Mudar para software livre envolve aspecto cultural

Iniciado por mrbin, 24 de Abril de 2008, 00:54

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mrbin

CitarA migração de tecnologia de uma organização que usa software proprietário (de código fonte inacessível, como os da Microsoft, por exemplo) e deseja passar a usar o software livre (de código-fonte aberto, elaborado coletivamente e modificado a qualquer momento por qualquer usuário, como o sistema operacional Linux), mais que um processo técnico, envolve mudança cultural, sendo eminentemente pedagógico. É o que aponta o pedagogo Anderson Fernandes de Alencar num estudo conduzido na Faculdade de Educação (FE) da USP.

O pesquisador participou por mais de um ano da mudança de sistema operacional e softwares proprietários da Microsoft para o sistema operacional Linux e programas utilitários de código aberto (como o Open Office) na ONG Instituto Paulo Freire, relatando e refletindo sobre todas as etapas da migração a partir do pensamento do filósofo Álvaro Vieira Pinto e do educador que dá nome à organização.

Em suas obras, entre outros assuntos, Álvaro Vieira Pinto reflete sobre tecnologia, técnica e a relação destas com o ser humano. Também trata da dependência tecnológica como fator de colonização dos países subdesenvolvidos.

Na perspectiva freiriana, a educação é compreendida como um processo de democratização do conhecimento e possibilidade de novas leituras de mundo. O aprendiz deve ser sujeito e não objeto do seu processo de aprendizagem. Tal pensamento ajusta-se à filosofia do movimento que defende o software livre, que vê a tecnologia compartilhada como uma ferramenta de transformação social, pois disponibiliza o conhecimento a todos – tanto o seu acesso como a sua construção.

O sistema operacional Linux, por exemplo, é gratuito (como a maior parte dos softwares livres) e desenvolvido coletivamente: qualquer pessoa pode fazer modificações no seu código, adaptando o programa para as suas necessidades. As versões geradas por esta adaptação são compartilhadas por usuários do mundo todo, numa comunidade que está 24 horas por dia aprimorando o programa e corrigindo eventuais falhas, possibilidade que pode tornar um software livre bem mais seguro do que um proprietário.
(matéria completa)

É o que sempre se fala por aqui: mudar não é simplesmente tirar o windows, instalar o linux e obrigar o funcionário a usar. É uma questão antes pedagógica, educativa. Tanto que é objeto dessa pesquisa da Faculdade de Educação da USP.

Fico feliz em ver a Universidade de São Paulo pesquisando esses assuntos.
Ubuntu user nº 4141
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samuelbh

Boa abordagem do artigo. Realmente tenho experiências aqui em casa mesmo, de que não adianta instalar o Linux se as pessoas ainda pensarem de forma fechada. É preciso conscientizar.
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arqueiro

Além disto, optar por software livre é uma questão de cidadania, de operar em comunidade, de abrir a mente e projetar o futuro.  Sinceramente, pouco importa a sofisticação e competência dos SOs proprietários.  Muito mais sofisticado é você fazer parte de algo que pode trazer enormes benefícios principalmente para países do terceiro mundo.
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Pedro Martins

O maior problema é o bloqueio que os próprios usuários têm ao mudar de plataforma. Muitos usam o Linux por umas horas, não se adaptam (auto-bloqueio) e voltam pro Windows, falando um monte do Linux. É como tentar convencer alguém viciado em TV a ler um bom livro, é preciso desafiá-lo e mexer com os brios dele, porque senão ele não terá iniciativa nenhuma (inércia cultural).

É preciso dizer para esses usuários Windows que  eles precisam de pelo menos uma semana para se acostumar e que depois nem vão sentir falta desse SO. Agindo desta forma, se eles tiverem pelo menos um pouco de auto-estima, terão a persistência de tentar usar por uma semana mesmo, pois foram desafiadas para tal. É pura psicologia :D.

O que não pode é chegar dizendo que o Linux é tão fácil e que em pouco tempo já estará acostumado, porque isso é mentira. Quem já mexe com um SO tem certas dificuldades para mudar para um segundo SO. É como mudar de um carro com câmbio manual para um com câmbio automático: no começo vai sempre ter aqueles micos de querer trocar a marcha, mas com o tempo se acostuma. Quem não sabe dirigir se adapta facilmente ao carro automático. Da mesma forma, quem não tem nenhuma noção de computador tem mais facilidades para aprender Linux do que aqueles que já mexem com Windows.

OsvaldoPTux

Olá.

Pela minha experiência recente concluí que não é apenas uma questão de mudar de sistema operativo. Sugiro que comecemos a pensar em vários níveis de mudança
1) Mudança de software proprietário para livre (licenças, software embalado,...)
2) Mudança do Windows para o KDE ou Gnome (ou outros gest. janelas)
3) Aceitação de que a linha de comandos não é um método "antigo" de usar o comput.

e a mudança mais importante de todas: as aplicações.
Gimp em vez do Photoshop,
Inkscape em vez do Ilustrator
Scribus em vez do In-Design.

Na minha opinião, o maior problema são as aplicações. O Gimp, Inkscape e Scribus não estão a evoluir tão rápido como seria necessário. Faltam os donativos e pessoas que contribuam com código.

No trabalho profissional as funcionalidades são importantes, e a rapidez do fluxo de trabalho também.

Abraço,

Osvaldo
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Galadriel

Sim .. concordo com tudo isso, nao uso meu wiondows ja tem alguns meses .. meu namorado instalou o Linux e eu tento usar o Terminal, mas sou muito lenta, acho .. demoro demais para me acostumar com ele ainda mais se o Ubuntu est´´a ficando cada vez mais facil utiliza-lo sem o Terminal.. queria ter mais tempo para usar o Terminal .. as vezes ele me cobra, me esforço para aprender, mas acabo ficando chateada. Quero aprender a mexer nisso logo hehehe .. ja faz um tempo que tenho o Linux ..
♡ Şυ Mαrαиgøиi ♡

Bud Spencer

#6
Bem, também envolve um fato. O linux ainda não é fácil não. Tem que ralar muito. Ainda tem que facilitar mais. Quem usa linux mesmo ainda é developer.
Em 1995 nenhum user final usava, em 98 menos de 1%, hj quase 10%

Não é aspecto cultural. O linux não é tão fácil e existe pirataria no Linux sim.
E o LINUX se continuar assim vai ter que esperar mais 10 anos ou 100 pra ser fácil como o povo quer.
Porque o linux não pode imitar o windows? Porque não pode imitar o MAC? É nessa birra que muita gente migra pra o mac ou fica no Win mesmo.

O que eu vejo é que a migração pro MAC OSX é tranquila, nem precisa ir em fórum, pegar readme avançado se quizer mexer em atalho é só futucar.

Eu mesmo acho o mac super fácil, depois vem o windows que é facil também. Pelo que testei o Windows é tão fácil como o Mac. No mac tem EXE e DMG. O mac não tem muitos jogos e por isso inda quem é o número um é o WIN.

Não sou xiita, apenas eu sei o que o povo quer. O povo NEM LIGA PRA qual O.S. usa. Ele quer que apenas seja fácil.

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