You Tube se foi!

Iniciado por ins3rt c0in, 09 de Janeiro de 2007, 00:10

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arlei

Galera,

se liga ae que o youtube ja ta de volta.  :D
Saca só: http://www.youtube.com/watch?v=4tCg4FfT4Q8&mode=related&search=

T+
Arlei

ins3rt c0in

Citação de: arlei online 09 de Janeiro de 2007, 18:34
Galera,

se liga ae que o youtube ja ta de volta.  :D

A telefonica não liberou ainda! Continua a maldita mensagem!

raz0r

Abilita essa proxy anonima no seu navegador:   HTTP: 211.231.187.4   PORTA: 80    ;)
"Pior que a ignorância é a auto-ilusão do conhecimento"

cat /etc/issue Debian GNU/Linux squeeze/sid \n \l

Network-Coder

Na boa, esses proxy que você pegam no google são os piores (: é raro achar algum que preste, muita gente usa, é melhor criar seu proprio proxy.

mas agora nem precisa mais, o youtube já ta liberado, apesar que a justiça brasileira falou que se o video da cicarelli fude... for exibido novamente, eles vão bloquear dinovo.

PS: Em nenhum momento o  youtube foi bloqueado aqui em casa, tamém IP EUA rox (No proxy) (:

K.O


irc.freenode.net - #nerd_republic go! go! go!

Piras

Só mesmo num país autoritário como este uma fulana se permite transar na praia e mesmo assim consegue convencer um juiz de que, para preservar a sua intimidade, é preciso censurar um site inteiro da Internet!

Fiquem certos os senhores que se um dia eu transar no meio da Avenida Paulista e alguém ousar violar a minha privacidade fazendo algum filminho de terror (terror descreve melhor que erótico ou pornográfico a hipótese em questão), eu farei a "Justiça" censurar meia Web se for preciso para proteger os meus sagrados direitos... blá, blá, blá, blá...

laurusfilius

#20
Prezados Co-listeiros,

Como todos aqui manifestaram-se contrários ao bloqueio, venho eu manifestar-me favorável à decisão Judicial. Esclareço, desde já, que não trata-se de apoiar o pleito da modelo Cicarelli e de seu namorado, mas de respeito às instituições jurídicas nacionais e de preservação do direito constitucional à privacidade que cada cidadão dispõe.

Mister é verificar o histórico do caso movido pelo casal e das decisões judiciais. O bloqueio ao site YouTube não veio de uma decisão inicial autoritária, mas é uma conseqüência do desrespeito da Google Inc. e subsidiárias, incluindo a YouTube, para com as Instituições Jurídicas nacionais (lembrem-se da briga no caso Orkut para a liberação das informações dos usuários em casos de racismo, pedofilia, tráfico de entorpecentes etc.).

A empresa foi, inicialmente, multada diariamente em valor considerável e incitada a retirar dos seus servidores quaisquer vídeos do fato ocorrido. Entretanto, em flagrante descaso para com a justiça brasileira, não somente não pagou a multa estipulada, como fez pouco caso da decisão e não retirou os vídeos, conforme determinado.

Então, o namorado da referida modelo entrou com novo pedido para que o site retirasse os vídeos. O desembargador, temendo pelo desrespeito às instituições nacionais, decidiu por determinar o bloqueio através da rede nacional dos vídeos referentes à Cicarelli. Obviamente que, por dificuldades técnicas diversas, os administradores dos backbones que fazem a conexão internacional decidiram por bloquear todo o site. Manipulação das empresas? Ineficiência da consultoria técnica prestada ao desembargador? Bom, sobre isso, não me cabe opinar.

Todavia, cabe-me alertar que estamos entrando num caminho sem volta de exposição das nossas privacidades a um mundo sem regras de acesso à essas informações. Vejo, em verdade, um caminho perigoso em que não teremos mais controle sobre aquilo que nos pertence, nossa identidade, personalidade natural, que será exposta em um grande campo sem barreiras, onde qualquer um pode acessá-la, modificá-la, replicá-la e dela fazer mal uso. Talvez, o pedido da modelo Cicarelli seja ridículo por um lado, por pedir privacidade sobre algo pelo qual ela não privou ao cometer ato sexual em praia público; mas, por um outro ângulo, é um alerta de como nós estamos perdendo controle sobre nossa imagem, nossos direitos assegurados de privacidade, para uma pretensa e falsa democracia digital, na qual é feito lucro sobre nossas imagens e personalidades.

