Numa boa, tento ao máximo usar só software livre, mas quando minha experiência é prejudicada, sem nenhum pudor utilizo software proprietário.
O exemplo mais claro disso é que ultimamente estive tentando usar só o "mesa" ao invés do driver "fglrx" AMD da minha placa de vídeo.
Está legal, o mesa tá chegando perto, porém notei que só eram identificados 256MB de minha placa de 512MB, por isso tive uma experiência bem inferior em jogos que exigem aceleração 3D. Então voltei a instalar o driver "fglrx". A diferença é gritante... infelizmente, não vou sacrificar o nível de minha diversão por uma vaidade purista.
Perco 2 pontos feliz no teste de nível de nerdice em Linux por isso... numa boa mesmo.
E sendo franco, acho muito que os fabricantes de hardware tem mais do que obrigação de fazerem seus produto funcionarem em qualquer sistema com o mesmo desempenho. Se seus softwares não são livres, paciência, pior para eles que ficam tendo mais trabalho em fazer sozinhos o que uma comunidade nível mundial contribuiria se fossem livres.
Também tento usar só software livre, acho que é o caminho certo a se seguir. Esse negócio de fechar código vai na contra mão da evolução do saber, e é algo relativamente recente (como disse o Stallman, antigamente os programadores compartilhavam tudo). Imagina se nós não tivéssemos acesso à coisas simples, como teorema de Pitágoras ou a área de figuras geométricas, imagina se essas coisas fossem caixas pretas e vc não tivesse o direito de saber como funciona, será que teríamos tanto progresso como vimos nos últimos 100 anos? Ou imagina cada país ou região tendo que desenvolver do zero todas teorias por trás da matemática? E a medicina então? Já imaginou se tudo fosse proprietário, como seria?
É isso o que o software proprietário faz. Uma empresa desenvolve algo, se sente no direito de patentear e fechar o código, e para inibir a concorrência, não adota padrões verdadeiros, faz do jeito dela as coisas. Aí outra empresa ou comunidade tenta chegar na mesma solução, e daí vc vê um monte de gente reinventando a roda. E qual o direito de uma empresa fazer isso? As pessoas que trabalham lá certamente não conseguem viver sem se deparar com coisas livres no cotidiano: conceitos físicos e matemáticos, medicina, internet, os PC's (arquitetura PC é aberta, qualquer um pode implementar), e tantas outras coisas. E nós, usuários? Confiamos cegamente no que eles nos oferecem? E se amanhã eles quebrarem, e sumirem com a tecnologia, como ficaremos?
Fico imaginando se os EUA embargassem o Brasil nos dias atuais, como ele fez com Cuba e outros países, como ficaria nossa dependência de software? A maioria de empresas de soft são dos EUA, como o país compraria tantas e tantas licenças proprietárias? E se os EUA declarassem guerra contra nós, como saberíamos que Windows, Flash, drivers da Nvidia, Ati e outros, M$ Office, Skype e etc, estariam mandando informações cruciais para o outro lado?
É por isso que gosto do Stallman, ele vê coisas que para nós são coisas triviais e nunca irão acontecer (EUA nunca vão usar toda base instalada de software proprietário à favor, aham, sei). E também ele enxerga o lado social da coisa, não só negócios.