Autor Tópico: Linux e a aventura de ousar ser diferente.  (Lida 3730 vezes)

Offline JoaoDamasceno.ufc

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Linux e a aventura de ousar ser diferente.
« Online: 08 de Novembro de 2012, 11:13 »
          Bem, recentemente aproveitei a oportunidade de um feriado e resolvi testar umas 15 distribuições Linux. Algumas até fora de uso (sem atualizações - que chamam de "dormindo"?!) e outras bem "famosas" no meio Linux.
          O que percebi é o seguinte: Por que o Linux Mint tem o alcance que tem? Não, não sei... "ele é muuuuito bonito"... É? Não achei isso não, não é mais "bonito" que o Ubuntu mais é nem a pau, porém, aí entram questões subjetivas e assim a coisa complica, pois, será a percepção de cada um. Ele é "extremamente completo"... É? completo? como assim? então quer dizer que eu não tenho que instalar meio mundo de "complementos" pra fazer com que ele funcione, de fato, plenamente? tenho sim. Então onde está essa completude? Não sei.
          O Debian, muito seguro, muito estável, porém, com poucas "inovações", o que ao menos em parte, justifica sua estabilidade, pois fazem uso de características que há algum tempo já vem sendo testadas e assim possuem maior índice de correções, aprimoramentos etc. Porém... o processo de instalação dele é muito penoso. Para um usuário Ubuntu/ Mint/ K-Ubuntu e similares, o processo de instalação do Debiam se mostra um tanto quanto antiquado, o que para alguns pode ser motivo de desistência. (O mesmo valeria para o Slackware - sistema muito seguro, muito bem feito, um dos "pais do Linux") porém, muito complexo e, sinceramente, não vejo como isso pode ser motivo de se "vangloriar", aliás, acho essa postura "meio doida" e isso tem e muito no Linux sim (o que acho uma pena) que é "uso um sistema que é osso, difícil demais, tenho que instalar tudo na unha, é uma verdadeira batalha entre eu a minha máquina, pense num sistema invocado, ninguém consegue nem sair do canto" - Senhores, pelo amor de Deus... que raciocínio é esse??? que coisa mais boba... !
          Agora vamos a minha eterna relação de irrestrito amor e profundo ódio ao Ubuntu... Sim, ele é excelente, é sim muito bonito, os grafismos dele são muito bem acabados (ao contrário do que um irresponsável de uma revista de renome andou dizendo) ele é bem acabado sim. Porém, vamos lá... de fato a instalação já poderia ter deixado de lado o "espaço de um CD" pois, creio que sejam muitos os que já utilizam um PenDrive para realizar a instalação do SO. Vejamos o que ocorre hoje: hoje ao instalarmos o Ubuntu em uns 20 minutos, depois temos que dedicar uma hora pra buscar e instalar tudo que de fato precisamos. Os melhores programas (muitos programas, não necessariamente tudo) estão em PPA's, se é assim, porque já não virem na "Central de Programas"? já que usar PPA's não seria inadequado?!
          Por que o Ubuntu Tweak ou o MyUnity não já foram contatados para serem "padrões do Ubuntu"? (aliás, e não esquecer do efeito de minimizar clicando no ícone do Dash - recurso excelente.), porém, nada feito. Eles não estão lá.
          Enfim, há meio mundo de coisas a serem observadas, porém, não vou assim tão longe, na verdade o que espero é que alguém aqui mesmo, possa entrar em contato com o pessoal da Canonical, seja lá fora, seja aqui mesmo, e assim, possa passar algumas observações pra esse pessoal. Isso resultará em algo positivo pra comunidade? não... pois, ver o Mark Shuttleworth afirmar que "o Ubuntu não é uma democracia", aí senhores, já era... Ao menos faremos nossa parte ao afirmarmos que "não concordamos com certos rumos". E o Unity? quando ele surgiu eu passei pouco mais de um ano sem mudar de distribuição... coisa que para um usuário feito eu, é um tanto quanto diferente (já que mudo logo logo). Sim, ele era horrível sim, péssimo, repleto de falhas, pesadão, lento. Eu fui um dos maiores críticos e não cansava de acessar tudo que é site pra criticar e criticar e... criticar o Unity. O tempo passou e hoje estou usando o Unity com o Ubuntu 12.10, melhorou? olha, respondendo a essa pergunta, creio que seja impossível não afirmar que ele melhorou e melhorou muito mesmo (não duvido que ele ainda venha a ser muito mais rico, mais cheio de funcionalidades, pois creio que é esse o rumo que a Canonical quer dar a ele e creio que ele tem espaço pra isso). Eu chegaria a afirmar que no 12.10 ele está até mais "leve" e estável que no 12.04. Não sei porque não colocaram alguns efeitos do Cairo Dock nele (ainda que seja meio desnecessário rsrs...), mais seria interessante. Também lamento que o Dash ainda não seja muito mais manipulável (configurável). Enfim, é isso... o Ubuntu permanece como um sistema "melhor" mesmo. Mas... Ao contrário do que muitos querem, não ele não é fácil não... não é trivial como querem que seja, não é a "maravilha dos deuses", faltam programas mais elaborados (ainda que tenha muitos e bons programas). O LibreOffice ainda não compete com um Microsoft Office. Creio que o VLC beire a perfeição, assim como o Amarok (e o Clementine - pros que como eu, gostam de um player de áudio simples, só pra ouvir músicas mesmo). Os navegadores também estão muito bons. Os programas de "bate papo" (MSN) ainda estão longe de serem de fato bons, são meio pobres, tem muitos erros, hora não exibem nossa foto, hora não enviam arquivos ou não nos deixam receber arquivos, mais o visual mais limpo é uma virtude, vejam como está a cara do MSN, poluído demais, feio, complicado, repleto de propagandas... Aqui também vela ressaltar que a "culpa" não é dos desenvolvedores/ programadores Linux e sim do pessoal da Microsoft que vive mudando os protocolos.
           E finalmente: Linux e a aventura de ousar ser diferente. Bem, o fato é que se não fosse o Linux (e mais especificamente o Ubuntu) não sei bem o que seria de mim, porque definitivamente, odeio os produtos da Microsoft, odeio instalar algo e de repente, devido a um erro misterioso, ter que formatar o computador?! Isso sem falar do fato de um Windows ser muito pesado, instável, absurdamente inseguro.                Andaram melhorando no "7" e creio que pra máquinas muuuuuuuito boas, o "8" também seja satisfatório. Porém, e como diz uma comunidade "viva o linux" meeeeesmo. Vamos trabalhar pra continuarmos crescendo com esse excelente sistema, e torcer para que cada vez mais novos desenvolvedores se arrisquem nessa plataforma.
É isso pessoal, valeu e tudo de bom a todos vocês.