Quem daqui gostaria, por exemplo, de ter uma cena íntima, dentro do seu quarto, filmada por uma câmera indiscreta em outro prédio, e que essa fosse publicada no YouTube? Ou que suas fotos com a família fossem satirizadas e publicadas em um blog? Talvez alguns sádicos gostariam, mas acredito que a individualidade e a privacidade do ser humano falem mais alto pela maioria que rejeitaria esse tipo de conduta.

Pode parecer nostalgia, mas relembremos a Grécia Antiga, o berço da democracia. Demos=clãs, povo e cracia=governo. Governo dos clãs, do povo dos clãs, é a tradução deste termo tão banalizado hoje. Na antiga Grécia, havia uma divisão entre esfera pública e esfera privada. De uma forma sintética, o grande desejo de todos os gregos era o de ter uma vida ativa e plena na esfera pública, participando das decisões na pólis e honrando a sacralidade da democracia na cidade. Não obstante, mesmo que o homem tivesse a vida mais ativa dentro da esfera pública, considerada como a segunda vida do homem, ele preservava elementarmente a esfera privada, da qual não participavam os outros moradores da pólis. A privacidade da esfera privada (por redundante que seja) era extremamente respeitada, não imiscuindo-se opinião pública ou interferência da cidade-Estado.

Obviamente que o modelo grego tinha as suas deficiências, por conter atos que hoje consideramos barbárie, impedindo a interferência do Estado nos assuntos privados, permitindo determinados atos humanos hoje condenáveis pelas Instituições Jurídicas. Por outro lado, o modelo grego nos lega uma lição valiosa: não importa o quão penetrante e imponente seja o modelo democrático, o Estado e os outros cidadãos devem respeitar a esfera privada, da individualidade, de cada 'eu'.

Então, é após todo esse ensaio, que digo ser favorável à decisão judicial. Pode parecer um modo de censura, obviamente, por ter sido feito de forma inadequada e ineficiente. Entretanto, a defesa xiita dessa pretensa democracia digital sem froteiras e sem controle põe em risco a nossa individualidade, o respeito a nossa privacidade e, por conseguinte, a garantia a outros direitos decorrentes. Não temos privacidade em nossos e-mails, invadidos por spams todos os dias, em nossos telefones, invadidos pelo telemarketing, pelas nossas contas bancárias, nas quais são vendidos serviços de modo violante. É preciso que prezemos pela nossa privacidade antes que seja tarde e toda a nossa vida esteja exposta, sem retorno.

Concluo, por fim, que, extraindo-se a profundidade da questão, em outra camada manifesto o meu favor à decisão judicial para que empresas como o Google Inc. e outras preservem a privacidade dos seus usuários e daqueles que não querem o ser. Em sua sanha por controlar e organizar toda a informação do mundo, não vê barreiras nem limites nas privacidades e direitos individuais, limitando a capacidade de ação dos órgãos judiciais dos Estados nacionais. Lembro as palavras de nobres pensadores iluministas, como Kant, Rousseau e Voltaire: só há liberdade quando estamos sob as Leis da Razão. Não há liberdade sem leis que a proteja e a resguarde. O Google, ao não respeitar as Leis e os departamentos Judiciais das nações, impõe a ditadura do controle da personalidade, da privacidade. Enfim, daquilo que lhe é mais próprio como ser humano.

Abraços,

Lauro.
_________________________________
Linux - The future is in your hands.

arlei

Nossa  :o
Ok Doutor, só faltou bater o martelo.  ;D

T+
Arlei

ins3rt c0in

#22
Citação de: laurusfilius online 10 de Janeiro de 2007, 15:12
Entretanto, a defesa xiita dessa pretensa democracia digital sem froteiras e sem controle põe em risco a nossa individualidade, o respeito a nossa privacidade e, por conseguinte, a garantia a outros direitos decorrentes.

Concordo nessa parte com você, essa defesa sem limites pode por por terra muitos direitos. Mas há de se convir que a decisão demonstra o "extremo" despreparo da Justiça brasileira para lidar com caso envolvendo internet e a mídia! Algum juíz americano se deu ao luxo de bloquer um site (de grande número de visitas) por causa do vídeo da Pamela Anderson, Paris Hilton ou outros?

Como disse o Marcelo Taz, foi como se tirassem uma revista de circulação por  uma foto ilegal que todas as outras também publicassem. Na minha opinião foi pior, foi proibir as bancas de venderem a tal revista, no caso, os provedores de internet!

