Richard Stallman afirma que os games da Valve no Linux são antiéticos

Iniciado por nomade, 31 de Janeiro de 2013, 00:34

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nomade

Citarhttp://www.dihitt.com.br/barra/richard-stallman-afirma-que-os-games-da-valve-do-linux-sao-antieticos

Um artigo para ser debatido.
Palavras do Stallman:
Citar"Se você quer liberdade, um requisito para isso está em não ter programas não-livres no seu computador"
Uma coisa que me impressiona é o seguinte, todo ativista acredita que só existe a liberdade dentro determinados padrões. Marx pregava que o comunismo seria o modelo político/econômico que garantiria um sociedade igualitária e com isso mais livre, porém todo estado c o m u n i s t a é administrado por um ditador, que faz com que a sociedade seja menos livre.
Libredade é liberdade, é poder de escolha e ponto. Ninguém precisa nos dizer o que é ser livre, sabemos o que é. Sabemos que antes do Linux só tinhamos a opção de usar sistemas proprietários, pagos em nosso computador. Então temos um sistema livre, com código aberto. Beleza, isso é um assunto, está relacionado ao valor do software em relação ao trabalho, seja ele de escritório ou design ou edição de áudio, etc. Um tipo de valor. Agora o setor de jogos é lazer. É outro tipo de valor. É mais fácil escrever um software para ver um vídeo ou escrever um jogo como GTA IV? Em qual dos dois é necessário um equipe maior? Quanto os caras que fazer um jogo desse porte merecem ganhar? O código fonte de Darksiders 2 é livre... eles optaram assim. E é um jogo top: http://store.steampowered.com/app/50650/ mas isso é uma opção dos criadores. Nem todos vão fazer isso, mas... é um começo. Se as distros linux baterem a porta pra iniciativa dessas empresas, aí ficaremos livres e sem jogos. Não adianta tapar o sol com a penera, nós não temos jogos top que sejam livres e gratuitos, nem vamos ter tão cedo se continuarmos com esse xiitismo.

Citaro que é que o uso desses jogos ensinam pessoas da nossa comunidade "?

Ensinam que você pode ter jogos no Linux também, basicamente isso. Todos sabem diferenciar jogos de todo resto.
Pede pro Bono Vox tocar de graça na sua festa de aniversário. Pede pro Rage Agains The Machine lançar CDs gratuitos. Por mais que eles sejam ativistas, continuaram cobrando, se não eles morrem de fome. A Canônical tem que fazer parcerias mesmo. Liberdade para o usuário é poder de escolha. Ter opções gratuitas de qualidade, mas poder optar pelo que é pago também se quiser.
O ideal de software livre é lindo, mas difícil de ser aplicado no setor de jogos. Muito difícil.
Ubuntu Studio 22.04 LTS

Sergio Benjamim

Citação de: nomade online 31 de Janeiro de 2013, 00:34
Citaro que é que o uso desses jogos ensinam pessoas da nossa comunidade "?

Ensinam que você pode ter jogos no Linux também, basicamente isso. Todos sabem diferenciar jogos de todo resto.
Pede pro Bono Vox tocar de graça na sua festa de aniversário. Pede pro Rage Agains The Machine lançar CDs gratuitos. Por mais que eles sejam ativistas, continuaram cobrando, se não eles morrem de fome. A Canônical tem que fazer parcerias mesmo. Liberdade para o usuário é poder de escolha. Ter opções gratuitas de qualidade, mas poder optar pelo que é pago também se quiser.

Comparar música ou qualquer outra coisa de graça com software livre é complicado. Não é por que é software livre que não dá para ganhar dinheiro com ele. Um jogo em software livre não significa que os desenvoldedores vão perder ou ganhar dinheiro com isso. Software livre é outro modelo de negócios, dá sim para ganhar dinheiro, embora eu ache que na área de jogos seja algo bem mais difícil (quem é que vai querer dar acessoria ou palestras sobre determinado jogo? rsrs).

