Com o Linux aprendi a ter o controle sobre o computador

[JeronimoBr]

Meu primeiro contato com Linux foi na faculdade (Ciência da Computação). Um colega me passou os CDs do Slackware, o qual instalei e usei por algum tempo, junto com Windows em dual boot (ainda era a época do reino de Windows 98 e ME).
Contudo, reconheço que achava o Linux uma droga em questões de compatibilidade de hardware, instalação de programas e afins. Odiava a história de baixar o fonte, ir pro ./configure && make && make install. Sempre dava errado. O que "piorava" ainda mais era instalar os winmodems, um parto...
Isso fez com que o meu sistema operacional principal fosse o windows ainda por um bom tempo.
Então, alguns anos depois, ouvi o "zunido" em torno de um Linux fácil de usar, instalar programas era uma barbada, uma compatibilidade de hardware legal... uns me falavam em "Ubuntú", "Ubúntu" (tentativa de mostrar as pronúncias que corriam na época ).
Pensei: deve ser igual ao Slackware, muito barulho por nada.

Até que vi o Ubuntu funcionando.

Foi paixão tecnológica a primeira vista. O sistema de instalação via apt (ok, que já existia no Debian, mas que eu não conhecia) me conquistou. Realmente era fácil de usar! A compatibilidade de hardware era realmente bem melhor! Até customizar o Desktop com a "cara da gente" era mais fácil. Resolvi instalar em dual boot com meu Windows. Era a época da recém-lançada versão 6.06 LTS.

Mas ainda assim não abandonava o Windows. Meus jogos, como deixá-los? Tinha o Wine/Cedega, mas não era a mesma coisa.

Passou-se o tempo. Durante alguns meses usava o Ubuntu como Sisop principal, durante outros usava o Windows XP. Mas sempre com a vontade de abandonar o Windows. Mas e meus jogos.... meus jogos!!!!
Fui me encaminhando do meio para o fim da faculdade. Já não tinha tanto tempo pra jogar... O negócio era mais "usar" o computador mesmo... programar... O Linux começou a voltar pra minha vivência com mais força, e começando a superar o uso do Windows...
Então veio 2007/2008 com seus "booms" tecnológicos. Adeus Windows XP, oi Windows Vista. Oi também para um Ubuntu totalmente user-friendly como o 7.10, e logo depois o 8.04(.1). Meu dual boot era Windows Vista Business + Ubuntu 8.04. Além disso, em meu trabalho usávamos Ubuntu, e ainda usamos.
Me formei. Passei uns meses utilizando o Windows Vista como sisop principal. Puxa, ele realmente pega menos spyware! Tem uns recursos bem legais! Está mais user-friendly! Puxa... começou a ficar mais lerdo, como qualquer versão do Windows, com o tempo (se bem que meu computador agora já pode ser considerado idoso)... bah, hoje já tá demorando demais esse boot... hmm, vou colocar o computador a ligar, vou pra cozinha tomar um café e depois volto... Em compensação, o Ubuntu está muito mais rápido e estável... tem tudo o que eu preciso.
Voltei pro Ubuntu como principal. Deixei o Vista como auxiliar... sim, porque os meus jogos.... meus jogos!

Até que me dei conta: eu não jogava mais havia muito tempo. Nem tinha vontade. Jogo é uma coisa que perdeu a graça pra mim, sei lá eu por quê.
Passei mais um tempinho me enchendo de coragem, e há pouco tempo atrás (acho q pouco mais de um mês) abandonei o Windows de vez. Formatei todos os computadores da minha casa e instalei Ubuntu em tudo. Por que?
Porque com o Linux aprendi a ter controle sobre meu computador. Há algo mais legal do que um killall? Que maravilha é ter um terminal decente (normalmente tenho no mínimo um terminal aberto). Todas aqueles estudos de processos, fila de prioridades, etc que eu vi na faculdade estavam ali, aplicadas no meu dia-a-dia, e controláveis por mim. Customizar a área de trabalho? Barbada! Escolhe um Gnome, KDE, Fluxbox, Window Maker, enfim, opções não faltam, de todos os tipos, para todos os gostos. Um repositório estável, cheio de softwares a minha disposição. Uma grande comunidade na internet se ajudando nas mais diversas questões sobre o sistema. Vírus, spyware, etc? A preocupação com eles é praticamente nula. Ele funciona muito bem no computador antigo que eu tenho, com efeitos do compiz e tudo.

