Instalei o Ubuntu 6.06 através do Gerenciador de Atualizações. A importação de pacotes, favorecida pela conexão banda larga, não demorou muito mais do que nove horas. No entanto, até que fosse completado todo o processo passaram-se mais de onze horas. Mas não houve nenhum defeito durante o processo, que concluiu-se com a instalação de um sistema perfeitamente funcional.
Pode parecer um método um tanto quanto temerário de se instalar uma versão beta de qualquer sistema e - francamente - eu não a recomendaria no caso de nenhuma outra distribuição, exceto o próprio Ubuntu. De fato, as primeiras resenhas a respeito desta versão beta confirmavam a sua extraordinária estabilidade, o que me induziu então a assumir os riscos da instalação.
Aqui vão as minhas primeiras impressões sobre o Drapper Drake:
1. Rapidez - Esta é a versão mais rápida do Ubuntu dentre todas as que utilizei. É um ganho de velocidade absolutamente perceptível, especialmente nos aplicativos mais pesados, como OpenOffice e Firefox. O próprio Nautilus, freqüentemente mencionado como um gerenciador de arquivos lento e pesadão, está muito mais reativo nesta versão do Ubuntu. Será que o mérito é do Ubuntu ou do próprio Gnome? Bem, pelas notícias que recebíamos a respeito do Gnome 2.14, é mais provável que esta última hipótese seja a mais próxima da verdade.
No entanto, a velocidade do arranque, sensivelmente maior não é mérito do Gnome, mas do próprio Ubuntu, que também tornou mais rápido o desligamento do sistema.
2. Comodidade - Não notei nada de muito relevante neste quesito, mas aqui é preciso reconhecer que as melhorias oferecidas pelo Gnome 2.12 e o Ubuntu 5.10 foram tantas que dificilmente se conseguiria um novo salto em apenas seis ou sete meses.
No entanto, há algumas novidades bastante positivas, como o Ekiga, o GDebi Package Installer e a interface gráfica aperfeiçoada do Gerenciador de Atualizações.
Pena que o suporte a multimídia continue a ser um problema. E continua fazendo falta um utilitário gráfico para configuração do xorg.
3. Multimídia - O ponto mais fraco do Ubuntu. Como não identifiquei nada de muito novo no Rhythmbox, decidi experimentar o Listen Media Manager (ou Lecteur de musique Listen,assim mesmo em francês, como aparece no menu) , que parece ser a grande novidade entre os players multimídia para o Gnome. Instalei sem a menor dificuldade os pacotes deb indicados na página oficial do projeto e o pus para funcionar imediatamente. É muito intuitivo e fácil de usar, além de estável e rápido.
De fato, é o melhor dos tocadores de música que experimentei até o momento para o Gnome. O BMPx, sucessor do Beep Media Player revelou-se frustante, não tocando boa parte dos meus arquivos de mídia - culpa, ao que parece, da biblioteca Gstreamer, base do aplicativo -, apesar de algumas boas novidades, como o streaming de radios. E o Audacious não consegui instalar, devido a problemas de dependência. Assim, terminei ficando mesmo somente com o Real Player e o Listen, o que tem dado para o gasto. No entanto, se o Listen tivesse um bom streaming de rádios seria perfeito.
Quanto ao Totem, consegui finalmente que ele tocasse algumas das minhas rádios favoritas, com auxílio de um plugin para o Firefox. O que me dispensou de instalar o Gxine, que agora conta com uma versão mais atualizada, porém bem mais instável que a anterior.
Consegui ouvir ou assistir todos os arquivos de mídia de que dispunha. Talvez seja pelo fato de que os codecs e bibliotecas necesários já estavam instalados; não sei ao certo. Meu único problema, como já disse, foi mesmo com o BMPx, mas me livrei dele num instante.
O Streamtuner é o único aplicativo que deixou de funcionar direito até agora. Na verdade, além da mensagem de erro quando da sua ativação, não há nenhum problema com ele. É coisa de "reinar" um pouquinho antes de resolver o problema;nada mais do que isso.
Aparência - O desligamento do sistema agora reproduz o mesmo splash do arranque e uma bela tela aparece quando ativamos a saída da sessão, com as diversas alternativas de fechamento. E há também um novo screen splash para o Gnome.
Mas a maior novidade mesmo do Drapper Drake no quesito estético é o tema Ubuntulooks, uma versão bastante alterada do estilo de comandos Clearlooks combinada com a decoração de janelas Clearlooks e uma versão "alaranjada" dos ícones Tango. Tudo muito bonito e refinado, especialmente o novo estilo de comandos; o Clearlooks já estava me cansando um pouquinho!
No entanto, o esquema de cores acaba comprometendo um pouco a beleza do conjunto. Não que seja feio, mas, po rser muito forte, enjoa logo. Pena que as variações disponíveis até agora no "Gnome-Look" não sejam das mais felizes. Assim, após algum tempo, acabei voltando ao tema Mint, que por ser tão discreto quanto refinado, acaba enjoando muito menos.
É preciso, contudo, reconhecer o mérito de uma distribuição não-comercial que oferece uma interface tão refinada e original quanto esta do Ubuntu 6.06.