Sou defensor do software livre, mas é como vc falou, jogos são entreterimento e não algo que vá produzir algo concreto, como programas voltados à escritório ou navegadores. Eu defendo o seguinte: os desenvolvedores poderiam abrir o código após um certo tempo que o jogo foi lançado, afinal eles não vão ganhar mais dinheiro com isso. Veja como exemplo o Doom e Prince of Persia. São tecnologias de jogos ultrapassadas, não vejo porque não abrir. Vejo os jogos de Mega Drive, Super Nintendo, PlayStation e outros, as empresas podiam abrir o código e disponibilizar sob alguma forma de licença que permitisse a livre distribuição juntamente com emuladores. Não creio que os caras ganhem dinheiro ainda com Sonic 2, Super Mario World ou qualquer outro.

Jogos são algo à parte... daqui a pouco a gente tá exigindo que o software que vem com o microondas seja software livre também!
É novo no Ubuntu? Já leu o Ubuntu – Guia do Iniciante 2.0 ?
Experimente o Xubuntu 14.04 !

nomade

Como eu falei, Darksiders 2 é código livre. É vendido por 84 reais no steam. É um jogo top com gráficos incríveis. Mas é opção do grupo que cria o jogo, fazê-lo assim, livre. Se fecharmos as portas para os não livres, deixaremos de incentivar que essas produtoras venham liberar o código. Quake também é código aberto... no geral (como você falou Sergio Benjamim) as produras liberam o código depois que já lucraram bem com os jogos, é meio que normal isso (o Darksiders 2 é uma exceção dentre os jogos tops), por isso não vejo o porquê da hostilidade ao Steam.
Ubuntu Studio 22.04 LTS

hugoleal85

Citação de: Sergio Benjamim online 31 de Janeiro de 2013, 00:52
Comparar música ou qualquer outra coisa de graça com software livre é complicado. Não é por que é software livre que não dá para ganhar dinheiro com ele. Um jogo em software livre não significa que os desenvoldedores vão perder ou ganhar dinheiro com isso. Software livre é outro modelo de negócios, dá sim para ganhar dinheiro, embora eu ache que na área de jogos seja algo bem mais difícil (quem é que vai querer dar acessoria ou palestras sobre determinado jogo? rsrs).

Sou defensor do software livre, mas é como vc falou, jogos são entreterimento e não algo que vá produzir algo concreto, como programas voltados à escritório ou navegadores. Eu defendo o seguinte: os desenvolvedores poderiam abrir o código após um certo tempo que o jogo foi lançado, afinal eles não vão ganhar mais dinheiro com isso. Veja como exemplo o Doom e Prince of Persia. São tecnologias de jogos ultrapassadas, não vejo porque não abrir. Vejo os jogos de Mega Drive, Super Nintendo, PlayStation e outros, as empresas podiam abrir o código e disponibilizar sob alguma forma de licença que permitisse a livre distribuição juntamente com emuladores. Não creio que os caras ganhem dinheiro ainda com Sonic 2, Super Mario World ou qualquer outro.

Jogos são algo à parte... daqui a pouco a gente tá exigindo que o software que vem com o microondas seja software livre também!

Apesar de em geral concordar com sua opinião, vejo esse caso de uma forma um pouco diferente.

Não há dúvidas de que ambos música e jogos são produtos focados no entretenimento. Isso é óbvio e até aí tudo bem. Porém, penso que tanto os produtores de games quanto os que produzem música podem sim ganhar dinheiro ainda que os disponibilizem de graça (produtores de games com doações, patrocínios e parcerias. Músicos com shows, patrocínio e parcerias).

Existe também um modelo de "venda" de games que acho bastante interessante, que é esse utilizado pelo humblebundle. Deixar o comprador escolher e pagar o valor que ele considera como justo é simplesmente fantástico. Dessa forma o produtor obtém uma bela grana porém sem extorquir os gamers com preços absurdos (o que vemos bastante por aí na atualidade, especialmente no mercado de consoles).


