Autor Tópico: Diários de Motocicleta  (Lida 3566 vezes)

Metaru

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Diários de Motocicleta
« Online: 12 de Setembro de 2009, 14:29 »

Bom o texto é grande, então... (talvez até chegue a repartir em pedaços pra facilitar um pouco). A ordem cronológica as vezes é sem noção logo para avisar.

Sou um usuário antigo(não tão antigo como alguns), completo uma década no Linux no fim desse ano. A primeira distribuição que usei foi o Conectiva Linux 2.0 e a segunda, o Conectiva 3.0 foi a versão que eu mais gostei(grande parte dos recursos desejáveis para sobreviver com um sistema ele já tinha disponível) segui pelo 4.2, 5.0 e a partir daí não contei mais as versões mas cheguei a usar o 6.0 e 8.0. Depois do 5.0 fui em busca de outras distribuições, conhecer outros territórios(tive sorte que anos mais tarde a Conectiva deixou de existir[existe claro, mas não na forma original e com seu produto original]).

Fiz uma salada de distribuições, desfrutei um pouco da liberdade e de algum conhecimento que já tinha adquirido com o tempo e com os anos. Nesse meio tempo uma distribuição me conquistou... no leque de opções de 2001, 2002 qual seria essa? Tinhamos tantas opções e tão boas que não da para imaginar, mas que me conquistou mesmo foi o Slackware. Senti outros ares, outras soluções, outras formas de interagir e trabalhar com o sistema e segui essa distribuição por muitos anos, cada nova distribuição era uma empolgação, na época que pouca gente se atrevia a viver do -current eu tava lá marcando presença e testando as coisas, fui um dos primeiros brasileiros a me atrever a testar o nosso kernel 2.6. Era um desafio um pouco estranho pra quem já estava acostumado com o 2.4(foi a versão do kernel que mais vi o brilho do Linux e que nos deu mais possibilidades e liberdades comparadas as anteriores, e RÁAAAAA TEMOS UM BRASILEIRO CUIDANDO DELE Toma Hermanos! LOL :D (bom... tinhamos, mas me dou o direito a ser como Jô Soares que chama FHC de “SENHOR PRESIDENTE”)! ) mas deu para cumprir a missão e entregar aos companheiros um arquivo de configuração para ajudar as outras pessoas a testarem o 2.6 tanto na era instável como na estável. O deixei o config no meu site na época e redistribui, teve um pouco de sucesso e trouxe a satisfação de algumas pessoas.

Era então o malandro típico de Slackware(ou atípico), vivia sempre nesse ímpeto maldito de ter sempre novas versões de programas, testar coisas(sempre gostei de andar nos caminhos das pedras) e participativo com as pessoas, com a comunidade, sempre ajudando no IRC, site, Fórum, EXÉRCITO(sim... encontramos em tudo quanto é lugar, mesmo em 2003/2004 o estouro da comunidade tava grande, mei la da multidão preocupada com o serviço militar se achava gente na multidão descontraída falando sobre o sistema e sempre trocando ideias), universidade, bares, amigos, amigos de amigos, amigo de amigos de amigos enfim pessoas que conhecem pessoas que conhecem pessoas que precisavam de ajuda ou tinham conhecimento tanto para passar para frente como para discutir e evoluir(falando assim me lembro dos sambistas e bossanovistas de roda relembrando os tempos de malandragem e vagabundagem onde o conhecimento era realmente produzido[entre um copo e outro é claro :D ]). Bom continuando, conheci realmente o esqueleto a fundo do sistema e a organização.