Tudo bem que não podemos ter nosso direito à privacidade violados, mas temos que nos adaptar à alguns novos "costumes" desse tempo "big brother". Você não pode pensar que está nos anos 60 e dar uma na praia e pensar que se for parar na internet é só bloquear o site. Voce tem que ter cuidado com senhas, cuidado com onde anda na internet, cuidado com o que pega, tem que usar camisinha... Novos tempos exigem novos cuidados, até termos meios eficazes de monitorar o conteúdo da internet (eu duvido muito disso), não podemos bloquear um site inteiro que presta inúmeros serviços por causa de um "Patrício" que se sentiu lesado.

obs - Esse caso mostrou despreparo com as novas formas de mídia e veiculação de imagens, bem como mostrou a perfeita isonomia do Judiciário. Outros tantos caso mais graves não chegaram nem perto desse tipo de decisão, será que por entendimento ou pela pessoa que está sentada diante do juiz?

p.s- Você faz direito?

arlei

#23
Amigos,
não sou do ramo judiciário, tanto que fiz aquela brincadeira com o colega laurusfilius, que só pelo nick ja se perceber que é deste ramo.
Portanto, judicialmente falando não tenho embasamento algum, mais na minha lógica a coisa é bastante simples.
"Direito a privacidade, como podem ver privacidade vem de privado, que é antônimo de publico, então se vc quer ter privacidade em seus atos que não os faça em local publico, porque até onde sei a tal praia do acontecimento não é de propriedade deles."
Se fizeram o que fizeram em um local publico foi porque queriam que outros vissem.
Então deixa "nóis zoia".  ::)

T+
Arlei

laurusfilius

#24
Caro Incert Coin,

Obviamente que, como ressaltei em alguns parágrafos anteriores, não me cabe analisar se a falha que permitiu o bloqueio de todo o site partiu de uma assessoria técnica inadequada ou de manipulação das empresas que administram os backbones. Cabe-me opinar sobre o caso geral e no qual mantenho a minha posição em referência ao caso.

Concordo com você no que tange a ineficiência judiciária brasileira e a incapacidade técnica dos nossos tribunais, incapazes de lidar com casos dessa complexidade. E, claro, a decisão judicial tem relação com o prestígio da pessoa em questão; temos um sistema judiciário patrimonialista arcaico, em lenta e gradual modernização, mas que ainda deixa muito a desejar.

Todavia, não é por ele ter essa configuração, que devemos licenciar um desrespeito a soberania desta instituição, fundamental na garantia de nossos direitos e na determinação de execução dos nossos deveres.

Não obstante, não deixo de repudiar esse paradigma midiático de que devemos nos adaptar a esse novo modelo de exposição, tempos de "big brother", como diria Orwell. Em verdade, para os leitores dessa fantástica obra, o "big brother" é um grande perigo, algo que deve ser controlado, e não ao qual devamos nos adaptar. O mundo anda sorumbaticamente rumo a essa liberalização aprisionadora, em que as liberdades são controladas e a privacidade constitui-se em moeda de troca, comércio, fruto de lucro de companhias que fazem fortunas sobre aquilo que aos homens é mais próprio e inerente.

Faz-se necessário ressaltar que deixei claro não apoiar o pleito em stricto sensu da modelo, por não ter tido o devido cuidado. Entretanto, devo defender a injustificabilidade da correção de um erro pelo outro; não é devido ao site YouTube ou a qualquer usuário desse que publique este vídeo, embasando-se sobre o erro que ela cometeu. É como assegurar a corretude do dito popular "Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.". Para a organização social, esse modo de pensamento é precário e desestruturante.

Não deixo de ser harmônico e concordar, tanto que reiterei em minha publicação anterior, que foi falha a intervenção produzida sobre o site. Falha por produzir um efeito negativo em um país traumatizado por anos de censura e por não produzir os efeitos esperados pela decisão judicial. Em contrapartida, a defesa das Instituições Nacionais e dos valores Constitucionais era necessária e justa.

