quer ser programador?- veja a realidade

Iniciado por gony64, 02 de Julho de 2007, 18:36

tópico anterior - próximo tópico

gony64

Fábricas de informação| 28/06/2007
A produção de software cresce no país e assume o papel das tradicionais linhas de montagem

PublicidadePor Ricardo Cesarexame

Mauri Morina não se queixa de seguir uma rotina quase sem variações. Pudera. Apesar da pouca idade -- seus 22 anos estão patentes na cara de garoto com brinco na orelha e sorriso despreocupado --, ele não só tem um emprego fixo como ganha mais do que a média da população brasileira. Morina é funcionário de uma fábrica muito especial, que não usa parafusos nem solda: uma fábrica de software. Ele é programador no centro de desenvolvimento que a Stefanini IT Solutions montou em Alphaville, na Grande São Paulo, para atender o Bradesco, um de seus principais clientes. Todos os dias, Morina liga seu computador às 8 horas da manhã e começa a digitar uma infinidade de linhas de código -- uma seqüência de números e caracteres que para um leigo faz tanto sentido quanto grego. Como fios que costuram uma roupa, essas linhas indecifráveis, juntas, darão origem a um sistema coeso, como um internet banking, por exemplo. Dessa mesma maneira são feitos os programas que controlam as chamadas telefônicas das operadoras, administram a frota de uma companhia aérea ou organizam o fluxo de pedidos de uma siderúrgica. Sistemas são essenciais para companhias de todos esses setores, mas desenvolver linhas de código não é a atividade principal de nenhuma delas. À medida que as empresas terceirizam essa função, fornecedores especializados, como a Stefanini, contratam mais e mais gente.

Por enquanto, a demanda doméstica tem sido o bastante para que a atividade de desenvolvimento de software cresça vigorosamente no Brasil. Mas esse pode ser apenas um tira-gosto do que vem pela frente se o país conseguir firmar-se como um pólo global para exportação de serviços tecnológicos. A matemática é simples: o mercado interno de terceirização de tecnologia gira 6 bilhões de dólares ao ano, enquanto o volume negociado mundialmente é de 700 bilhões. Desse total, cerca de 50 bilhões de dólares são pagamentos por trabalhos que empresas americanas e européias encomendam a fornecedores localizados fora de suas fronteiras. É a terceirização offshore, que cresce 40% anualmente. Foi isso que alçou a Índia à condição de potência tecnológica em menos de uma década. Agora há uma oportunidade para outros países entrarem na festa. Multinacionais que despacharam trabalhos demais para a Índia começam a mostrar certa insegurança. A tendência é espalhar os contratos entre três ou quatro regiões geográficas distintas, diluindo os riscos. "Quando uma companhia americana pensa em diversificar o desenvolvimento de sistemas, o Brasil aparece como uma alternativa natural", diz David Shpilberg, ex-diretor mundial de tecnologia do banco Goldman Sachs que se juntou ao conselho da CPM Braxis, uma das maiores fornecedoras nacionais de serviços tecnológicos.

PRODUZIR SOFTWARE sob encomenda é uma atividade menos glamourosa do que muita gente imagina. O grosso da mão-de-obra, os programadores, são jovens na faixa dos 20 anos. O trabalho é repetitivo e nem sempre requer criatividade. Sentados em baias e munidos de computadores simples, eles passam o dia inteiro digitando os códigos que construirão ou atualizarão os sistemas dos clientes. A produção é organizada como numa linha de montagem: ao cumprir uma etapa, o programador passa o serviço adiante e pega a próxima tarefa. É comum que esses profissionais nem saibam exatamente para que serve o software que estão criando, porque o desenvolvimento é quebrado em vários pedaços e distribuído entre equipes diferentes, que não têm uma visão abrangente do projeto. É como se cada uma delas recebesse instruções para desenhar uma peça de um quebra-cabeça sem saber como é a imagem completa. A remuneração não é muito diferente do que se paga numa unidade fabril tradicional. A média de salários das montadoras automobilísticas da região do ABC paulista é 3 666 reais, segundo informações do sindicato dos metalúrgicos local. O salário inicial fica em torno de 1 000 reais e, após vários anos de carreira, pode chegar a pouco mais de 5 000 reais. Numa fábrica de software nos arredores de São Paulo, um programador júnior ganha entre 1 000 e 2 000 reais; um pleno, até 3 000 reais; e um sênior, por volta de 4 000 reais. Um funil estreito separa essa grande base dos poucos que chegarão a posições de comando, como coordenadores e gerentes.

samuelbh

Não trabalho com programação ainda (bem, trabalho um pouco, mas para quem faz Administração ainda falta muito para aprender) mas é um dos setores da minha empresa, que também tem fábrica de Softwares (Accenture é o nome dela, para quem não conhece). Realmente o Brasil é promissor nesse campo, e sempre existem vagas em aberto. Por isso iniciei cursos de programação pois vejo que é uma boa alternativa profissional. Só espero não trabalhar nessas fábricas de software, pois atualmente estou na área de consultoria, que é mais dinâmica e interessante.
Assinatura removida pela Equipe do Fórum

mientefuego

Outro dia estava conversando com um amigo meu e cheguei a conclusão de que o programador é o pedreiro do século XXI.

Prá quem pretende realmente trabalhar com TI, saber programar já não é mais diferencial.

rodox12

#3
Aqui em Curitiba existe a Cinq, onde eu trabalho, que presta servico para o HSBC, Diebold e mais umas empresas fora do Brasil e tem tido um crescimento enorme.

No comeco do ano tinha 90 programadores, e agora tem 150...a demanda esta boa...

O esquema de uma fabrica de software funciona bem do jeito que esta descirto no texto. Eu, atualmente, trabalho com suporte(acho que eh a area mais chata) e realmente eh muito chato, voce nao usa a criatividade pra nada(a nao ser resolver problemas), vc nao usa as teorias que aprendeu na fakul. Vc arruma a cagada que o programador que criou o sistema fez.

As vezes da uma vontade de voltar para redes, programacao eh uma area meio estressante mas muito satisfatoria quando voce trabalha por um produto seu...
Temos que fixar o bug #1.

Locomotion

Eu acho que é que nem todo emprego, sempre tem umas pessoas se dando bem da vida, e outras se lascando.

Tipo médico:
- Você pode ser um médico altamente fodástico e cobrar 1.000 reais só a visíta.
- Você pode acabar trabalhando num desses hospitais públicos, onde só chega pessoas com facada, tiro e caco de vidro na cabeça, recebendo uma míseria de salário (quando não atrasa).

Se você for ver, todo emprego tem isso.
Eu (apesar de só ter 15 anos) já trabalho como programador free-lance, e estou feliz com meus 10,00 dollares/hora (e se eu não passasse tanto tempo na escola, recebia mais que minha mãe que é gerente financeira de um laboratório farmaceutico...).

Mas também tem uns cara soda que fazem engenharia reversa e cobra 500dollares/hora.

Acho errado generalizar o emprego :P.

Cassiano

Acho pouco um programador ganhar no máximo R$ 4000,00. O lucro em cima de um software é cerca de 10 vezes ou mais. Isto eles não divulgam. A otimização fica para segundo plano.