Meu vício era tão grande que partir para ajudar outros viciados, antes mesmo de alguma coisa sonhar em passar pelo -current(pra não ficar mal interpretado: deixar claro que não tenho ligação com a distribuição) já estava empacotado nas minhas mãos e distribuía entre o pessoal e amigos que quisessem... ai pronto a danação tava completa, me lembro que meu navegador era quase um radar existiam sites que constantemente eu estava de olho kernel.org, wine, xfree86, xorg, gtk-gnutella, gimp e outros tantos... O GNU então vigi... me lembro que nem olhava o site ia direto ao FTP sempre monitorando novas versões, correções do bash, gcc, glibc(trio maravilha paras os velhos viciados) e outros tantos... O ritmo era frenético... cheguei ao ponto de dar um pouco mais de respaldo aos pacotes aplicando patchs(principalmente a ferramentas relacionadas a rede[tem que ter o mínimo de segurança]) de outras distribuições.

Fim da primeira parte
« Última modificação: 12 de Setembro de 2009, 14:55 por Metaru »

Metaru

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Re: Diários de Motocicleta
« Resposta #1 Online: 12 de Setembro de 2009, 14:54 »
Se no kernel 2.6 fui um dos 'aliados' de primeira hora, quando saiu a noticia sobre as mudanças no Xfree86 e a indecisão de algumas distribuições e algumas delas se posicionando em prol do Xorg(mas é claro sem ainda a capacidade necessária para realizar uma migração tranquila)... Bom no espaço das distribuições existiam cada uma das vertentes apontado para um dos lados... Eu independente das decisões que seriam tomadas e traçadas pelo o Slackware na próxima versão, já tratei logo de utilizar no mesmo dia o Xorg e fui nesse caminho. Graças a Deus por hobby já tinha aprendido a defusar(desarmar) algumas pequenas bombinhas na época(quem viveu a época entende um pouco a complexidade e os pormenores) e Xorg não foi um pesadelo, foi um bom sonho inclusive. Um amigo da gente na época membro importante de uma das comunidades que eu fazia parte não acreditou quando dias depois da noticia do fork do Xfree86 eu já estava com o Xorg. Não sabíamos ainda nem direito quais decisões seriam tomadas pelas distribuições e do pouco de informações que se tinha, mas eu já tinha feito a minha migração completa.



Foi um bom tempo e um bom momento, aquele breve momento de independência. Já vi ali que tinha chegado mais ou menos no ponto em que eu queria, tudo era um caminho curto, estava conectado a tudo que podia se ter a oferecer, ter acesso a usar novas versões, velhas versões... Meu hd virou quase um mirror para vários softwares(recentemente tive que abrir mão desse material antigo de 7 anos atrás, obrigado SAMSUNG companheira por ter feito esses hds de 40 GB... Deus sabe quantas formações e quantos sistemas de arquivos eles já conheceram...). Duas músicas dos Engenheiros na época servem para representar aquela época e o momento: números( http://www.youtube.com/watch?v=hBSvR6OnZ4A ) e a promessa ( http://www.youtube.com/watch?v=fHpoe8LB4zU ).



Bom além de ter um antena apontada para tudo o que era de novidade, por em prática, testar e compartilhar os resultados também passava ideias para frente para outras pessoas também colocarem em prática. Foi um dos melhores tempos acho que mais frutíferos paras comunidades brasileiras, existiam outras pessoas com sonhos e desejos e iam por a massa e nasciam distribuições. Ala bem conservadora não via com bons olhos... mas malandro não liga para isso, me tornei partidário lógico de que quanto mais distribuições melhor, para se ter o sistema perfeito para cada caso(algumas pessoas até hoje condenam isso, sendo conservadoras ou não... mas em algum momento ai vão topar em algumas realidades e vão ver que realmente é necessário a manutenção desse ambiente em que vivemos com várias distribuições...