"Cada homem que encontro é superior a mim em alguma coisa; e nisto posso aprender dele." [Ralph W. Emerson]
Meu blog

nomade

Citação de: hugoleal85 online 31 de Janeiro de 2013, 01:28
Existe também um modelo de "venda" de games que acho bastante interessante, que é esse utilizado pelo humblebundle. Deixar o comprador escolher e pagar o valor que ele considera como justo é simplesmente fantástico. Dessa forma o produtor obtém uma bela grana porém sem extorquir os gamers com preços absurdos (o que vemos bastante por aí na atualidade, especialmente no mercado de consoles).

Esse modelo foi usado inicialmente na música pela banda Radiohead... ganha-se muito dinheiro com esse modelo, pois acaba quase que 100% com a pirataria. Mas a questão que o Stallman levanta não é com relação ao preço, nem com o fato dos jogos serem vendido, mas sim pelo código fonte não ser liberado.

Obs.: os jogos vendidos pelo Steam não são nem muito caros... os mais caros são entre 60 e 80 e poucos reais... e são os lançamentos, heim! Nesse fim de semana tinha jogo top sendo vendido a 8 reais. Sempre tem promoções de fim de semana e coisa e tal... com 75% de desconto.
Ubuntu Studio 22.04 LTS

clebson

acredito que o cara que fez o jogo, musica ou software tem todo direito de cobrar... e ganhar dinheiro

rudregues

Citação de: nomade online 31 de Janeiro de 2013, 00:34
Libredade é liberdade, é poder de escolha e ponto. Ninguém precisa nos dizer o que é ser livre, sabemos o que é.
Citação de: Guy DebordNo livro A Sociedade do Espetáculo, Guy Debord, ao criticar a sociedade de consumo e o mercado, afirma que a liberdade de escolha é uma liberdade ilusória, pois escolher é sempre escolher entre duas ou mais coisas prontas, isto é, pré-determinadas por outros.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade

Existem muitas definições e conceitos de liberdade. Descartes, Leibniz, Marx, entre muitos outros pensadores deram a sua versão. A de Stallman é aquela atrelada ao software livre. Sendo assim, quando recebo um software, preciso ter acesso ao código-fonte e tenho direito de alterá-lo também. Mas, para redistribuí-lo, devo manter o código-fonte aberto. Posso redistribuir cobrando dinheiro ou não. Isso é ser livre pra Richard Stallman.

Sendo a liberdade do modo acima descrito, concordo com a passagem:
Citação de: Richard StallmanEles negam a liberdade aos seus usuários.  Se você quer liberdade, um requisito para isso está em não ter programas não-livres no seu computador.

Indo agora pro ramo de bola de cristal (advinhar futuros), também concordo com a seguinte passagem:
Citação de: Richard Stallman[Esse movimento] pode encorajar usuários GNU / Linux para instalar esses jogos, e pode incentivar os usuários dos jogos para substituir o Windows com o GNU / Linux. Meu palpite é que o efeito directo bem será maior do que o dano direto.

Mas discordo dessa outra:
Citação de: Richard StallmanMas há também um efeito indireto: o que é que o uso desses jogos ensinam pessoas da nossa comunidade?
Num sei o que ele quis dizer com isso, parece estar chamando os jogos de inúteis. Jogos são feitos para divertir e pronto. Ou então ele quis dizer que usar jogos de código fechado "ensina" as pessoas a serem menos livres... enfim, vai saber o que passa na cabeça do cara :P


Agora, a minha opinião mesmo quanto a jogos de código fechado é a mesma que a do Sergio. Pode deixar fechado enquanto der lucro e depois abrir pra galera estudar/brincar. Na minha opinião o ramo de jogos é o único que tem o "direito" de ter código fechado. Editores de texto, browsers, players de música etc deveriam ser SL. E digo mais, absurdo é ter softwares fechados de CAD dominando o mercado. É um crime um software científico ou educativo que ajuda a levar desenvolvimento ser fechado.

