Governo facilita crédito para compra de PCs

Iniciado por Alysson Neto, 25 de Janeiro de 2006, 14:35

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Alysson Neto

Governo facilita crédito para compra de PCs
Terça-feira, 24 de janeiro de 2006 - 17h21

SÃO PAULO – O governo brasileiro se prepara para modificar as leis que regem o acesso de varejistas a linhas de crédito para venda de computadores populares.

Devido às regras atuais, criadas em 1962, empresas cujo principal acionista reside no exterior não têm acesso a linhas do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), destinadas ao financiamento do "Computador para Todos", com juros atrelados à TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). A essas empresas, os empréstimos são corrigidos pela oscilação cambial de uma cesta de moedas estrangeiras. Apesar de, no momento, isso representar mais ou menos o mesmo que a TJLP, empresários costumam rejeitar linhas de crédito que oscilam com o dólar por não ter como repassar esse risco ao consumidor.

Várias categorias empresariais, incluindo multinacionais de diferentes setores, já são exceções a essa restrição legal. A idéia do governo é incluir o varejo como mais uma exceção, já que boa parte de seu capital é estrangeiro. A alteração deve acontecer até o meio de fevereiro.

Até o momento, apenas o Magazine Luiza conseguiu o financiamento. Seu primeiro estoque de equipamentos ligados ao programa de inclusão social do governo, que tinha 15 mil computadores, esgotou-se em apenas 12 dias, o que na prática tirou o "Computador para Todos" do mercado. Os estoques já foram repostos e as vendas reiniciadas na segunda semana de janeiro. Segundo a empresa, a expectativa era comercializar esse volume de máquinas apenas depois de três meses.

O governo entende que o sucesso de vendas se deve justamente ao fato de os juros do Magazine Luiza serem inferiores às do mercado, por conta da linha do BNDES. As mudanças nas regras visam, portanto, corrigir condições desiguais dentro do segmento e tentar ampliar essa conquista para outras lojas.

O "Computador Para Todos" é resultado da "MP do Bem", que isenta da cobrança de PIS/Cofins os computadores com configuração específica e vendidos até R$ 1.400 para o usuário final. Computadores com custo até R$ 2.500 e de qualquer configuração também são beneficiados. A expectativa do Governo Federal é dobrar o número de computadores de mesa vendidos no país, de 1 milhão para 2 milhões.

Além da linha de crédito do BNDES, oferecida aos lojistas para repasse aos consumidores, Caixa e Banco do Brasil têm linha de crédito aprovada para 17 milhões de clientes, com taxas de juro de 2% ao mês, limitado a 24 meses. Entretanto, nesses dois casos, há restrições. No Banco do Brasil, o cliente deve possuir cartão de crédito ou débito da Visa. O empréstimo da Caixa é restrito a correntistas ou donos de poupança no banco. Em ambos, é necessário o pagamento de uma taxa de abertura de crédito.

Após as mudanças, os varejistas poderão usar a linha de crédito do BNDES com um custo máximo de TJLP (hoje em 9% ao ano) mais até 6,5% (já incluída a taxa cobrada pelos bancos pelo repasse do empréstimo do BNDES). Isso resultaria em juros de 2% a 3% ao mês para o consumidor final.

Fonte: InfoExame
http://info.abril.com.br/aberto/infonews/012006/24012006-3.shl
"Eu rejeito sua realidade e substituo pela minha" Adam Savage,