Discordo de sua posição quando compara as decisões do Judiciário Brasileiro com o Americano. Existem vários pontos que pesam a favor da minha posição, entre eles a cultura americana da superexposição, a diferença de sistemas jurídicos (eles praticam a Common Law e nós o Direito Estatutário), a não disposição Constitucional direta e inconteste na Constituição Americana sobre a privacidade, como em nossa Constituição é preservada, e, obviamente, não ter sido requerido (pelo que eu saiba, posso estar equivocado) tal pedido nos E.U.A.. Corrobora ainda o fato de que, se fosse condenada em território americano, a Google Inc. teria pago a multa e executado a decisão judicial, sob pena de sofrer sanções muito mais sérias do que as determinadas pelo Judiciário Brasileiro. Obviamente, não há temerosidade em relação ao nosso judiciário, justificando esse desrespeito.

Enquanto nós não dermos o devido valor às nossas instituições jurídicas e requerermos o respeito das empresas brasileiras e estrangeiras ao nosso ordenamento jurídico, não podemos nos queixar da ineficiência do judiciário. Após uma decisão que visava assegurar a soberania e o poder decisório do Judicário, a população, ao invés de colocar-se favorável à Justiça Brasileira impondo seu respeito às empresas estrangeiras não cumpridoras de suas obrigações (novamente reitero que não é o caso de justeza do pleito da modelo, mas sim de respeito às instituições nacionais), pôs em marcha favorável ao desrespeito e a complacência. Como um povo quer instituições sérias, se não as respeite e não as exige?

Bom, reitero as minhas posições anteriores.

Abraços,

Lauro.
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Linux - The future is in your hands.

Network-Coder

Olá.

Então, andei lendo os ARTIGOS do laurusfilius sobre a opinião dele sobre o assunto do bloqueio do youtube como ordenou a justiça brasileira.

Achei interresante e bem contudente, porem creio que a atitude da justiça brasileira não foi a melhor, mas eu explicarei meus motivos baixo:

Pelo simples fato de esse pais fingir ser democracia, creio que prejudicar milhões de usuarios so pra impedir a visualização da Cicarelli transando não é a atitude que corresponde a nossa fake democracia ou será que esse governo são de Despotas onde "Tudo para o povo, mas sem o povo".

E como o amigo Piras falou, como pode ela querer "defender" sua intimidade depois de ter transando na praia, na frente de diversas pessoas? Além do paparazo ter sedido as fotos e videos para uma emissora de TV e diversos sites de internet ja possuirem esse conteudo? Acho que não se pode chorar o leite deramado. Se ela realmente deseja-se proteger suas intimidades, ela iria transar num motel, na casa dela, ou em outro lugar que ela esteja certa que não seria filmada ou fotografada por um louco (apesar de ser o trabalho dos jornalistas, quase todos, senão todos, são muito invasivos na vida pessoal dos famosos seja brasileiro ou não).

K.O


irc.freenode.net - #nerd_republic go! go! go!

Piras

Também mantenho a minha posição. Intimidade e liberdade de expressão são valores que, muitas vezes, entram em  conflito. Todos têm direito a que se respeite a sua vida privada, honra e intimidade. Da mesmo forma como todos têm direito a que se respeite a sua liberdade de expressão. Como conciliar ambos os fatos?

Acho que, por princípio, deveríamos evitar a censura. A censura é o maior perigo que pode correr uma democracia. Como exemplo, cito o preço que os americanos estão pagando agora pelas informações que sua imprensa resolveu voluntariamente censurar a respeito da invasão do Iraque.

O que fazer, contudo, quando alguém invade a minha intimidade e filma uma cena qualquer que tenho todo o direito de não querer ver divulgada. Acho que, neste caso, uma multa pesada, proporcional ao lucro que, presumidamente, se obteve com a divulgação do filme, seria mais adequada que a censura pura e simples.

Alguns anos atrás, a publicação de uma biografia do Garrincha, de autoria do jornalista Ruy Castro, foi impedida po longo tempo, devido a uma decisão da Justiça, motivada por uma ação movida pela família do jogador. Defender a família de eventuais difamações não me parece ser motivo suficiente para negar ao público o acesso a uma publicação qualquer. O melhor no caso teria sido, até mesmo, bloquear toda receita produzida pela venda do livro a fim de garantir eventual indenização pelo prejuízo sofrido por algum familiar. Constrangimentos como estes, ao meu ver, seriam suficientes para que editores tomassem o devido cudado antes de colocar em perigo a honra alheia. Mas proibir a circulação de qualquer obra, sempre me parecerá excessivo e ante-democrático.

Aliás, a publicação de muitas reportagens já foram previamente proibidas pela Justiça porque, segundo a decisão, se "atentava contra a honra" de magistrados acusados de corrupção. Quem vai "censurar os censores"? Esta é a questão.