O gerenciador de telas Wayland, tido para muitos como uma alternativa futura ao servidor gráfico X Windows, e sua implementação de referência Weston, alcançaram o marco da versão 1.0. Com ela, os desenvolvedores confirmaram que o protocolo subjacente agora inclui todos os recursos que consideram essenciais e que estão comprometidos com versionamento do protocolo para ajudar a manter a compatibilidade conforme o desenvolvimento avançar. Isso vai permitir que compositores de desktop como o Kwin, Compiz e Mutter, além de conjuntos de ferramentas como o GTK+, Qt e EFL, uma base estável com que trabalhar.
O Wayland foi desenvolvido para simplificar o conjunto gráfico do Linux: aplicativos se comunicam diretamente com o compositor através de backends Wayland das bibliotecas de interface, que por sua vez acessa o driver Mesa e os módulos de drivers gráficos do kernel.
O versionamento de interface do servidor empresta um método já usado pelo X Server. Os desenvolvedores estão comprometidos a nunca interromper a compatibilidade reversa das interfaces; eles devem apenas acrescentar novos recursos, e nunca remover antigos. Clientes informam ao servidor qual versão do protocolo suportam e mesmo se o servidor suportar uma versão mais nova, ele deve enviar ao cliente apenas eventos que sua versão do protocolo suporta. Interfaces podem se tornar obsoletas por julgamento dos desenvolvedores já que os clientes podem descobrir quais interfaces um servidor suporta e usar modos mais simples no caso de a interface ter sido abandonada em uma nova versão do protocolo. Contudo, os desenvolvedores se comprometeram a apenas abandonar interfaces após um longo período e com aviso prévio.
Além disso, os desenvolvedores do Wayland garantem que qualquer aplicativo no lado do cliente que trabalhe com a versão 1.0.0 do compositor deve continuar a funcionar para o restante da série 1.x.x. O código do lado do servidor ainda está sujeito a mudanças mas será estabilizado para o restante da série 1.1.x, com um uma vindoura versão 1.1.0.
Com essas garantias, o Wayland toma um grande passo já que desenvolvedores de aplicativos podem agora depender da interface do servidor e serão capazes de começar a escrever aplicativos para ela. Mais importante, os desenvolvedores podem começar a portar conjuntos de ferramentas e aplicativos já existentes no X Server para que façam uso do Wayland. Em médio prazo, o Wayland deve substituir o X Windows System (X11); até o momento, porém, nenhuma distribuição vem com o Wayland ou o Weston e os desenvolvedores terão que obtê-lo através de um repositório ou compilado usando código-fonte.
Os aplicativos KDE devem ser ser fáceis de alterar para que trabalhem nativamente com o Wayland, com o lançamento do Qt5, que está planejado para o final do ano; os desenvolvedores GNOME estão trabalhando para terminar um GTK+ 3 capaz de usar o Wayland. Aplicativos X11 também podem ser executados no Wayland sem alterações, uma vez que o servidor tem capacidade para criar seu próprio X Server que atua como um frontend para os aplicativos enquanto se comunicam com o Wayland no plano de fundo. A versão 1.14 do servidor X.org, planejada para março de 2013 deve incluir esse recurso.
O código-fonte para o Waylando 1.0 e o Weston 1.0 está disponível para download no site Freedesktop.org sob a licença MIT com alguns códigos de exemplo licenciados sob a GPL. Desenvolvedores também podem acessar os repositórios Git de ambos os projetos.
FONTE: Linux Magazine OnLine