Telecentros de SP: Debate mostra superioridade do Software LivrePor Sergio Amadeu
O Movimento Nossa São Paulo promoveu, ONTEM, dia 10 de dezembro, um debate sobre o uso de Software Livre nos Telecentros de São Paulo. Em outubro, a Prefeitura Municipal e a Microsoft assinaram um protocolo de intenções. O protocolo mais parece uma peça de marketing para o monopólio mundial de software divulgar que conseguirá retirar o GNU/Linux dos telecentros.
O debate foi coordenado por Odilon Guedes e contou com a participação de Waldemar Junqueira Ferreira Neto, Coordenador Geral de Inclusão Digital da Prefeitura, e eu que fui responsável pela implantação do software livre nos Telecentros de São Paulo.
Waldemar Ferreira disse que não iria colocar windows nos telecentros. Falou que pensava colocar uma máquina com dual boot para poder utilizar um software proprietário para deficientes visuais. Disse que era democrático dar mais de uma opção aos usuários.
Alertei que a micro$oft sempre tentou retirar o software livre dos telecentros de São Paulo que atendem mais de 400 mil pessoas na periferia da maior cidade do país. Os telecentros funcionam desde 2001 com GNU/Linux, OpenOffice e Gnome, entre outros softwares livres. É a maior rede municipal de inclusão digital da América Latina. Quando estava implantando o software livre na rede, o monopólio disse que não iria funcionar, que as pessoas perderiam oportunidades de emprego e outras afirmações intimidatórias. Nada disso aconteceu. Várias vezes enquanto a rede windows da prefeitura caia, a rede dos telecentros continuava funcionando. Mais estável, mais barata, mais segura. Depois de sete anos, os telecentros mostram a força do software livre. Sensacional.
Falei para o Waldemar que esta história do windows garantir empregabilidade é papo furado. Hj em SP existem milhares de usuários avançados de micro$oft que estão desempregadas. Empregos existem para quem sabe tecnologias abertas, PHP, Java, Python, Perl, adminstração de redes Linux. Os empregos estão no mundo das tecnologias estáveis porque as empresas estão caminhando para as soluções abertas e livres. Outra coisa: muitos jovens talentosos da periferia, aprenderam a mexer e remexer no GNU/Linux e outros softwares livres porque tiveram acesso ao seu código-fonte aberto. Hojhe estão muito bem empregados. Sofware livre ajuda a desenvolver pesoas autonomas.
Entre outras coisas, disse ao Waldemar que era um absurdo falar em fazer um centro de reciclagem e recondicionamento de computadores com a micro$oft. Onde já se viu colocar o Windows Vista para rodar em máquinas recicladas! Piada. O Vista não roda em máquinas de última geração. Ele precisa de mais de 2 Gbs. Bom, chegou uma hora, o Waldemar disse que o Vista não poderia jamais ser colocado para manter o esquema que montei na Prefeitura (um servidor e 20 máquinas sem HD), pois teria que comprar vinte estações muito caras.
Um programador da platéia foi ao microfone e perguntou: "alguém aqui tem dúvida sobre a superioridade técnica do software livre nos telecentros em relação ao windows?" Os técnicos da prefeitura que lá estavam e o próprio Waldemar disseram de pronto que NÃO.
Ah! Quando comecei a falar disse que colocar dual boot além de não ser democrático era desnecessário, instável e visava apenas pagar licenças para a micro$oft. Deixei bem claro que quem garante democracia em SP é a rede GNU/Linux dos telecentros. Ela dá opções aos cidadãos. Mostrei que o "papinho da livre escolha" que a micro$oft divulga é uma falácia. Onde existe monopólio não há liberdade de escolha. O poder púbico usando GNU/Linux começa a quebrar este processo monopolizador e de aprisionamento dos usuários.
Uma confissão: na verdade eu uso dual boot... uso GNU/Linux e FreeBSD.
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