Offline BrunoCarvalho

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Re: Linux e a aventura de ousar ser diferente.
« Resposta #1 Online: 08 de Novembro de 2012, 22:48 »
Debian e Slackware são distros com focos diferente, ate da pra ser usadas em desktop, mas vc tem que configurar todo o desktop, por que eles vem so com o basico e quando digo o basico é o basico mesmo, a vantagem disso é modelar um ambiente a tua maneira, para servidores e empresas isso é excelente, antes de criticar tem que entender o conceito por tras de cada distro.
Mesma coisa com o Ubuntu, Mark Shuttleworth ja disse não é uma democracia e não é mesmo, ele ta investindo muito dinheiro no projeto, no projeto DELE, e quer deixar com a cara dele, afinal ele é um empresario, faz o que le convem, mesma coisa ir e criticar Microsoft e Apple, e tambem todos sabem que o Unity é um ambiente em desenvolvimento.
Ja Windows é um excelente sistema, tanto na parte de servidores quanto Desktop, so é um sistema fechado, que não vejo nem um problema nisso, utilizando uma rede Windows com um ecossistema Windows ou Microsoft, é muito produtivo, e o Linux é um sistema hibrido, interage perfeitamente com rede Windows.
Ambos sistemas são otimos, o problema é o usuario, so dar uma olhando aqui no forum mesmo, o tanto de erro misterioso que tem, instabilidade, muitas pessoas reclamando que o Ubuntu anda pesado, so falta o que? Virus.
Nessa parte o Windows é mais aberto, ele da liberdade do usuario fazer o que quiser com o sistema, o Linux ja não deixa, ironico não?
Mas isso da pra ser contornado? Da sim, mas sempre os problemas que ocorre em todos os sistemas 90% das vezes o problema é o usuario

O Ubuntu é um sistema acessivel, distros mães nunca sera tao simples quanto ele, simplesmente por ter um foco diferente, por que o Ubuntu aparenta ser melhor? por que ele não complica tanto para se fazer coisas basicas, mas ainda vc vai continuar dedicando umas horas para deixar o sistema a tua maneira, isso ocorre em qualquer distro, no Windows ou Mac, a unica forma de ter tudo o que quiser quando acaba de instalar, é criar um distro propria ou customizar tua instalação.