Muita gente critica o Ubuntu dizendo que ele está se tornando muito user-friendly. Eu discordo das críticas. Foi isso que me conquistou nele, e é por isso que não pretendo abandoná-lo. Reconheço que torço um pouco para que ele não se popularize tanto, pois popularidade demais traz mais market share, logo, mais alvo de vírus e chateações afins. (FAVOR NÃO ME DESTRUIR POR ESSE COMENTÁRIO. NÃO QUERO ALIMENTAR OS TROLLS!  )
Por todos esses motivos, o qual destaco principalmente o "ser user-friendly", é que digo com certeza:

Com o Linux aprendi a ter o controle sobre o computador. Com o Ubuntu, aprendi a gostar de Linux.

Um abraço a todos os membros do fórum. E viva Ubuntu! Que venha o 8.10! 

[velox256]

Uma pedido besta, defina "ter controle sob o computador", como vc definiria isso? No Windows também não tinha controle? Matar e monitoramento de processos? Conta aí pra gente...

[JeronimoBr]

O Windows, apesar de ter a sua lista de processos/aplicativos, não gerencia aquilo muito bem. Incontáveis foram as vezes que tentei matar um processo no Windows e não consegui. No Linux nunca tive problemas.

Mas o que quis dizer com mais controle é não só o controle de processos que estão rodando, mas sim possibilidades que não temos no Windows, como experimentar uma outra versão de kernel, por exemplo (e um exemplo bem pequeno). No Windows a coisa é bem mais fechada, pronta para um usuário final. O cara muitas vezes nem sabe o que é um processo.
Em Linux, o que me parece é que a pessoa aprende mais como o computador funciona, e não simplesmente a usá-lo.
Sim, o Windows tem um regedit e outras ferramentas, mas o nível de controle sobre o sistema como um todo me parece maior no Linux, por termos o código em aberto, podemos modificá-lo pelo nosso gosto, e etc etc e todo o papo de opensource que não vamos discutir aqui. 
Não sei se estou conseguindo explicar meu "sentimento", acho que mais confundi do que esclareci hahahahahaha 

[Junior_Sampa]

Seu depoimento se assemelha muito com meu caso...exceto pela profissão e área de atuação (sou eng. eletricista e atuo com automação industrial que alías não deixa de requerer programação, mas em linguagem de máquina). Cheguei ao extremo de formatar meu notebook que possui Windows original para instalar o Ubuntu nele.

Hoje rodo Ubuntu no notebook e no PC sem quaisquer problemas. Muito bem aliás.

A propósito, meu pai e outros amigos do trabalho aderiram ao Ubuntu sob minhas dicas e também estão muito satisfeitos...

Como você mesmo disse, viva Ubuntu, ou melhor viva o Linux!

Abrs.
Junior

[velox256]

Não, vc soube se explicar muito bem e sabe o que significa ter controle sobre a máquina, é que tem um monte de papagaio de pirata por aí que só vão na onda daquilo que ouvem e não sabem o que significa, hehehehe...

O Windows, apesar de ter a sua lista de processos/aplicativos, não gerencia aquilo muito bem. Incontáveis foram as vezes que tentei matar um processo no Windows e não consegui. No Linux nunca tive problemas.

Mas o que quis dizer com mais controle é não só o controle de processos que estão rodando, mas sim possibilidades que não temos no Windows, como experimentar uma outra versão de kernel, por exemplo (e um exemplo bem pequeno). No Windows a coisa é bem mais fechada, pronta para um usuário final. O cara muitas vezes nem sabe o que é um processo.
Em Linux, o que me parece é que a pessoa aprende mais como o computador funciona, e não simplesmente a usá-lo.
Sim, o Windows tem um regedit e outras ferramentas, mas o nível de controle sobre o sistema como um todo me parece maior no Linux, por termos o código em aberto, podemos modificá-lo pelo nosso gosto, e etc etc e todo o papo de opensource que não vamos discutir aqui. 
Não sei se estou conseguindo explicar meu "sentimento", acho que mais confundi do que esclareci hahahahahaha 

[julio7000]

Muito bom meu amigo! Eu também amo o Ubuntu e acho patético qualquer pessoa que venha a critica-lo sem argumentos. Sendo que foi o Ubuntu um dos grandes responsáveis por essa incrível mudança no rumo do Linux. Se não fosse por ele muita coisa estaria ainda sendo feita unicamente para "profissionais".