Acredito que devo ser uma voz minoritária por aqui, mas, para mim, uma língua só pode ser preservada se evoluir. Faz parte do desenvolvimento da língua o estrangueirísmo. Default, por exemplo, é um termo francês. Talvez pela força do tradicionalismo na cultura de Portugal, muitos dos termos e abreviaturas são traduzidos, diferente do que ocorre no Brasil onde preservamos muitas siglas e termos sem essa preocupação: AIDS, LED, CD, DVD, drive, hub, webcam, etc. Vale lembrar que em cada área de conhecimento há ainda jargões como frases latinas do Direito, siglas em Medicina e tantos outros.
Não se pode esquecer também que muitas palavras mudam com o tempo por essas bandas já não se fala "cousa", "medíocre" ganhou outro significado e se perguntar a uma criança se ela quer milk shake, com certeza ela não vai recusar.
Não duvido que Angola e Moçambique tenha termos que nem Brasil nem Portugal usam, mas nem por isso deixamos todos de fazer "Português". É bom que se respeite a língua, mas também é necessário que se respeite a cultura de cada nação, ainda que uma prime por esterilizar-se e outra por miscigenar-se.
A própria forma de expressar pode ser diversa. Há quem diga "estou escrevendo". Há quem diga "estou a escrever". Existe um "mais certo"? Acredito que deva existir uma zona flexível de bom uso do idioma e, de modo geral, o fórum está nela. Nem precisava ressuscitar esse tópico.
Espero que compreendam minha opinião.