Autor Tópico: IBM e Open Source  (Lida 1922 vezes)

Offline clcampos

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IBM e Open Source
« Online: 18 de Maio de 2007, 16:00 »
A notícia que se segue pode ser acessada através do link (espero que não seja repetida, antes de postar fiz uma pesquisa, mas o texto não é exatamente novo)

http://www-03.ibm.com/developerworks/blogs/page/ctaurion?entry=ibm_e_open_source

IBM e Open Source
via Cezar Taurion by Cezar Taurion on May 18, 2007

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Já faz muitos anos que estou intensamente envolvido com Linux e Open Source na IBM e acho que seria interessante compartilhar um pouco desta experiência. Gostaria de comentar minha visão pessoal do que é e o que será Open Source para IBM.

Há anos atrás quando a IBM começou a falar deste assunto, para muita gente a surpresa era grande...A IBM envolvida com Linux e Open Source? Porque uma empresa que durante muitos anos foi considerada um bastião dos sistemas fechados (a era dos mainframes) entraria neste negócio, e ainda quando o movimento de Open Source era considerado um território inexplorado?

Bem o envolvimento, ou melhor, o comprometimento da IBM com Linux e Open Source começou há uns dez anos. Ah, um pequeno intervalo para mostrar a diferença entre envolvimento e comprometimento. O melhor exemplo é a participação da galinha e do porco em um prato de bacon com ovos. A galinha está envolvida, mas o porco está comprometido...

Uma das primeiras experiências da IBM com Open Source foi a liberação do código fonte de um compilador Java, o Jikes, ainda em 1997. Se vocês quiserem saber um pouco mais dele é só visitar http://jikes.sourceforge.net . Posteriormente a IBM se envolveu com o Apache, anunciando que ele seria colocado na oferta WebSphere, isto ainda em 1998.

A partir destas experiências iniciais, foram desenvolvidos diversos estudos internos para entender melhor o que era este movimento e seus impactos na indústria de software e na empresa. Em 1999 foi apresentado um relatório aos executivos do Corporate Technology Council mostrando que a IBM deveria se engajar no Open Source.

E em 2001, quando a IBM anunciou no Linux World um investimento de um bilhão de dólares em iniciativas em torno do Linux, o mercado compreendeu que a coisa era realmente séria. Um bilhão de dólares não é envolvimento, mas sim comprometimento!

E de lá para cá muitas iniciativas importantes apareceram: o Eclipse, Cloudscape (http://www-128.ibm.com/developerworks/db2/zones/cloudscape), Gluecode (http://www-306.ibm.com/software/webservers/appserv/community), etc. Fizemos a doação de 500 patentes de software para a comunidade Open Source, com o objetivo de fomentar inovação, como diz o anúncio oficial da doação:“ it is hoped that other patent holders will join IBM in establishing a patent commons for the benefit of OSS and to encourage innovation”. Criamos o LTC (Linux Technology Center), uma rede de mais de 600 desenvolvedores (inclusive no Brasil) que desenvolvem código, que é doado para a comunidade Linux. Se vocês quiserem ter um visão dos muitos projetos Open Source em que a IBM está participando vejam http://www-128.ibm.com/developerworks/opensource .

Mas porque este comprometimento? Bem, na minha opinião Open Source é uma inovação no processo de desenvolvimento de software, que permite construir novos e inovadores modelos de negócios. Tem uma frase muito interessante de Eric Raymond, em seu livro “The Cathedral and the Bazaar” que expressa bem esta idéia: “ I think Linus´s cleverest and most consequential hack was not the construction of the Linux kernel itself, but rather his invention of the Linux development model” .

O desenvolvimento colaborativo permite a construção de softwares fantásticos e abre novos mercados, antes inatingíveis. Com Open Source a indústria de software pode entrar no mercado da Cauda Longa (Long Tail), inacessível antes devido aos custos de produção distribuição e comercialização de software pelos modelos tradicionais. Por exemplo, com o Gluecode (base do WebSphere Application Server Community Edition) conseguimos entrar em um mercado inviável anteriormente.

Bem, e o que estes anos de estrada nos ensinaram? No início havia uma preocupação com a qualidade do software desenvolvido de forma aberta e colaborativa. Hoje, as experiências práticas tem nos mostrado que estes softwares podem ser e muitas vezes são melhores que muitos softwares proprietários. Ganhamos uma melhor compreensão do modelo Open Source. As pessoas participam da comunidade como indivíduos não como empresa. Você não é empregado da IBM, mas uma pessoa que está colaborando com determinada comunidade. Os próprios processos de comunicação são muito mais informais e ágeis nas comunidades que nas empresas, e para isso criamos até o LTC, para criar uma comunidade mais ágil de desenvolvedores envolvidos com Linux.

Um aprendizado importante foi como alavancar projetos Open Source. Não adianta nada abrir código fonte se não existir um uma comunidade interessada e ativa. E os receios que o mundo seria 100% Open Source são infundados. Tenho convicção que existe espaço para balancear modelos de negócios baseados tanto em softwares proprietários como em abertos.

Portanto, os objetivos da IBM com Open Source são: aumentar o ritmo e velocidade das inovações, incentivando o “caldo cultural” de inovação nas comunidades (inteligência coletiva), ser um contribuidor ativo das comunidades e não apenas consumidor, capturar e transformar inovações Open Source em valor para nossos clientes (como exemplos o uso do Linux nos hardwares IBM e a tecnologia Rational fundamentada no Eclipse) e alavancar modelos de negócios baseados em Open Source para entrar em novos mercados e expandir oportunidades de negócio. É, portanto uma estratégia e não um simples oportunismo para explorar uma onda , ou uma reação forçada pela pressão do mercado.

E o futuro? Que esperamos do Open Source? Bem, a estratégia da IBM com Open Source fica bem clara quando lemos um comentário de Sam Palmisano, gerente geral da IBM mundial, quando ele diz “Open Source is a method of tapping a community of experts to develop useful things. It began in software, but applies broadly, and is anything but anti-capitalist. It can raise quality at reduced costs, and vastly expands opportunities for profit. In a sense, open source fuels innovation much the way science fuels technology. Science is created by communities of experts, whose fundametals discoveries are typically made available to all, including individuals and companies that are able to capitalize on the new knowledge in novel ways. For IBM, the open source model is familiar territory, given our long track record in the sciences”. Isso aí!
Cristiano/Timóteo - MG
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Offline rodox12

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Re: IBM e Open Source
« Resposta #1 Online: 18 de Maio de 2007, 16:46 »
Se todos colaborassem um pouco, as empresas poderiam parar um pouco de gastar dinheiro com licensas e investir mais no futuro do planeta.
Temos que fixar o bug #1.