Eu frequentei durante um bom tempo o fórum do Kurumin, e por lá esse tipo de discussão também acontecia a todo momento. Para mim, essas pessoas que ficam exigindo que o Linux seja diferente parecem aquelas crianças mimadas que querem que o mundo gire a volta delas. Por mais que eu esteja revoltado com a situação do mundo, com as guerras, com a violência, com a pobreza, com as injustiças, ele não vai mudar apenas porque eu quero. Eu é que terei que me adaptar ao mundo, não o contrário. Com um sistema operacional é a mesma coisa.
Ao contrário do que muita gente pensa, código não nasce em árvores. A produção de software exige tempo, paciência, conhecimento técnico, dinheiro. Infelizmente, muita gente nem tem noção do valor de um software, talvez pela facilidade em se copiar. Grandes empresas podem ter um batalhão de programadores, designers, tradutores e vários outros profissionais trabalhando em tempo integral com seus softwares, mas do lado do software livre, as coisas não funcionam dessa maneira. Grande parte dos desenvolvedores de Linux e de outros softwares livres trabalham de graça, nas horas vagas. Programar para interface gráfica exige muito mais trabalho do que para o console, muito mais tempo de desenvolvimento. Por isso a prioridade acaba sendo o console.
O Linux é tão fácil de usar e intuitivo quanto é possível ser. Na verdade só a existência do Linux, um SO que não pertence a uma grande empresa, já é um verdadeiro milagre. Que ele funcione bem, seja gratuito, e que supere em muitos aspectos técnicos seus concorrentes proprietários, é um milagre maior ainda. Que ele seja tão fácil e intuitivo quanto os SOs proprietários, nas atuais circunstâncias, é pedir demais. Mas mesmo nesse aspecto, o Linux vem evoluindo, daqui há algum tempo veremos mais esse milagre acontecer.