Bom, minha história com computadores é a seguinte:
Meu primeiro contato com computadores foi em 1990, quando meu pai (dentista) me levou pra conhecer a mais nova aquisição do seu consultório: um 286, que era usado para edição de cartas para clientes no Word (que, quando eu ouvi pela primeira vez o nome, achei que fosse algo como é o Google Earth hoje) e (presumo), uns cálculos no Lotus 1-2-3. Foi nesse computador que eu primeiro me aventurei no mundo da informática, aos 5 anos. Meu pai comprou pra mim um software de ciências, que ensinava muitas coisas legais. Mas ele era pra 386 e ficava bem lento naquela máquina.
Um tempo depois, meados de 1992, meu pai comprou, usado, um 286 com uma daquelas telas verdes (com uma película), que era anteriormente usado pelo Banco do Brasil. Eu usava basicamente para joguinhos do DBASE, como o Gorillas e o Nibbles. Ah, foi nessa época que eu conheci o grandiosíssimo STUNTS e o PRINCE OF PERSIA, que eram instalados no PC 386 do consultório, que a essa altura já tinha um programador contratado para desenvolver soluções para o atendimento ao cliente. Esse 386 também já era powered by Windows 3.1 e posteriormente o 3.11, quando a rede foi instalada.
Um tempo depois, os 486 chegaram ao consultório e o 386 chegou à minha casa. Os 486 eram moderníssimos: tinham tela colorida e um programinha de desenho cujo símbolo era um balãozinho bem colorido (era o Corel Draw!). Nesses 486, eu conheci o DOOM.
Mas em casa eu ainda tinha o 386. E como era rápido aquele computador! Era demais jogar Prince of Persia nele, digitar WIN e ver o Windows carregando, jogar Paciência, Campo Minado... além de centenas de outros joguinhos que eu consegui num disquete daqueles grandões. Tinha aquele de ski, o da geléia verde que vc tinha que construir encanamento, entre centenas de outros. É lógico que eu não sabia que era verde, mas eu deduzia, né?
Aliás, nesses 486 eu pela primeira vez vi um monitor colorido. Eu me impressionava com as cores do Prince of Persia. Era um negócio absurdo! Quando eu vi, até pensei que a impressora iria começar a imprimir colorido, também! Isso foi questão de tempo, foi só comprar a nova Epson LX-300 que já deu pra fazer coisas coloridas!
Em 1994, o 486 chegou à minha casa. Ainda sem kit multimídia (que vendiam na Fenasoft, mas era muito caros), mas meu pai conseguiu da APCD um disquete com o Workgroup Manager, que me permitia acessar a Internet, fazer downloads e entrar em chats. Tinha até um tipo de ICQ entre os usuários da rede! Era de graça, mas era limitado a 1 hora por dia. Esse foi meu primeiro e-mail: leandro@apcd.org.br. Hoje não existe mais, eu presumo, mas era muito legal trocar e-mails com qualquer um que fosse.
Então, o Brasil foi tetra nos EUA e eu tive, ao final do ano, meu primeiro PC com kit multimídia: um 486 DX 100 Mhz com 4 mb RAM. Não lembro de quanto tinha de HD. Mas vinha com o Windows 3.11 instalado com um monte de programa legal, incluindo o dicionário Aurélio. Mas, na minha ânsia de fuçar em tudo e aprender, eu acabei entrando na BIOS e apagando todo o HD. Quando ele voltou da assistência técnica, veio sem nenhum daqueles programinhas legais que tinha antes. Foi triste hehe...
Foi aí que eu conheci o NASCAR Racing, a Revista do CD-ROM, o Worms, o Heretic, e mais outras muitas coisas que me ensinaram muito sobre computadores. O Nascar, o Doom e o Heretic eu costumava jogar via telefone com um amigo meu do inglês. Eu tinha um modem 14.400 bps que era um luxo! haha...
