Seria interessante que o povo lesse os dois artigos do Mark e não apenas as notícias ultra-resumidas que os sites disponibilizam:
Primeiro artigoSegundo artigoTudo bem que os artigos estão em inglês, mas quem entende o idioma deveria ler os textos antes de dar uma opinião. É ótimo para compreender melhor a idéia dele e entender o que ele realmente quer dizer com lançamentos simultâneos.
A idéia é focar na estabilidade de todas as distribuições, pois todas estariam usando versões idênticas dos mesmos softwares. Todos estariam utilizando a mesma versão do kernel e teriam o mesmo "alicerce", o que contribuiria para a estabilidade do sistema como um todo. Também acabaria com o problema dos programadores terem de trabalhar com várias versões de bibliotecas ao mesmo tempo, pois haveria muito menos defasagem de versões.
A intenção seria focar em lançamentos próximos, mas respeitando a ordem de prioridade. A princípio, seriam lançadas as versões do kernel, bibliotecas, compiladores, interpretadores e tudo mais que for essencial; tudo que "ninguém vê", mas que sabemos que é a base de sustentação do sistema. Então, com esse material em mãos, seriam testados os softwares principais, como interfaces gráficas, suítes de escritório, programas multimídia etc. E por fim, as distribuições pegariam esse material e lançariam suas versões, totalmente sincronizadas em termos de versões dos softwares.
Há os que serão contra a idéia, pois ela "impõe" uma "linha de produção". Mas é desta forma que o Linux será transformado em algo mais profissional sob o ponto de vista empresarial (e doméstico também). Com versões similares, fica mais fácil trabalhar para corrigir os bugs e descobrir eventuais problemas nos softwares. Uma das coisas que mais incomodam no suporte técnico no mundo Linux é ter de saber as versões de várias coisas antes de testar as possibilidades de problema. De repente pode até ser um bug, mas gasta-se muito tempo investigando esses problemas.
Se todas as distros tiverem versões próximas ficará muito mais fácil fazer manutenção. No mundo Windows, quando se sabe que é XP, pergunta-se se tem SP1, 2 ou 3. Aí já dá para considerar ou descartar algumas causas de problemas. Com as distros ficaria algo similar. No Ubuntu mesmo vemos algo parecido, pois pela versão já dá para ter uma noção, mas o problema é que a versão do kernel pode variar, dependendo da pessoa ter feito ou não atualizações do sistema.
É possível sim fazer essa "linha de produção", mas será preciso da colaboração e, principalmente, disposição de todos. Um ponto positivo é que acabariam as versões com muitos dígitos (5.2.9.18, por exemplo), pois, com os períodos de lançamentos, ficaria mais fácil controlar o que é lançado, sem atualizações jogadas às pressas apenas para satisfazer uma ou outra pessoa que precisa da implementação no momento. Com a turma prioritária (kernel, bibliotecas, compiladores, interpretadores etc), após o lançamento da versão, eles já saberiam o tempo que teriam para implementar coisas novas e, quando estiver perto da data de lançamento da próxima versão, é focar na estabilidade e deixar as novas implementações para as novas versões. Com o lançamento da turma prioritária, a turma secundária (interfaces gráficas e softwares em geral) pegariam esse "alicerce" estabilizado e concentrariam na estabilidade de seus próprios softwares. E depois que lançarem, podem buscar novas implementações para seus produtos, até chegar perto do novo lançamento da turma prioritária, quando passariam a focar na estabilidade. E o final da cadeia, as distros, apenas pegariam os softwares prontos, implantariam suas características aos produtos, testariam tudo e então lançariam.
Com várias distros diferentes, mas com softwares, drivers e kernel com as mesmas versões, os usuários pegariam a distro que for melhor para ele, respeitando suas liberdades de escolha. Ele escolheria aquela que trouxesse sua interface gráfica favorita, seu gerenciador de pacotes predileto e um conjunto de softwares que satisfaça suas necessidades. É lógico que desta forma muitas distros minúsculas praticamente sumiriam do mapa, mas o excesso de distros é uma das maiores queixas do mundo Linux.
Bom, o texto ficou grandinho, mas espero que leiam e compreendam essa idéia do lançamento simultâneo.