Dica: não gosta do Unity, apenas troque a interface grafica, não precisa mudar o Sistema todo por causa disso. Vantagens de ser livre

Offline JoaoDamasceno.ufc

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Re: Linux e a aventura de ousar ser diferente.
« Resposta #2 Online: 09 de Novembro de 2012, 00:00 »
          Tudo bem Bruno a aliás, nem é minha intensão criar algo como "quem é melhor vs quem é pior" o que mais quero é somente expor algumas peculiaridades daquilo que venho percebendo na minha caminhada com o chamado "software livre". No geral, sem dúvida que é um mundo encantador, acho até que comparar o Ubuntu com o Windows seja algo grosseiro, um absurdo, pois o que vejo no Linux/Ubuntu em termos de "solução de problemas" é algo notável. Durante meus tempos de Windows o que eu sentia é que se você "meter os pés pelas mãos" tem solução sim... "formatar" ! Mais eu pensava: "poxa e formatar é solução? não seria formatar = começar de novo"?!?!
          Mais no meio disso tudo o que quero é que o Ubuntu cresça cada vez mais, se torne muito melhor (do que o que já é), espero que surjam muitos e bons programas. No geral o sistema é bem estável (creio eu) e isso mesmo diante das milhares de postagens aqui mesmo no fórum pedindo "socorro"... rsrsrsrsrs...
          Ok, o sistema é do Shuttleworth, e sendo assim, ele o faz com os interesses dele, com o perfil dele, com a cara dele... mais poxa, ouvir a comunidade seria algo assim tão errado? desnecessário? Aliás, pode até ser desnecessário (pra ele) sim. Mais por outro lado não seriam algumas dicas, sugestões e críticas interessantes até pra ele mesmo?! Olha só sei que torço pra que o Ubuntu e tudo o mais relacionado com o software livre torne-se algo cada vez mais intenso, produtivo, que amadureça de forma firme e que como consequência, nós tenhamos uma plataforma que ao menos nos leve ao sonho do Bruno Gonçalves quando deu ao seu sistema operacional (o BigLinux) a denominação de "BigLinux - Em busca do sistema perfeito".

Offline rudregues

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Re: Linux e a aventura de ousar ser diferente.
« Resposta #3 Online: 09 de Novembro de 2012, 20:42 »
Rapaz, quando tu começou achei que ia comparar as distros com Ubuntu e tal, mas o que você falou tá mais é de acordo com o título do tópico mesmo hehehe.

Começo a desconfiar que o que eu uso do sistema é muito básico, pois sempre achei o Debian bastante completo enquanto todo mundo diz que ele é basicão rs

Se o Mark ir muito contra o que a gente, a comunidade, acredita, podemos fazer um motim e detonar um dos slogans do Ubuntu que é a da "comunidade mega-ativa sempre disposta a ajudar"  66'
Gentoo — Controle total sobre o sistema.

Offline JoaoDamasceno.ufc

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Re: Linux e a aventura de ousar ser diferente.
« Resposta #4 Online: 09 de Novembro de 2012, 22:24 »
          "rudregues" de fato meu objetivo não era necessariamente comparar as "distros" não, ainda que eu tenha feito isso com o "Mint vs Ubuntu". O que acontece e que sempre me chama a atenção refere-se ao fato de que acredito que o Ubuntu é muito bom sim, porém, pode ser bem melhor e isso não se refere ao Unity, ou as tais "lents"... e sim, as correções básicas e bobas, como o ato de:
1. "minimizar em um click".
2. Permitir a formatação de dispositivos externos diretamente pelo botão direito no ícone do dispositivo no próprio Dash.
          Meu uso do sistema é bem básico também. O que ocorre é que eu tenho por hábito (vício) mexer em tudo que eu puder pra deixar o sistema com o formato que eu quero. Fico o tempo todo inventando bobagens, modificando ícones, temas, sons, tema de abertura, comportamento do sistema etc. Tudo que de certo modo, acaba detonando o sistema. Mais não consigo não alterar simplesmente tudo mesmo. Por exemplo: Algumas pessoas, que eventualmente usam meu micro, me perguntam se toda semana eu instalo um "novo sistema" (dado que nunca meu Ubuntu 12.10 tem a mesma cara por mais de um mês... rsrsrsrssrs...).

clodoaldops

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Re: Linux e a aventura de ousar ser diferente.
« Resposta #5 Online: 10 de Novembro de 2012, 09:53 »
-Ubuntu-12.04-lts é minha "distro de trabalho"  instalada no desktop, que será substituida apenas em 2014 pela nova lts.
-No meu notebook a coisa é bem diferente
-Tem W7 + Ubuntu + Fedora + Mint + partição de testes onde instalo "de tudo"
-Não sei se Ubuntu é a melhor distro
-Mas é a distro que eu mais gosto de usar
-Simples assim

