Já há algum tempo o HTML5 tem gerado um grande burburinho. É cheio de potencial como plataforma para aplicativos que podem aumentar ou mesmo substituir completamente as pilhas de tecnologia tradicionais. No entanto, mesmo com a crescente popularidade, muitos ainda estão lutando para entender o que realmente significa o HTML5 sob o ponto de vista de definição, a fim de melhor entender suas características, desvantagens e como poderia mudar e crescer no futuro. E, além da definição, uma questão primordial pesa sobre as mentes daqueles que consideram o HTML5 para projetos de desenvolvimento: estaria mesmo pronto para uso em larga escala?
Em poucas palavras
O HTML5 nos permite construir aplicativos robustos disponíveis em qualquer lugar e em qualquer dispositivo com acesso à Internet. Isso inclui não apenas computadores desktop e dispositivos móveis, como também qualquer lugar onde o acesso à Internet se espalhe no futuro próximo. O termo “HTML5”, no entanto, engloba ainda muita confusão.
Definição de HTML5Existem diferentes ideias sobre o que realmente é o HTML5, e tentar discutir isso sem antes concordar sobre uma definição pode ser problemático. Enquanto houver uma especificação HTML5 oficial definida pelo World Wide Web Consortium (W3C), não devemos limitar a definição ao documento de especificação. O W3C reconhece o termo HTML5 como sendo um conjunto muito mais amplo e fluido de tecnologias, denominada “plataforma web aberta” (open web platform). Esta plataforma inclui tecnologias para entregar melhor desempenho, recursos, design, multimidia, armazenamento de dados e acesso a dispositivos. É a esta plataforma como um todo que as pessoas se referem quando utilizam o termo HTML5.
O que é HTML5HTML5, na prática, é um grupo de tecnologias que nos permitem criar aplicativos robustos localizados na web. Isso é algo que está em contraste com o modelo de páginas simples linkadas com outras páginas, estas que dominaram a web em sua primeira década de história. Um aplicativo web, em teoria, pode oferecer o mesmo recurso que qualquer aplicativo de software tradicional, com a vantagem de ser acessível de qualquer lugar através de uma conexão à Internet.
Até recentemente, tais aplicativos só estavam disponíveis na web se fossem utilizadas tecnologias proprietárias, como o Adobe Flash e o Microsoft Silverlight. Hoje, as tecnologias da plataforma web aberta têm avançado ao ponto onde esses aplicativos podem ser construídos sob uma coleção de tecnologias livremente disponíveis para qualquer navegador. E sem nenhum plugin necessário para isso.
O que o HTML5 não éHTML5 não é uma “bala de prata”. É uma caixa de ferramentas para diversas finalidades, cada uma das quais podendo ser utilizadas para construir uma aplicativo de software. Nem toda ferramenta é útil em qualquer situação, e dependendo do suporte oferecido por algumas delas, os desenvolvedores podem optar por manter uma tecnologia mais antiga, como Flash ou Silverlight, quando apropriado.
O HTML5 está pronto?O nível de preparto do HTML5 é um tema debatido predominantemente nos meios empresariais e menos entre os desenvolvedores. Este debate decorre, em parte, da confusão entre a codificação de um HTML5 “padrão” e da disponibilidade dos recursos envolvidos por esta norma. Em nenhum caso empresas fornecedoras de navegadores esperam que o padrão seja definido antes de implementar suas características. Na verdade, os recursos já foram implementados no mundo real - não o contrário - este é o padrão. Em um comunicado para imprensa de dezembro de 2012 que anunciava a conclusão da definição do HTML5, a W3C revelou: “a partir de agora, as empresas sabem no que poderão confiar no que se refere ao HTML5 para os próximos anos...”. O mesmo comunicado observou que 63% dos desenvolvedores de interface de usuário já estavam “desenvolvendo ativamente com o HTML5”.
Enquanto o W3C mantém a data alvo de 2014 para que a especificação alcance o status de “recomendado”, muitos recursos HTML5 estão disponíveis hoje, e de fato alguns já estão disponíveis há anos. Uma característica ou tecnologia específica pode oferecer suporte limitado ao navegador, mas existem soluções alternativas para compatibilidade nestes casos. Este conceito de “degradação graciosa” é uma prática que permite aos desenvolvedores alavancar os recursos mais recentes em navegadores que os suportem, mas, por lado, retomam tecnologias mais antigas para navegadores menos capazes. É importante mantermos conhecimento do status de suporte que sempre muda de figura - recomendando soluções caso a caso, dependendo da disponibilidade de características específicas de determinados recursos.
Isso não quer dizer que as preocupações válidas sobre HTML5 não existam. Por exemplo, fornecedores de conteúdo estão preocupados em proteger sua propriedade intelectual ao utilizar os novos recursos multimídia do HTML5. Até que haja uma solução considerada satisfatória, plugins como Flash ou Silverlight podem ser combinados com aplicativos em HTML5 para permitir o compartilhamento de conteúdo com alguma medida de proteção contra cópia. Para esta tecnologia, especialmente, um caminho de pesquisa e adaptação a longo prazo será mais prudente do que a simples rejeição.
A única constante sobre a web como plataforma é que ela está em constante fluxo - e isso é algo que não irá mudar tão cedo. Cada projeto é diferente, e o que pode ser perfeito para um pode não adequar-se ao outro. Dito isto, o HTML5 é o caminho para o desenvolvimento, pelo menos no futuro previsível.
FONTE: Linux Magazine OnLine
Tópico: O que podemos afirmar quando o assunto é HTML5 (Lida 3395 vezes)