e o seu locutor. Aliás, o Locutor da Sessão da Tarde já virou uma lenda por lá, ao lado de Chuck Norris, Cap. Nascimento etc.  :D :D

sboorbou

Citação de: Polaco online 01 de Março de 2010, 00:31

Citarbom, depende de qual tipo de cultura vc fala... se for os filmes que a Globo passa na Sessão da Tarde, eu prefiro evitar!

Não diga uma coisas dessas!

Curtindo a Vida Adoidado
Quero Ser Grande
Goonies

Só esses três já valem por qualquer coisa que eles passem lá por décadas!  :D

cara esse filme é classico... é quase heresia falar contra ele !!! ahehaehaehahehae
garotos perdidos etc....
duvida eu em você sinto... duvida a raiva leva, raiva ao ódio leva, ódio é o lado negro da força - Mestre Yoda