Cheguei a sonhar em ir pro caminho também de criar uma distribuição... Um empacotador safado... DIGO... UM BOM EMPACTADOR SAFFAADDDDOOOOOO(bom empacotador, mas vou ser modesto... um empacotador mais ou menos... semi profissional... ou semi vagabundo... que é pra não ter responsabilidades extras que um bom empacotador que não se omite tem) o caminho bem natural, quando você tem o conhecimento um pouco apurado é criar uma distribuição. Nesse ponto alguém pode gritar: MAS QUAL O SENTIDO DE UMA NOVA DISTRIBUIÇÃO BEXIGA!!!! Bom alguma das coisas que eu tinha no acervo e muitos programas que eu já tinha substituídos por outros, gestão do sistema, organização, material, o bla bla bla natural todo... Acho que tinha ido um pouco mais além de dar garras de adamantium ao Slackware... eu tinha num primeiro momento um algo quase sem nexo e instável, mas a partir no momento em que foi se organizando versões, dependências e adequando as necessidades era um clone perfeito do Wolverine(mas que ainda dependia de alguns trechos e pacotes deste). :o


Fim da segunda parte

Metaru

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Re: Diários de Motocicleta
« Resposta #2 Online: 12 de Setembro de 2009, 15:20 »
Mas ai foi passando o tempo e vi que não ia dar muito pra viver assim... Já tava meio que virando quase um TRAIRA(nesse meio tempo outras coisas aconteceram... dado o conhecimento do sistema comecei a partir para outro tipo de conhecimento das artes cabalísticas das distribuições: AS LICENÇAS... e fui me tornando partidário oculto do Debian(desde de o conectiva já sabendo o modelo do debian, distribuição, licença, para mim o Debian era o ideal)) e dado o conhecimento e as posições e posicionamentos sobre determinados assuntos você se torna quase um radical... ai o caldo estava engrossado. O Slackware na época tinha necessidades e deficiências que graças a nossa comunidade foram supridas, mas existiam mais necessidades... E eu la no meio ovelha negra pensando NO CLONE... Então era meio difícil arrumar pessoas com tempo, disposição e conhecimento para manter uma distribuição e empacotar um sonho...



Então pouco a pouco fui me saturando e tive que dar cabo do que estava fazendo, tive que matar boa parte do que tinha conseguido porque manter é difícil, não é um processo fácil... Você tem que posicionar antenas, radares ligados desde FTP's a sites e serviços de segurança, ter que rotineiramente checar tudo, se os scripts mesmo trabalhando corretamente em algum momento podem realizar alguma operação errada(coisa que quem usava o -CURRENT do Slackware a uns anos atrás deve saber... quem nunca caiu num pacote bomba?!?!? a gente nunca espera, nunca sabe e nunca acredita que uma coisinha tão singela de uma linha pode causar tanta dor de cabeça... e ainda mais estar num FTP americano, é uma distribuição conceituada e etc... imagine O CLONE... sim no caso eu armava as minas e pisava nelas).

De sites de segurança ficava de olho nos do Debian para ferramentas comuns(claro, claro, claro não é de segurança... mas atendia de certa formas necessidades) de outras distribuições também, o único nome que me lembro de site mesmo “exclusivo” de segurança era o “CAS”, olhava os nacionais também... ficava de olho nos terroristas dos fóruns também: “O MUNDO OCIDENTAL-JUDÁICO-CRISTÃO-CONSERVADOR-PRO-SOFTWARE-LIVRE ACABARÁ: versão X afetada” as vezes com correção, sem correção, com remendinhos... remendinho pra distribuição pequena é quase um PAC do governo loooooooollllllll :D , era motivo de comemoração. Uma falha segurança, dando para tapar nem que seja com farinha com água já é muito mais negocio do que deixar um buraco aberto numa parede.



Bom então é isso passou o tempo do Skate... do Clone e infelizmente Slackware também... Slackware era o feijão uma porrada de pacotes que eu tinha e fazia era o arroz... Se for para ter feijão tem que ter o arroz também... Decidi ir ao mercado e aproveitei para ver a situação das distribuições e fazendo uma comparação com a mesma comparação que eu fiz por volta de 2001 e 2002... catei o caderninho de bar e fui freneticamente testando tudo que era interessante... Se nesse momento pensou em Gentoo... sim Gentoo era e talvez ainda seja perfeito para mim, mas nem sempre você quer uma cerveja e pede uma cerveja... as vezes você pede cachaça! Gentoo me puxaria talvez de novo pro slackware... Os espíritos não se bateram muito... bom prossegui acho que já era a fase de transição Conectiva + Mandrake = Mandriva(na época talvez não tenha reclamado do nome... MAS QUE NOME JOSÉ!!! que nome! Lol)... Depois que vivi fora do RPM e voltei a usa-lo, notei que não ia dar certo... o santo também não tava casando... cheguei até a ver documentação do RPM para empacotamento, é bem simples. "...PONTO. SIMPLES UMA BEXIGA..." vá criar pacotes no Slackware, nossa mamão com açúcar... Bem light...

