Base no BrOffice 3.2

Iniciado por Frank K Hosaka, 29 de Março de 2010, 06:55

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Frank K Hosaka

Ontem, andei fuçando o Base, e encontrei muitas dificuldades para montar um banco de dados. Tentei procurar por um arquivo exemplo no famoso Google, mas nada encontrei. O Access sempre traz o clássico Northwind Traders, mas poucos usuários se aventuram com banco de dados no Windows. Já o BrOffice não traz nenhum arquivo exemplo para incentivar o usuário do Ubuntu explorar o complicado e fascinante mundo do banco de dados.

Eu montei a tabela diário com os campos Documento, Data, Conta, e sem a chave primária. Na hora de acrescentar alguns registros, o Base negou acesso. Assim, pelo famoso método da tentativa e erro, aprendi que o Base não permite acrescentar registros em tabelas que não tem chave primária, isso sim é um abacaxi. Então fiz a vontade do Base, e defini o campo Documento como chave primária, mas não há um tipo de campo que faça auto-numeração, isso é outro abacaxi.

Logo adiante, montei outra tabela, o Plano de Contas, com os campos Conta (Chave Primária) e Descrição da Conta, onde acrescentei dois registros: 1101 Caixa, 1102 Banco. Pelo menu Ferramentas, defini a relação entre a tabela diário e o plano de contas. Quem define a relação é o Base e não o usuário, isso é outro abacaxi, isto é você pode arrastar o mouse encima do campo Conta do Diário até o campo Conta do Plano de Contas, mas é o Base é que define que para cada conta do Plano de Contas há "n" registros no diário.

Fazendo um teste na tabela Diário, acrescentei um registro: Documento 1, Data 29/10/10 e Conta 1107. O Base não aceitou gravar tal registro porque eu violei as regras de relacionamento que eu mesmo defini, ou seja, inventei uma conta no Diário que não estava previsto no plano de Contas. Mas,como é que vou saber quais as contas que estão disponíveis na tabela Plano de Contas? Isso é outro abacaxi.

Enfim, muitos desses abacaxis o Access já resolveu lá em 1997, quando os usuários do PC tinham que conviver com o pesadelo do DBase. O Base oferece uma tecnologia parecida com o do Access, colocando todos os objetos necessários de um banco de dados em um só arquivo, mas não oferece outras facilidades que foram agregados ao Access. Hoje o Access faz o Office Professional custar R$ 1.500,00 contra o Office Básico (Word, Excel e Powerpoint) de R$ 400,00. Aparentemente, o uso do Base não é tão gratuito quanto parece, eu preciso ler a licença de uso dele, isso é outro abacaxi.

Mas a diferença entre o Base e o Access não é a quantidade de abacaxis que são necessários para descascar, mas a criatividade e o planejamento de quem vai publicar o banco de dados. No Access, por exemplo, o máximo que eu consegui foi criar a possibilidade de dois ou mais usuários consultarem as tabelas na rede ao mesmo tempo. Desde o ano 2000 é que convivo com esse pesadelo de pagar uma fortuna para a Microsoft e não saber como dois ou mais usuários possam acrescentar registros no Access na mesma tabela ao mesmo tempo. É bem possível que o Base também não resolva esse problema. Quem resolve esse tipo de problema são aqueles livros que custam mais ou menos de R$ 100 a R$ 300, ou aqueles cursos sofisticados que você só encontra na Av Paulista, pedindo a bagatela de R$ 1000 por mês. Enfim, banco de dados é só para a elite e não para seres humanos. Esse é o nosso maior drama humano, o de conviver com banco de dados (extrato bancário, imposto de renda, ipva, conta de luz, conta de água, etc) a todo momento e não saber como esse universo funciona.

Mas é o banco de dados que faz a diferença entre um micro e um console de videogame. Hoje temos pendrive baratíssimos capazes de armazenar 4 gigabytes a menos de R$ 100, mas que subutilizamos com fotos e vídeos gigantescos, mas nenhum banco de dados. Temos sim impressionantes planilhas eletrônicas, textos e apresentações, mas isso não esgota a possibilidade de explorar os nossos micros que vem equipados com memórias colossais. Diante do exposto, sugiro à administração desse fórum para abrir um subtópico debaixo de Aplicativos somente para consulta de como aproveitar melhor o Base que vem no pacote do BrOffice. Claro que nenhum banco de dados foi feito para seres humanos, mas se a Microsoft conseguiu é bem capaz que o Linux também consiga.

Flatac

Olá

Algumas dicas que podem ser úteis.
Na tela inicial do Base, clique em Tabelas.
Depois clique em Assistente de Tabelas.
Aí vai aparecer uma janela onde você vai poder escolher uma série de bancos de dados
já criados, bastando selecionar os campos que lhe interessam.
Depois será possível caracterizar os campos como você preferir.
A partir daí é só inserir os dados
Divirta-se.

PS.:  Por que você diz que é preciso licença de uso para o Base?

Flavio

Frank K Hosaka

Obrigado pela dica Flávio. Quanto a licença de uso, eu vi um monte delas na pasta /etc/broffice.org3, mas todas escritos em inglês. Aparentemente, elas dão ampla liberdade para utilizar o aplicativo, mas o meu inglês não é bom, inclusive há uma pasta chamada Licenses nessa pasta que mencionei, onde cobre a versão em português-brasileiro, mas também em inglês.