  [ ]'s
Gentoo — Controle total sobre o sistema.

garfo

Não ligo a mínima se o código de determinado aplicativo/jogo é livre ou não, desde que funcione e faça o que eu quero que ele faça. Isso sim é liberdade. Infelizmente esse velho barbudo quer ficar ditando o que as pessoas devem usar ou não baseado no conceito de liberdade que *ele* criou e pensa que é o certo. Ele *dita* como deve ser a sua liberdade e você *deve* seguir, senão você não é a favor da liberdade (nas visões dele). Tem lógica isso?  ::)

E eu digo "infelizmente", porque esse cara fez um bem enorme para a comunidade linux na década de 90, mas hoje ele não passa de um estorvo para o progresso do mesmo. Sério, é uma pena.  :(
Garfo -  linux
"Pra quê complicar? Facilidade e simplicidade é tudo!"

eliseu_carvalho

#8
Esse Richard Stallman é um neurótico. Eu não dou a mínima pra nada do que ele comenta por aí.
Se dependesse dele, Linux até hoje seria tela preta e programação.

NOOB Saibot

Eu tinha uma uma imagem bem positiva dele depois de ver RevutionOS

Sergio Benjamim

Citação de: clebson online 31 de Janeiro de 2013, 04:49
acredito que o cara que fez o jogo, musica ou software tem todo direito de cobrar... e ganhar dinheiro

A questão não é cobrar e ganhar dinheiro, a questão é disponibilizar os jogos como open source ou software livre, cuidado para não trocar as bolas...

O próprio Stallman, quando criou o conceito de software livre e o copyleft, estabeleceu que é possível se obter lucro em cima do software, contanto que seu código esteja disponível à todos e se possa se fazer mudanças e redistribuir.
É novo no Ubuntu? Já leu o Ubuntu – Guia do Iniciante 2.0 ?
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clebson

Citação de: Sergio Benjamim online 31 de Janeiro de 2013, 14:12
Citação de: clebson online 31 de Janeiro de 2013, 04:49
acredito que o cara que fez o jogo, musica ou software tem todo direito de cobrar... e ganhar dinheiro

A questão não é cobrar e ganhar dinheiro, a questão é disponibilizar os jogos como open source ou software livre, cuidado para não trocar as bolas...

O próprio Stallman, quando criou o conceito de software livre e o copyleft, estabeleceu que é possível se obter lucro em cima do software, contanto que seu código esteja disponível à todos e se possa se fazer mudanças e redistribuir.

verdade..

Sergio Benjamim

Citação de: rudregues online 31 de Janeiro de 2013, 08:55

Agora, a minha opinião mesmo quanto a jogos de código fechado é a mesma que a do Sergio. Pode deixar fechado enquanto der lucro e depois abrir pra galera estudar/brincar. Na minha opinião o ramo de jogos é o único que tem o "direito" de ter código fechado. Editores de texto, browsers, players de música etc deveriam ser SL. E digo mais, absurdo é ter softwares fechados de CAD dominando o mercado. É um crime um software científico ou educativo que ajuda a levar desenvolvimento ser fechado.


É isso aí... aí está o ponto. Softwares que ajudam o desenvolvimento da sociedade deveriam sim ser software livre. Imagina o AutoCad mesmo, tanta tecnologia atrelada ao programa, e imagina se a AutoDesk abre falência e perde seu código? Existe sim essa possibilidade, e isso seria uma perda e tanto! Daí imagina ter que recriar um software equivalente do zero, teriam que reinveintar a roda por causa da incompetência de uma empresa.

Agora um jogo não, geralmente a partir do momento do lançamento dele, ele já está no estado da arte, não há o que ser mudado, e não há o que se trabalhar em cima para montar outro jogo. Algo que seria interessante ser aberto é a engine dos jogos, pois com uma mesma engine é possível se produzir vários outros jogos.
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rudregues

Citação de: NOOB Saibot online 31 de Janeiro de 2013, 12:55
Eu tinha uma uma imagem bem positiva dele depois de ver RevutionOS

Nunca tinha ouvido falar desse filme, acho que assistirei mais tarde. Tem um outro chamado "The code" que já assisti e é bem interessante.
Dei uma pesquisada e descobri que os dois foram lançados em 2001:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Code_%282001_film%29
http://en.wikipedia.org/wiki/Revolution_OS

  [ ]'s
Gentoo — Controle total sobre o sistema.