De galho em galho testando novamente sistemas no mercado e fazendo a licitação aqui pros computadores... Consegui graças a muito esforço ensinar toda minha família a usar linux, desde 1999, por curiosidade as pessoas sempre se aproximavam e acabavam descobrindo o lado especial dos nossos sistemas, nessa era de busca de uma nova distribuição eu precisava também escolher uma boa distribuição para eles. Vi novamente os sistemas BSD's, sempre digo sobre eles o seguinte: NetBSD minha mulher(amor), FreeBSD a outra(necessidades, interesses, segundas, terceiras, quartas e quintas intenções multitarefas, numa agilidade que nossa senhora...), OpenBSD minha secretária(segura de si, útil e infalível, não vai me deixar na mão nem nos fins de semana... mas só os “CAS” pegam pra capar com ela... eu apenas flerto um pouco, conto com ela quando é preciso). No dia que eu finalmente comprar meu notebook NetBSD será a opção(ou a secretária OpenBSD :x, se for para usar FreeBSD vou logo apelar para uma distribuição de Linux).

Fim da terceira parte

Metaru

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Re: Diários de Motocicleta
« Resposta #3 Online: 12 de Setembro de 2009, 15:31 »
Continuando seguindo o processo de escolha, finalmente fui para o Debian pra ficar mesmo, instalei nas outras máquinas, nos primeiros momentos alguns pequenos problemas pra se resolver, algumas pequenas sintonias finas naturais numa casa: “...Quero baixar Mp3...”, “...Quero gravar um CD com Mp3...”, “...Quero criar Mp3...”(quando chegaram falando em criar mp3 me animei e ajudei eles... mas pena que perdeu a graça pra eles criar mp3... mas é isso ai...).

O Debian era um mar de rosas, perfeito... mas as vezes dava as loucas... Quem compara versões de programa do Debian com uma distribuição tradicional vê alguma disparidade... quem compara com distribuições não tradicionais, bem Off-Road mesmo nossa eu até cheguei a prever como seria as versões dos programas do debian: as mesmas que eu usava a 2 anos atrás. E nisso daí dava logo o nervoso, quem vive de pacotes, versões, novidades... bom... as vezes afetava um pouco o debian a estrutura de organização dele quando eu de forma sacana tentava criar um ambiente propicio para um Slacker-Like, as vezes em outra partição instalava o Slackware e brincava ainda, as vezes até ficava mais tempo nele pelas versões de pacotes que usava e instalava e o Debian ficava de salva-vidas pra trabalhos de universidade e afins... mas pouco a pouco o ímpeto foi passando e ficando mesmo no Debian, convivendo... Cheguei a testar as vezes o Fedora pra ver se atendia um pouco as necessidades da minha família, bom eles não eram empacotadores, não eram viciados em novidade .tar.bz2 ou tar.gz mas precisavam sempre de versões atualizadas de programas pra cumprir com outras necessidades ai que o mundo impõe: compatibilidade com Microsoft Office(Argh).

Bom tinha três cartas, Slackware, Debian e Fedora, descartei o Slackware, comparei as duas e me dei conta de outra carta... uma carta que não tem lógica nenhuma, mas para mim era um pouco a soma do que eu estava buscando, era algo um pouco inédito, não colocava muita fé, via o nome mas deixava pra la... Mas ai arrisquei.