Offline JoaoDamasceno.ufc

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Re: Linux e a aventura de ousar ser diferente.
« Resposta #6 Online: 10 de Novembro de 2012, 10:16 »
          Tenho a impressão de que o termo "a melhor distro" de fato é algo bastante complexo ainda mais em se tratando de Linux. Acredito que existem (ou existiram) muitas distribuições excelentes em vários aspectos e que mesmo assim "não deram certo" - "não conseguiram projeção".
          Queria pegar uma matéria pra mostrar a vocês a história das distros que foram "as grandes do final dos anos 90 e mesmo início de 2000" e desapareceram. Infelizmente não achei mais o artigo que li recentemente  :-\. Mais o fato é que nem sempre apenas uma boa ideia, um acabamento legal, um conjunto de bons aplicativos é o suficiente pra "fazer a diferença" nesse meio.
          Vejamos como exemplo o BigLinux, ele é muito bonito, feito pra ser muito fácil, bem simples, repleto de recursos válidos e funcionais, e mesmo assim, quem o utiliza? claro que tem o público dele, tem um suporte razoável, uma comunidade ativa etc etc... mais mesmo assim, não seriam os usuários brasileiros utilizadores em sua maioria do Ubuntu em detrimento do BigLinux? Enfim, óbvio que no meio disso tudo tem também as questões de escolha pessoal (eu por exemplo, sou muito focado na palavra "suporte" e sendo assim, creio que é Ubuntu mesmo).
           Em termos de distribuições interessantes (e sem alcance, projeção) eu diria que o MoonOS é um sistema interessante (e que tende a morrer). Uma pena.

Offline Turritopsis nutricula

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Re: Linux e a aventura de ousar ser diferente.
« Resposta #7 Online: 10 de Novembro de 2012, 21:51 »
Bem gostei do texto e queria dizer uma coisa.

O Gnu/Linux é democrático tanto que te permite fazer o que quizer como por exemplo mexer no Kernel. Quem quizer pode criar interface que quizer e kernel que quizer desde que claro dê o fonte com a modificação. Claro que os donos do projeto muitas vezes vão fazer apenas o que eles querem.

O mint é mais usado por não ser uma distro pura. Vem com codecs e não precisa ler documentação gigantesca e já que é baseado no ubuntu, encontrar resposta pra tudo(ou quase tudo) no Google é fácil. O mintinstall não tem publicidade.

Sinto falta do Kurumin pois tinha a comunidade mais amigável da internet.

Agora existe mais distro do que programa isso é fato. E que muito software livre está anos luz atrás de muitos de código fechado é outro fato.

AInda não achei alternativa livre no nível do Photoshop e Illustrator.
« Última modificação: 10 de Novembro de 2012, 23:27 por Turritopsis nutricula »

Offline JoaoDamasceno.ufc

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Re: Linux e a aventura de ousar ser diferente.
« Resposta #8 Online: 10 de Novembro de 2012, 22:56 »
Pois é, o fato de o Linux poder ser muito manipulável, podermos ter uma interface completamente particular é de fato, algo bastante notável mesmo. E muito me agrada que assim seja, pois sempre estou mudando a cara do meu Ubuntu, que por sinal agora está meio "OS X"... O que lamento é que o sistema aparentemente pareça não ter maior compromisso de crescer, tudo bem, cresceu sim, e continua crescendo. Mais veja o linux é livre, podemos fazer milhares de CD's e os distribuir na esquina, mais e aí? qual será o efeito disso? ou seja, eu quero ver esse sistema crescer nesse sentido, não faço essa linha de que seja algo "exclusivo" na linha do "eu sei e você não sabe"... não. Aliás, é justamente dessa forma que dou minha colaboração com o Linux (especialmente o Ubuntu) que é dar dicas, instalar, dar algum suporte, apoio, indicar programas... e no final das contas parece tem dado certo, pois todos admiram o tal "sistema diferente". Só quero que alguém que tenha um mínimo de acesso ao pessoal da Canonical da América Latina (que atuam em São Paulo) possam dizer pra eles o que nos deixa meio que aflitos. E só... Se eles vão se debruçar sobre os temas, sobre as dicas? duvido... mais ao menos mostramos que "não", não concordamos. E, sim... o Unity pode muito mais sim.
« Última modificação: 10 de Novembro de 2012, 22:59 por JoaoDamasceno.ufc »