Bom, depois disso, em 1995, meu pai fez um upgrade da minha máquina pro processador 586, mas eu não senti muita diferença. Foi nessa época que eu consegui emprestado o CD do Windows 95 e me impressionei com o sistema. Com o assistente de conexão à internet do W95, eu assinei o provedor BR Homeshopping, que tinha 100 horas por mês. Pouco tempo depois, ele faliu e eu mudei pro UOL, que era o BOL recém-renomeado.
Com mais tempo de internet, virei um frequentador assíduo do Bate Papo da Folha (posteriormente do UOL), do site dos Sobrinhos do Ataíde e do incrível site putz que Pariu (alguém lembra dele??).
Um ou dois anos depois, baixei o ICQ e comecei a praticar meu inglês (afinal, ninguém no Brasil tinha isso em 1997).
Em 1998, ganhei de aniversário o Windows 98. Mas meu PC não aguentava. Não tinha espaço em disco o suficiente. Eram 840 MB de "Winchester". Tive que esperar um pouco para usar o novo Windows. Meu pai me deu um Pentium 100 com 2 GB de HD. Nesse, sim, eu consegui brincar de Windows 98. Mas eu me decepcionei com ele - achei que fosse ser uma revolução como foi do Windows 3.11 pro 95. Mas não foi nada disso. O visual não tinha mudado em quase nada.
Depois disso foram alguns anos de "ciência normal" até que ganhei de aniversário um AMD Duron em 2001. Foi quando eu pude ver como era ter uma rede em casa, pude experimentar o Windows XP e começar a fuçar em distros Linux. Estraguei diversas vezes meu computador, tendo que reinstalar de novo o Windows em várias oportunidades. Tentei usar o Mandrake, o Red Hat e o Conectiva. Não consegui nenhuma delas. Tentei, também, o BeOS, mas ele não exibia os gráficos corretamente. Voltei de novo pro Windows. E foi nessa época que eu conheci o Counter Strike, Battlefield, Need for Speed Porsche Unleashed...
Em 2003, entrei na Faculdade Trevisan, pra cursar Administração de Empresas. Lá, tive que comprar um notebook. Meu pai me deu um que ele tinha, um Toshiba, Celeron 1.2, com 64 MB RAM. Windows XP, Office, tudo direitinho. Foi nele que primeiro experimentei o Kurumin. Foi a primeira distro que de fato funcionou. Mas como o Open Office ainda era primitivo, não conseguia usar o Kurumin pros trabalhos e provas. Aí, voltava sempre pro Windows.
Em 2004, meu pai me deu um notebook novo, que é o que eu uso hoje em dia. Um Fujitsu, Pentium 4, etc, etc, etc. Compramos na Santa Ifigênia. Mas ele veio com 256mb RAM, só. Depois eu coloquei mais. Veio com o Windows XP em português, mas com a chave do em inglês. Fui tentando outras distros, como a Muriqui, novas versões do Kurumin... até que vi num site que o Ubuntu tava dando CDs de graça. Fiz o pedido, sem muita pretensão. Quando chegou, instalei num PC velho que tinha aqui em casa. Rodou macio - e o melhor: com GNOME. As outras distros que eu usei sempre vinham com o KDE e eu não gostava do jeitão dele.
Instalei no notebook a versão 5.05 pra nunca mais mudar de distro.
Testei outras, como a Dreamlinux, o DSL, além de tentar usar o Gentoo. Mas sempre volto pro porto seguro. Que, hoje em dia, é o Ubuntu.
Hoje, aos 22, faço Ciências Biológicas na USP. Me formei em Administração ano passado, mas não pretendo trabalhar com isso. Sinto que sou muito mais um cientista do que um burocrata (sem querer ofender os que o são!). No futuro, talvez a Bioinformática seja meu destino. Ou então ser apenas mais um mero defensor do Software Livre na ciência, trabalhando tranquilamente no meio do mato, usando o OpenOffice para meus cálculos e teses...
Ou não. Quem pode dizer o que vai acontecer amanhã?