Sim, Ubuntu... Off-Road! 4X4... versões novas dos programas(tentação)... não usa RPM... e usa DEB... baseado no Debian... depois algumas pequenas noticias soltas de um possível conexão benéfica entre os 2... não teve outro resultado... era o IMPACTO... a solução de tudo. Instalei ele para testar um pouco, dei meu aval analisando poucas partes e instalei pra todo mundo em outra máquina... Perfeição... agradou muito, indiretamente as pessoas também gostavam e queriam novas versões dos programas mas gostavam da seguridade do Debian e despertou paixões, pessoal que já tinha largado o Windows não sabiam mais nem o que ele era...

Nesse ponto da história, recapitulando em 2001 ou 2002 larguei o Windows e tornei o Linux meu sistema principal e primário e investi pesado em conhecimento sobre ele. Em 2004 minha família já também tendia a cair nas graças do sistema, em 2006 eu acho finalmente o mesmo momento chegou para eles, a transição final. O Ubuntu foi o marco por atender as necessidades gerais.

Continuando a história mais uma vez... instalei na máquina deles, fiquei ainda um pouco averso, fiquei no debian um tempo... depois voltei a versão da máquina de lá pro debian também...

E um dia eu finalmente me rendi, comecei a usar Ubuntu mesmo e me acostumar, porque realmente era um pouco de tudo o que eu buscava e isso me fez substituir a outra pra Ubuntu e facilitou muito a vida em gerenciar ambas as máquinas, mesmos sistemas, mesmas versões(hoje em dia não muito, porque 1 é x86 estou com amd64... amd64 pra quem desenvolve tem pequenos detalhes... mínimos... pra quem viveu com pacote bomba, detalhes são a diferença de um sistema ficar instável, um sistemas de arquivos corromper, um avião cair ou continuar no ar, uma pessoa sobreviver a queda de um container por causa de uma calçada e por ai vai...).

Hoje utilizamos a versão Server do Ubuntu(cai bem com algumas necessidades microscópicas de instalação) ao invés da Desktop(mas sempre baixo a Desktop x86 pra ficar de Super Trunfo e também poder instalar rapidamente pra quem chegar aqui em casa e precisar dela). Cada um nas suas necessidades está satisfeito. De música, a edição, a programação, a segurança, a versões, a compatibilidade, a estabilidade, a atualizações de segurança, enfim...

Fim quarta parte

Metaru

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Re: Diários de Motocicleta
« Resposta #4 Online: 12 de Setembro de 2009, 15:41 »
Como mensagem final no trajeto algumas considerações. Utilizar Ubuntu hoje pra muita gente é POP, é ser pop e tal... até rio quando leio isso. Do pessoal das antigas que diz isso, talvez não tenha sentido a necessidade de ir “ao mercado” e procurar por novas distribuições ou outras realmente atendem a todas as especificações deles, mas Ubuntu é uma opção, pode não ser uma opção ideologicamente correta, ou ter tradição... mas o / ta ai pra você brincar de modificar o que quiser é só escolher a distribuição e procurar o que quer fazer, o que quer transformar, como transformar até atender tudo o que você quer.

Hoje tenho uma tranquilidade enorme com distribuições, mais até que antes. Vivo e respiro o sistema e os sistemas similares, se um dia o Ubuntu faltar, acabar ou ir para um caminho que eu não quero que siga, muito simples, vou pra outra e outra até finalmente novamente achar aquela que mais se adequará a mim. Se não existir ai finalmente, acho que vários artistas, malandros e talvez algumas pessoas mais cultas ou tradicionalistas queiram criar alguma distribuição para atender as necessidades de cada um(com certeza vou ser um dos empacotadores safados e malditos(caso não se trate de um sistema com sistema de pacotes governado pelo RPM)).

