De qualquer forma, a Adobe, como a maioria das grandes empresas de Software, não quer se arriscar em fazer um investimento que não trará lucro a pequeno (ou no máximo a médio) prazo.
A questão não é investir, mas deixar de investir em algo que tende a se difundir. Essa é a visão antiquada, típica do século XX, que algumas empresas guardam do Software Livre: "FOSS não dá lucro". E estas empresas querem que adotemos seus produtos devido ao monopólio que exercem, nos deixando sem outras opções. Nem mesmo os fabricantes de hardware suportam mais isso. Mas estamos no século XXI, o azar é deles.
Eu gostaria de saber se vocês concordam comigo que o futuro da informática será em torno da portabilidade. A grande quantidade de dispositivos portáteis, smartphones e tal, pode gerar, entre outros problemas, uma dificuldade na sincronização de dados. E não é que os fabricantes estão mesmo nessa de Linux? Afinal, a portabilidade faz parte da Filosofia UNIX - Escolha "portabilidade" ao invés de eficiência. E provavelmente as fábricas de celulares não querem mais estar presas ao software proprietário, pois podem até mesmo desenvolver por si só em Linux, o que aumenta seus lucros, pois nem mesmo pagam para instalar os sistemas em seus equipamentos.
E ainda o FOSS facilita a portabilidade, ou vão me dizer que eu estou errado? É aí que o Linux exerce seu papel no futuro da informática. Talvez o processo de adoção em massa do Linux venha a acontecer da forma que hoje consideramos reversa: as pessoas vão comprar celulares, smartphones e talvez até MP4 com linux instalado, podem adotar o linux em seus PCs devido à alguma dificuldade técnica de seu equipamento portátil com o Windows ou Mac, ou mesmo porque achou o sistema fácil e bonito. É o computador que tem que estar preparado para receber e transmitir dados para o celular, não o contrário. Se o celular e o PC não se entendem, normalmente desconfiamos do PC, não é mesmo?
Se as empresas de software proprietário continuarem com essa de depender da arrecadação de royalities para ter lucro, não irão sobreviver. É como com artistas: não pensem que bandas ficam multimilionárias por causa da venda de CDs, pois estes dão um lucro ínfimo para os artistas e máximo para as gravadoras (na verdade, as distribuidoras, não os estúdios), o lucro vem das apresentações. Com software é a mesma coisa: se a empresa quer arrecadar, é melhor fazer um produto de qualidade e oferecer serviços consistentes de suporte aos usuários. Afinal, se existem até distribuições Linux comerciais e serviços pagos de suporte da Canonical, é porque esta alternativa é viável aos desenvolvedores de software.