Volto a reiterar minha opinião, pois não trata-se de uma medida ditatória vinda dos xiitas de plantão, pois o usuário “comprador” teria a sua opção no momento da compra. Agora eu pergunto a todos os que criticaram essa hipótese. Um computador para todos pode ser comprado em grandes redes de supermercado entre outros por R$ 800,00 sendo que só a pequena lista de programas piratas abaixo, custa mais de R$ 6.000,00.
R$ 799,00 - Windows XP Professional - “Temos o Ubuntu, que é melhor”
R$ 1.299,00 - Office Professional 2003 - “Temos o Open Office que não fica devendo nada”
R$ 2.052,00 - Adobe Photoshop Cs2 - “Temos o Gimp, que faz bem o seu dever de casa”
R$ 1.199,00 - Corel Draw X3 - “Temos o Inkscape e Xara Xl que não fazem feio”
R$ 399,00 - Nero 7 Ultra Edition - “Temos o K3b e o Gnomebaker, que grava tudo”
R$ 89,00 - Norton Anti - Vírus 2007 Symantec - “Pra que um antivírus?”
R$ 69,00 - Norton Antispam 2005 Full - “O Thunderbird já tem!”
R$ 178,00 - Norton Internet Security 2007 + Norton Confidential “Navegar no Linux é bem mais seguro, pois os programas espiões são para Windows”
R$ 6.084,00 – Total
Pois bem amigo, como admitir em sã consciência tal coisa, que uma pessoa adquira um computador de R$ 800,00 e instale pelo menos R$ 6.000,00 de programas piratas, tendo uma opção livre e sem custos com uma qualidade similar ou em alguns casos melhor.
Se uma pessoa não tinha condições de comprar o computador antes do programa e agora tem, por que pensar que essa suposta liberdade seria benéfica, se já sabemos que uma pessoa que financiou R$ 800,00 em 24x nunca vai pagar os mesmos R$ 800,00 no sistema da Microsoft e muito menos R$ 1.300,00 numa suíte office.
Para mim isso é no mínimo utópico e fora da realidade. Então estamos optando pela liberdade de plataformas e pela liberdade de ser um contraventor, um sonegador e um criminoso adotando uma medida radical como essa "pirataria" frente as limitações econômicas. Se estivéssemos no Japão ou na Suécia talvez o discurso fosse outro, mais estamos no Brasil.
Dou minha cara a tapa se um consumidor do programa “computador para todos” iria adquirir essa pequena lista legalmente. Mais o problema e que no subconsciente temos essa mentalidade, e as vezes temos tudo isso em dual boot com o Ubuntu, e agimos como hipócritas frente a essa realidade nua e crua.
Saibam todos vocês que o que encorajam os fabricantes com a ATI e NVIDIA entre outros, a não suportarem oficialmente e com o devido respeito que merecemos é a pequena base de usuários do Linux Desktop que é de 0,5% na base mundial instalada. Esses 0,5% não são números referentes ao mercado de servidores ou corporativo e sim ao DESKTOP, usados em computadores domésticos.
As Softhouses e os fabricantes de hardware só vão dar vez ao Linux Desktop quando tivermos uma base de peso. E isso só vai acontecer a curto prazo com medidas extremas.
Então fica sonhando que a EA, vai lançar o CARBON logo depois que a ATI e a NVIDIA anunciar suporte maciço e oficial ao Linux "Que ao comprar a placa vai estar lá na caixinha impresso, Driver for Linux". Fica também sonhando em abrir uma gráfica rápida com Photoshop e Corel for Linux com todas aquelas maquinas da Xérox com drivers nativos.
Volto a repetir, pois os números para esses caras é o que importa, e mais nada. Base pequena, investimento mínimo ou zero, grande base de usuários, muito investimento.
Viemos num dilema, pois sem uma base grande não teremos isso, e com as limitações que temos hoje não teremos uma base boa.
Os fabricantes que se beneficiam hoje entregam as maquinas com o modem sem funcionar, com a placa de video desconfigurada, o gravador de cd não configurados com os programas e por ai vai. Se a Linux Bios fosse uma realidade eles não teriam opção, teriam que entregar o PC funcionado, se não teriam milhares de reclamação no procom na justiça etc...
E o que acontece? O usuário leigo chama o vizinho “que sabem mais um pouco”, e sabe o que ele faz? Fala que o Linux não presta, que é difícil que não dá suporte ao modem dele e taca o XP para dentro. Mais com a Linux Bios, esse vizinho diria "Rapaz, instala o Ubuntu, ele é muito bom, tem uma comunidade grande, solidária, atualizações de segurança quase que todos os dias! Sem contar que é a distro mais baixada do mundo! Ah! Deixa eu inatalar e você vai ver como é facil, ele reconhece tudo. Essa distro do fabricante é uma M.E.R.D.A. .... Usa o Ubuntu e depois me fala, ok?.
Lhe garanto que esse seria o dialogo e que o usuário ia ficar contente com o Ubuntu não com Windows.
Mais com 2 ou 3 meses de Linux Bios, ele teriam que entregar a maquina funcionando, pois não teria a opção do Windows e logicamente as distros iriam evoluir, e as que não evoluíssem seriam substituídas ou descontinuadas.
Como o programa almeja vender pelo menos 2 milhões de PCs do programa em 2007, a cada ano teríamos uma base de usuários aumentada nessas proporções, e em poucos anos 6, 7 milhões de computadores rodando Linux.
Ai você ia ver neguinho vendendo WEB CAN, SCANNER, MULTIFUNCIONAL, IMPRESSORAS, MAQUINA DIGITAL com suporte para Linux, pois ninguém iria querer perder essa fatia do bolo.
Pode ser um começo difícil, polemico, radical para alguns, mais na minha opinião o mais curto e o mais simples a curto prazo. Não podemos esperar 10 anos.
Se eu fosse o Ministro da Ciência e Tecnologia essa medida já estaria baixada no 1º ano do governo Lula,e sabe o que teríamos hoje? Pelo menos 4 MILHOES DE COMPUTADORES VENDIDOS NESSES ÚLTIMOS 5 ANOS. E no termino do Governo Lula se teria 12 MILHÕES ou mais de PC do programa vendidos e todos rodando Linux. E uma perspectiva ainda maior para os próximos.
Ai neguinho ia se rebolar para portar programas e dar suporte a hardware. Isso sem contar que essa gigantesca base ia trazer um amadurecimento sem precedentes ao Linux Desktop, com uma ou duas distros nacionais super evoluídas. Seriamos a capital do Software Livre, no campo do desktop. Acreditem, com uma base de usuários dessas, os problemas são resolvidos, as soluções aparecem e todo o cenário que hoje visualizamos como adverso na verdade será favorável.
É só.