Se no mundo ocorresse o efeito dominó digamos assim, distribuições fossem acabando, ruindo... iria pulando de uma para outra e essa seria minha ordem e minha rota de fuga: Ubuntu => Debian => Slackware => gNewsense => Gentoo => Fedora => Mandriva e por ai vai... se o Linux de alguma forma implodisse(mais difícil ainda de ocorrer) iria para os BSDs: FreeBSD => NetBSD => OpenBSD... Se eles acabassem também(cenário já mais do que apocalíptico até mesmo para um Daemon), OpenSolaris => Solaris... Piorando mais Minix... Se a coisa piorasse mais partiria para o Hurd(mesmo quebrando os ossos porque imagino que a situação em que estamos vai demorar um pouco pra evoluir... mas na hora da necessidade você não escolha a arma... a arma escolhe você!)... Se até o Hurd sumisse da face da terra, iria para os Unix comerciais... se fossem muito caros, não existissem mais também nesse cenário... FreeDOS(não é da família, mas aceitasse) ou outros sistemas abertos que também temos... Se piorasse ainda mais acho que já tinha dado tempo de chegar em São Pedro... mas partiria para procurar pessoas capazes de criar ou recriar esses sistemas ou criar algo moldado neles.

Software livre e sistemas abertos são isso, liberdades de escolha, veja sua casa como moradia e todas outras como possíveis casas onde você pode tanto passar uns momentos como vir a residir um dia. Sempre vai existir algum sistema para nos recorremos e se não existir alguém com certeza vai cria-lo e molda-lo.

Fim da parte da conclusão 'limpa'

Metaru

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Re: Diários de Motocicleta
« Resposta #5 Online: 12 de Setembro de 2009, 16:09 »
Hora do maior vespeiro de todos...

Muitas pessoas hoje fazem propaganda sobre a Microsoft... antigamente também a gente via na forma mais natural e que nos acostumamos a ler, ouvir e assistir: reclamações. Mas da mesma forma que de uma ponta formou uma comunidade pro sistemas livres e abertos, você tem outra ponta agora do outro lado. Pouco dessas pessoas realmente tem uma motivação pessoal, com algum fundo ideológico para fazer propaganda por um determinado sistema e por várias centenas de aplicativos.

O que eu sei é que o mundo não é azul como pintão se você for realmente olhar pela janela que eles querem que você olhe. Boa parte das comunidades(deles) são criadas das formas artificiais, são versões corporativas das nossas comunidades. Cada um dos nossos elementos agora também desposam no cenário deles. Mas e qual é a diferença maior e que nunca, nunca vai mudar? Você sempre será uma droga de uma formiga. Aqui mesmo como usuário você estará e poderá mudar destinos. Poderá mudar e fomentar mudanças. Temos pessoas das mais variadas profissões(cheguei a trabalhar com história), das mais diversas culturas e das mais diversas opiniões e isso quando for bom não vai ser falsamente embalado e vendido com sorrisos e estampas azuis.

Do tempo que eu passei dentro das mais diversas comunidades eu vi o quão próximo a criatura pode chegar dos criadores e você também tem o poder de criar, mesmo que para muitos seja pouco, mas de pouco a pouco o nosso sistema foi criado e desenvolvido, não é um monobloco que já nasceu do jeito que está. O menor esforço de uma linha reparada com um patch já pode ser um remendo extremamente significativo por exemplo num problema de segurança.

Nossa qualidade vem da busca por fazer algo melhor, claro que rola dinheiro... e algumas pessoas realmente não gostam de Linux, BSD, Unix e são obrigadas a se prostituir(fazer o que né) usando esses sistemas e ficar tendo que repara-los e disponibilizar quando possível tais mudanças mas...

O ponto inicial, um dos pontos de partida na verdade que são algumas frases dos desejos das principais aplicações e sistemas que usamos. Os filmes, sobre linux e sistemas abertos e livres, que as comunidades e outras pessoas recomendam já dão um pouco a visão disso tudo... e tudo o que eles dizem é história e história viva, que está correndo por todo o sistema, mesmo as partes que não usamos mais nem indiretamente e que não serviam as nossas necessidades modernas e que foram excluídas, tiveram motivo para saírem.

Cada uma pessoa usa e gosta dos nossos sistemas abertos(Linux, BSDs, FreeDOS, ReactOS, e outros) por algum motivo como também usam e tal. Eu digo hoje que é necessidade, como uma grande parte deve dizer, mas só é necessidade porque não pode ser suprida por nenhum outro sistema no mercado. Estou nesse sistema porque gosto, diferente do pessoal que se vê obrigado a seguir ondas Pop ou se prostituir, não estou aqui pra ousar nem de passagem. Vim pra ficar e acho que mais 4 pessoas daqui de casa também.

Se o pessoal que se invoca com a comunidade, principalmente os que vem de sistemas proprietários, quando falam algumas coisas ai que o pessoal não gosta de ouvir, bom acho que é forma principalmente como é falado. Muitos agem de forma marginal, marginal mesmo, não vem para somar nada e muitas vezes apenas para parasitar. As vezes os sensores de parasita erram, mas na maior parte do tempo as pessoas acertam. Quem gosta dos seus sistemas, gosta mesmo continue com eles em vez de ficar feito mulher geniosa que quando casa reclamando de tudo peça logo o divórcio e fique solteira de novo lol. Use seu ímpeto para criar ou ajudar os projetos que já existem para deixar tudo da forma que você quer.

Para finalizar tudo um agradecimento todos que desenvolvem nossos sistemas, ferramentas e aplicações que mais gosto: Linux, FreeBSD, NetBSD, OpenBSD, Hurd, GNU, GCC, glibc, binutils, Bash, Gimp, Blender, Inkscape, Audacity, TCSH, SSH, SSL, gnutls, bind, netkit, nmap, Xorg, SDL, GTK, OpenGL, OpenAL, OpenOffice, Totem, Mplayer, Abiword, Gnome, gnome-terminal, aterm, rxvt, xterm, Gedit, WindowMaker, Fluxbox, Blackbox, OpenBox, TWM, Icewm, OpenStep, Emacs, Midnight Commander, elvis, Vi, Vim, Jove, autoconf, automake, bison, flex, ncftp, irssi, bitchx, xchat, pidgin, alsa, cups, coreutils, udev, dbus, hal, xevil, xbill, AisleRiot, foobillard, nexuiz, quake, quake2, ioquake3, gtk-gnutella, bittornado, qemu, kvm, wine, dosemu, visualboyadvance, mingw, cygwin, firefox, dillo, links, lynx, anjuta, python, perl, tcl, tk, bzflag, wesnoth, freedroidrpg, scourge, supertux, crossfire, lame, twolame, daimonin, xawtv, xine, xmms, sane, gkrellm, apache, dhcp, netfilter, wget, zlib, tar, bzip2, gzip, e2fsprogs, mythtv, tvtime, cdrtools, growisofs, lirc, Mesa, Vorbis, findutils e outros tantos.

Bom final de semana.


Até daqui a 10 anos mais.

PS: Pro pessoal do antigo modprobe e os grandes amigos do slackware, bom está aqui meu ultimo paredeiro. Já conseguiram me achar uma vez usando o google e vão conseguir, hora de soltar umas iscas pro google: [[ Brasnet Slackware Modprobe ]] [[ Cfdisk eternamente terá menos que 13 anos ]] :) [[ um dia quem sabe ainda terei meu processador Sparc. ]] Existem duas formas de tentar conseguir contato comigo, RedHate numa conta velha tem minha conta(ala slackware) e o Marcio do modprobe(sic) também.

PS2: Talvez depois eu poste screenshots antigos dos sistemas antigos e de quando os canais e a brasnet ainda tava na ativa.
« Última modificação: 15 de Setembro de 2009, 01:13 por Metaru »

Offline Luciano Gardim

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Re: Diários de Motocicleta
« Resposta #6 Online: 12 de Setembro de 2009, 16:18 »
Só posso te aplaudir, cara...

 :) :) :) :) :)
Um dia eu faço um blog... um dia.